quarta-feira, 22 de junho de 2016

Janot apresenta denúncia ao STF contra o deputado Dudu da Fonte

 Deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) se reúne com aliados na Câmara (Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)Eduardo da Fonte é acusado de intermediar negociação que freou investigações da CPI da Petrobras em 2009  (Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)

Ex-líder do PP é acusado de atuar em negociação que freou CPI da Petrobras.

 

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta quarta-feira (22), ao Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), conhecido como "Dudu da Fonte" por corrupção passiva. O parlamentar do PP é suspeito de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

Além de pedir a condenação do parlamentar pernambucano, Janot solicitou que a Suprema Corte determine a perda do mandato de Dudu e cobre R$ 10 milhões que teriam sido pagos como propina para atrapalhar as investigações da comissão de inquérito.

Ex-líder do PP na Câmara, Dudu da Fonte é acusado pelo Ministério Público de ter intermediado uma negociação entre o ex-presidente do PSDB e ex-senador Sérgio Guerra, que morreu em 2014, e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para barrar, em 2009, as investigações da CPI da Petrobras no Senado. 

A PGR teve acesso a um vídeo, gravado no Rio de Janeiro, em 21 de outubro de 2009, que mostra uma reunião entre Dudu da Fonte, Sérgio Guerra, Paulo Roberto Costa e empreiteiros da Queiroz Galvão e da Galvão Engenharia.

Um dos delatores da Lava Jato, Paulo Roberto Costa contou aos procuradores da República que, na conversa, o ex-presidente do PSDB pediu R$ 10 milhões para agir no sentido de que a CPI "não tivesse resultado efetivo". O dinheiro, segundo o ex-diretor da Petrobras, foi obtido com empresas que participavam do cartel que dividia entre si contratos da estatal do petróleo.

Integrante da bancada do PP na Câmara, Dudu, segundo os investigadores, tinha "pleno conhecimento" do esquema criminoso que atuava na Petrobras. O PP era o partido que bancava a permanência de Paulo Roberto Costa na diretoria da petroleira.

Na denúncia apresentado ao Supremo, o procurador-geral da República afirma que Dudu da Fonte participou "ativa e diretamente" da negociação e acerto do pagamento da propina para evitar investigações da CPI.

Janot relata na denúncia que Sérgio Guerra e Paulo Roberto Costa se encontraram, ao menos, três vezes no Rio de Janeiro em 2009. Dudu da Fonte participou de todas reuniões, acompanhando o então presidente do PSDB, acusa o Ministério Público.

Reunião gravada
No encontro de outubro de 2009, Dudu, Guerra e Costa discutiram a necessidade de concluir as investigações da CPI da  Petrobras de 2009 “preferencialmente com um relatório ‘genérico’, sem responsabilizar ninguém.

O vídeo obtido pela PGR mostra que também participaram do encontro o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, o então presidente da Queiroz Galvão, Idelfonso Colares Filho, e Erton Medeiros, representante da Galvão Engenharia na negociação.

O que disseram os supeitos
Em nota enviada ao G1, Eduardo da Fonte afirmou que a denúncia da PGR "será respondida, no tempo e forma devidos, perante o Supremo Tribunal Federal". Ele ressaltou ainda que a CPI da Petrobras, de 2009, entregou ao Ministério Público 18 representações pedindo a investigação de supostas irregularidades identificadas durante os trabalhos da comissão (leia ao final da reportagem a íntegra da nota de Dudu da Fonte).

Também por meio de nota, a Queiroz Galvão informou que não comenta investigações em andamento.

Ao G1, o advogado José Luis de Oliveira Lima, responsável pela defesa de Erton Medeiros, afirmou que seu cliente já prestou "todos os esclarecimentos devidos" e está à disposição das autoridades competentes.

A reportagem procurou a direção nacional do PSDB, mas até a última atualização desta reportagem não havia obtido resposta.

O G1 não conseguiu contato com a assessoria da Galvão Engenharia e com as defesas de Fernando Baiano e Idelfonso Colares Filho.

Leia a íntegra da nota divulgada por Dudu da Fonte:

A denúncia do Ministério Público Federal será respondida, no tempo e forma devidos, perante o Supremo Tribunal Federal.

Anota-se, todavia, desde logo, que os membros da CPI, que hipoteticamente, se teria desejado encerrar, ofereceram, no 25/11/2009, com a CPI em andamento, 18 representações a esse mesmo Mistério Público acusador, diretamente ao seu chefe solicitando à adoção das providências necessárias à apuração das notícias de crime identificadas no decorrer dos trabalhos da Comissão, em especial as pertinentes às obras da refinaria Abreu e Lima. GI

Um comentário:

Unknown disse...

CADUCOU SEU BLOG ... O SONHO ACABOU CAI NA REAL PRA SE SALVAR . . . ha ha ha