segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Políticos que Aécio defende fazem mal ao País


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Está ficando cada vez mais fácil identificar os políticos que fazem mal ao país: são aqueles que Aécio Neves defende.

Ele tem um faro apurado nesse aspecto, como todo o Brasil tem visto desde o início do ano, quando deu start à sua cruzada para assumir o papel de líder da oposição.

O primeiro ídolo que escolheu foi o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, filhote político de Collor, cuja biografia está sendo escrita em letras tortas e borradas, graças às suas atitudes aéticas que desfilam diariamente à vista de todos e à luz do dia.

Aécio, que tenta se apresentar como o paladino contra a impunidade passou batido pelas notícias da Suíça que relatam as "pedaladas bancárias" de Cunha, como se houvesse dois tipos de corrupção: a boa e a má.

A má é a que provém dos covis do PT; todas as demais são boas.

O novo ídolo de Aécio é outro personagem no mínimo controverso e cuja biografia, assim como a de Cunha, não vai ocupar as páginas mais aplaudidas da história do Brasil.

Em primeiro lugar é bom esclarecer que a pessoa em foco, Augusto Nardes, está ministro do TCU, mas é político. E político de direita. Filhote da ditadura.

Começou como vereador em Santo Ângelo em plena ditadura Médici, em 1973, pela Arena – Aliança Renovadora Nacional, o partido da ditadura militar. O período em que a repressão foi mais aguda. Com seu apoio.

Este é o pedigree do novo ídolo do suposto líder da oposição.

Terminada a ditadura, ele se elegeu deputado federal pelo PP, o partido de Paulo Maluf – o rival do avô de Aécio, Tancredo Neves na disputa de 1984 no Colégio Eleitoral. Precisa dizer mais alguma coisa?

De dois meses para cá Nardes tem sido arroz de festa nos jornais e nos programas jornalísticos da TV com seu mantra predileto: "as contas do governo devem ser reprovadas". Se o mantra não fosse esse ele sequer seria convidado, tal a sua desimportância.

Eu ouvi essa ladainha em ao menos dois programas da Globo News, o do William Waack e o da Mônica Waldvogel. Da boca dele.

Devidamente enquadrado pela Advocacia Geral da União, que pede seu afastamento por ter antecipado seu voto, ele declarou que não fez o que fez, copiando Maluf e Cunha que também afirmam não terem conta em banco suíço.

Além de ter antecipado seu voto – fato público e notório – Nardes agora está omitindo a verdade.

Mas não é só. A Operação Zelotes investiga três escritórios de contabilidade de Santo Ângelo, de um dos quais Nardes seria ou teria sido sócio, de acordo com a delação de Paulo Cortez.

Nardes já confirmou conhecer Cortez. Falta conhecer o restante da história.

Alex Solnik
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão", "O domador de sonhos" e "Dragonfly" (lançamento janeiro 2016).

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