segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A pergunta que não quer calar:por que Aécio omitiu doação da Odebrecht?





A resposta é simples:por que o MP, a PF e o Poder Judiciário não investigam tucanos.


247 - A relatora da prestação de contas da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Maria Thereza de Assis Moura, solicitou do tucano explicações sobre 15 supostas irregularidades detectadas nos documentos entregues à corte.

Entre elas está o fato de Aecio ter repassado para o PSDB uma doação de R$ 2 milhões da Odebrecht, mas não ter registrado a transferência na prestação de contas.

"O comitê financeiro nacional para presidente da República do PSDB registrou em sua prestação de contas o recebimento de doação de R$ 2 milhões, efetuada pelo candidato, no entanto, não há o registro da transferência na prestação de contas", afirma o relatório técnico da Justiça Eleitoral. A Odebrecht é uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato e seu presidente, Marcelo Odebrecht, está preso desde 17 julho.

Segundo dados divulgados pelo Estado de S. Paulo, além da Odebrecht, o TSE aponta também uma diferença entre o valor declarado pela campanha e o montante efetivamente doado pela construtora Construbase. O candidato tucano recebeu R$ 1,75 milhão, mas declarou R$ 500 mil.
A ministra Maria Thereza de Assis Moura quer saber também por que a campanha tucana declarou R$ 3,9 milhões em doações estimáveis apenas na prestação de contas retificadora.

Das 15 irregularidades detectadas pelo tribunal, pelo menos três foram consideradas infrações graves. Elas dizem respeito a doações recebidas antes das prestações de contas parciais e que só foram registradas nas prestações finais, somando mais de R$ 6 milhões.

O PSDB informou por meio de nota que já esclareceu ao TSE todas as dúvidas e ratificou os erros apontados pelo tribunal. Segundo o partido, todos as doações foram registradas com os devidos recibos eleitorais, inclusive as da Odebrecht e Construbase, e as falhas detectadas são erros meramente contábeis.

O caso da bomba atômica que era um aspirador de pó


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Nosso Homem em Havana” é um livro de ficção do genial Graham Greene. Mais que uma novela de espionagem, a obra é uma sátira política coalhada de ironias e sarcasmos. 

Nela, Greene conta a história de James Wormold, um vendedor britânico de aspiradores de pó, que reside em Havana. Abandonado pela mulher e com problemas financeiros, ele acaba recrutado pelo serviço secreto do Reino Unido.

Precisando do dinheiro extra, mas sem ter nada de relevante para reportar a Londres, Wormold cria uma rede fictícia de informantes, misturando personagens reais, muito dos quais ele sequer conhece, com nomes inventados. Gera relatórios com base em notícias requentadas de jornais e em muita imaginação para preencher as lacunas de tramas escabrosas.

Ao sentir a necessidade de apimentar suas informações e obter mais dinheiro, Wormold passa a remeter a Londres diagramas de peças de aspiradores de pó, apresentando-os como plantas de uma “base comunista secreta escondida nas montanhas”. 

Num dos momentos mais hilariantes do livro, o chefe de Wormold em Londres, ao discutir os desenhos de aspiradores de pó, afirma: “Diabólico, não é? Acredito que podemos estar diante de algo tão grande que fará a Bomba H se tornar uma arma convencional”. 

Não sei se os repórteres da revista Época que colocaram o título da obra de Greene em sua mais recente “reportagem” sobre Lula leram o livro. Provavelmente, não. Se tivessem lido, teriam percebido que o sarcasmo de Greene veste como luva de pelica em sua, assim digamos, “obra jornalística”. 

A nova “reportagem” insiste em reapresentar as ações internacionais do ex-presidente Lula, que usa do seu enorme prestígio mundial para promover o Brasil, seus produtos e suas empresas no exterior, como algo escabroso e escuso. 

Da mesma forma que o personagem de Greene, tentam vender desenhos de aspiradores de pó como se fossem uma nova superbomba, a qual, como de hábito, “implodirá a República”. 

Como Wormold, a brava revista de “jornalismo investigativo” mistura verdades, meias verdades e uma alta dose de imaginação para criar uma precária peça de ficção policial, travestida de reportagem objetiva e imparcial.

Emulando Worlmold, a revista aposta na paranoia anticomunista para que suas informações prosaicas e anódinas se convertam numa trama diabólica. Com efeito, essa revista, assim como várias outras no Brasil, navega hoje nas revoltas e obscuras águas do anticomunismo, do “antibolivarianismo” e do antipetismo. Recriaram, em pleno início do século XXI, o mesmo clima da Guerra Fria que vigorava nos anos 50 e 60 do século passado. 

Isso tudo no momento em que o próprio governo norte-americano aposta na aproximação à Cuba, no fim do embargo e, é claro, na realização de grandes negócios na ilha, com o providencial auxílio de poderosos lobbies políticos-empresariais. 

A revista Época está definitivamente fora de época. 

Aparentemente, está também um pouco fora de si. Só isso explica a ignorância abissal sobre o estratégico tema da exportações de serviços. 

O setor de serviços representa, hoje, cerca de 80% do PIB dos países mais desenvolvidos e ao redor de 25% do comércio mundial, movimentando US$ 6 trilhões/ano. Somente o mercado mundial de serviços de engenharia movimenta cerca de US$ 400 bilhões anuais e as exportações correspondem a 30% desse mercado. É um segmento gigantesco, que cresce mais que o mercado de bens.

Infelizmente, apesar dos esforços recentes, o Brasil investe pouco nessas exportações. 

Assim, enquanto que, no período de 2008 a 2012, o apoio financeiro do Brasil às suas empresas exportadoras de serviços foi, em média, de US$ 2,2 bilhões por ano, o apoio oficial da China às suas empresas exportadoras alcançou, nesse mesmo período, a média anual de US$ 45,2 bilhões; o dos Estados Unidos US$ 18,6 bilhões; o da Alemanha, US$ 15,6 bilhões; o da Índia, US$ 9,9 bilhões. 

Na realidade, apenas cerca de 2% da carteira do BNDES vão para obras brasileiras no exterior. E, ao contrário do que dizem Época e outras revistas fora de época, não se trata aqui de “empréstimos camaradas” para Cuba e outros países “comunistas e bolivarianos”, protegidos por sigilo indevido com a finalidade de encobrir atos ilegais.

Em primeiro lugar, o país que mais recebeu empréstimos do BNDES para obras de empresas brasileiras no exterior foram os EUA. 

Em segundo, nenhum centavo desses empréstimos foi para países ou governos estrangeiros. Os empréstimos são concedidos, por lei, às empresas brasileiras que fazem as obras, e o dinheiro só pode ser gasto com bens e serviços brasileiros. Como a construção civil possui uma longa cadeia, tais empréstimos têm um impacto muito positivo na economia nacional. Estima-se que, apenas em 2010, as exportações de serviços de engenharia tenham gerado cerca de 150 mil empregos diretos e indiretos no País. Além disso, os gastos com a importação de bens brasileiros em função de algumas dessas exportações financiadas pelo BNDES ascenderam a US$ 1,6 bilhão, no período 1998-2011. Entre tais bens, estão os aços, os cimentos, vidros, material elétrico, material plástico, metais, tintas e vários outros.

Em terceiro, os empréstimos não são “camaradas”.

 No caso dos empréstimos às empresas brasileiras para a construção do Porto de Mariel, o BNDES usou a Libor e mais um spread de 3,81%, juros superiores ao praticados pela OCDE, que usa, no mesmo caso, a CIRR mais um spread de 3,01%. 

Em quarto, o sigilo parcial das operações financeiras visa proteger as informações privadas do tomador do empréstimo, conforme determina uma norma tucana, a Lei Complementar Nº 105, de 2001. Mesmo assim, o BNDES é considerado, pela insuspeita Open Society Foundations, como o banco de investimentos mais transparente do mundo. Ademais, qualquer juiz de primeira instância pode abrir totalmente as operações, se considerar que há algo suspeito nelas.

Em quarto, como o mercado mundial de obras é muito concorrido, os países fazem poderosos lobbies para obter contratos. Presidentes, primeiros-ministros, monarcas e ex-presidentes com prestígio se empenham para que as empresas de seus países consigam obras no exterior. Assim como se empenham também para que comprem os produtos de seus países. 

Quanto à participação de Lula, só mesmo o mais completo mentecapto ou o mais irracional dos anticomunistas pode imaginar que o ex-presidente poderia ter feito algo de ilegal ou mesmo antiético em reuniões que contaram com a participação de diplomatas e que foram devidamente registradas em documentos oficiais do Itamaraty. Aliás, mesmo que quisesse, Lula jamais poderia ter influenciado tais empréstimos, os quais têm de passar por uma longa série de instância técnicas para serem aprovados e liberados.

Saliente-se que Época só teve acesso aos documentos sigilosos graças à Lei de Acesso à Informação, promulgada em 2012 por Dilma Rousseff. 

Fosse nos áureos tempos do paleoliberalismo, tais empréstimos não teriam despertado a suspeita de Época. Como de fato não despertaram, quando FHC aprovou os primeiros empréstimos para o metrô de Caracas, já com a Venezuela presidida pelo “perigosíssimo” Hugo Chávez.

Na improvável eventualidade de que tivessem despertado suspeitas, Época não teria tido acesso a informações sigilosas. Caso tivesse tido acesso a informações sigilosas, por aquáticas vias de obscuras cachoeiras, duvidamos que Época tivesse publicado uma linha sequer. Caso tivesse publicado alguma coisa, duvidamos ainda mais que alguém tivesse levado a sério. Caso algum paranoico tivesse levado a sério, duvidamos que procuradores tivessem ensejado qualquer ação, para não cair no ridículo. Caso algum procurador tivesse caído na fácil tentação de se expor a holofotes desavergonhados, o providencial engavetador-geral teria feito o que sempre se fazia na época, com o apoio da Época. 

Na época, nem mesmo os lobbies em prol de empresas estrangeiras nas alegres privatizações despertavam suspeitas. Mesmo hoje, quem se bate pela Chevron, pela Alstom, pela entrega do pré-sal e pela abertura do mercado brasileiro às construtoras estrangeiras curiosamente está acima de qualquer suspeita. Esses são “estadistas”. Só não se sabe bem de que país.

Mas vivemos em outra época. Na época do vale-tudo contra o “comunismo”, o “bolivarianismo” e o “lulopetismo”. Na época do vale–tudo contra o mandato popular. Na triste época do vale-tudo contra Lula, o melhor presidente da história recente do país. O ex-presidente que hoje é o rosto do Brasil no mundo. Na horrorosa época em que quem defende o Brasil e suas empresas, como Lula, é apresentado como criminoso.

Nesses tempos bicudos de Guerra Fria zumbi, vale até mesmo apresentar diagramas de aspiradores de pó como perigosíssimas instalações comunistas secretas. 

Greene nunca imaginou que suas ironias e sarcasmos sobre a Guerra Fria seriam revividas na forma de “reportagens” que se levam a sério.

Diabólico, não é?


Marcelo Zero
Sociólogo, especialista em relações internacionais e assessor da Liderança do PT no Senado

Por que a Globo está atacando Lula com tanta fúria.



Vale tudo contra Lula
Vale tudo contra Lula

Valentemente, assim que os donos determinaram, os jornalistas da Globo pararam de falar no impeachment de Dilma.

Um deles, Erick Bretas, tratou até de trocar a foto de perfil de seu Facebook. Ele tinha colocado a inscrição “gave over” (fim de jogo), por ocasião de uma manifestação anti-Dilma, para a qual conclamara seus seguidores.

Trocou-a, com a nova orientação patronal, por uma bandeira do Brasil.

Agora, com a mesma valentia com que recuaram instantaneamente, os editores, colunistas e comentaristas da Globo avançam, novamente sob ordens patronais, contra Lula.

Todas as mídias da Globo vêm sendo usadas para investir contra Lula, por conta, naturalmente, de 2018.

Tevê, jornal, rádio, internet – são os Marinhos e seus porta-vozes contra Lula.

A novidade aí parece ser a substituição da Veja pela Época na repercussão dos sábados à noite do Jornal Nacional.

Nem para isso mais a Veja serve. Nem para servir de alavanca para o Jornal Nacional. É uma agonia miserável e solitária a da revista dos Civitas.

Lula, em seus anos no Planalto, nada fe para enfrentar a concentração de mídia da Globo, algo que é um câncer para a sociedade pelo potencial de manipulação da opinião pública.

E agora paga o preço por isso.

Verdade que, acertadamente, ele decidiu não ficar “parado”. Pássaro parado, disse Lula, é mais fácil de ser abatido.

E então Lula decidiu reagir.

Pelo site do Instituto Lula, ele tem rebatido as agressões dos Marinhos, minuciosamente.

E tem anunciado processos quando se sente injustiçado – um passo fundamental para colocar alguma pressão nos caluniadores e, também, nos juízes complacentes.

Há um tributo involuntário no movimento anti-Lula da Globo. É um reconhecimento, oblíquo que seja, de sua força.

É assim que o quadro deve ser entendido.

Quem pode ser o anti-Lula em 2018? Aécio, Alckmin e Serra, os nomes do PSDB, seriam provavelmente destruídos ainda no primeiro turno.
Imagine Lula debatendo com cada um deles.

Fora do PSDB, é um deserto ainda maior. De Marina a Bolsonaro, os potenciais adversários de Lula equivalem ao Vasco da Gama no Brasileirão.
Neste sentido, o boneco de Lula, o Lulão, surge mais como desespero da oposição do que como uma gesto criativo dos analfabetos políticos de movimentos como o Brasil Livre de Kim Kataguiri.

A Globo vem dando um destaque de superstar ao Lulão, como parte de sua operação de guerra.

E Lula tem respondido como jamais fez. No desmentido da capa da edição do final de semana da Época, ele citou um aporte milionário de 361 milhões de reais do BNDES na Globo, em 2001, no governo FHC.

Ali se revelou outra face dos sistemáticos assaltos da Globo ao dinheiro público: o caminho do BNDES. Não são apenas os 500 milhões de reais em média, ao ano, de propaganda federal. São também outros canais, como o BNDES.

Não é exagero dizer que a Globo, como a conhecemos (não como o jornaleco de província a que se resumiu por décadas) é fruto do dinheiro público.

Como Lula, caso volte à presidência em 2018, tratará a Globo?

É essa pergunta que atormenta os Marinhos, já suficientemente atordoados com o florescimento da internet em oposição à decadência da tevê.

E é isso que explica a heroica valentia patronal dos jornalistas da Globo.

(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Esse bandido tem de ser preso


Divulguem.
Este homem precisa ser preso.
https://www.youtube.com/watch?v=IbGMh9eTxYQ

O Globo, o pixuleco e o atentado ao Instituto Lula

MARCO AMBROSIO:
Escrevi dia desses, aqui mesmo neste Brasil 247, que a direita não tem juventude. Desde sempre nós ouvimos nos bastidores que a juventude da direita são os filhos, netos e bisnetos dos políticos tradicionais. Agora surgiram alguns jovens da classe média se intitulando representantes da juventude. Não são. Essa é a razão pela qual a juventude é a que tem as melhores e mais ousadas atitudes.

Uma dessas ousadas atitudes foi a de Manu. Filiada à UJS e acompanhada da juventude que representa, ainda hoje, os jovens guerreiros do Araguaia, a jovem teve a ousadia de furar o pixuleco, um simulacro ridículo de ataque calunioso ao maior líder de massas da história brasileira, o presidente Lula. Antes mesmo de ser processado por qualquer crime, criminosos querem condená-lo. A prova de que são criminosos os que o querem condenado é que o tal boneco inflável custou 12 mil reais e até agora não apareceu a nota fiscal.

Assim é a direita. Espirra ódio, xinga e achincalha, ataca a expõe, mas é incapaz de sair do derredor da própria miséria moral: a sonegação. Se um boneco grande e inflável é feito para caluniar, o primeiro sinal de honestidade seria apresentar a nota fiscal de quem pagou por ele. Como eles não o têm, fica muito fácil supor que a oposição raivosa e as petroleiras americanas podem ter passado nesse mato cheio de coelhos.

Por outro lado, fica muito claro por onde o ódio a Lula é alimentado. Na ocasião de ataque ao Instituto Lula, em que lá jogaram uma bomba, O Globo, em seu pseudojornalismo, dizia que era um "incidente". Ao noticiar o acontecido com o boneco calunioso, o mesmo jornal, em seu pseudojornalismo, adjetivou ter sido um "atentado". É dessa imprensa que vem o ódio ao ex-presidente Lula, por tudo que ele representou de bom ao Brasil. Quando, num ato de mea culpa, o jornal dos Marinho e sua rede televisiva de mentiras resolveu pregar governabilidade para o bem do país, depois do setor produtivo ter mandado às favas qualquer tentativa de golpe e instabilidade, o governo e boa parte do PT parecem ter se convencido do bom senso desse grupo. Não há bom senso e nem respeito à democracia. Os ataques de ódio continuam diuturnamente. Ainda nessa semana o âncora William Waack começou o Jornal da Globo dizendo que o Brasil estava acabando por causa desse governo que fez "o diabo para se reeleger". É assim que essa família usa uma concessão pública de TV, como se fosse a sala de suas mansões. É inadmissível reconciliar o irreconciliável. Dia desses, durante um lançamento de livro, o senador Requião revelou que todos nós já sabíamos: durante o governo Lula o governo achava que a Globo era uma TV parceira. Deu no que deu.

Hoje Manu é vítima de fascistas no Facebook, os mesmos que atacam Lula todos os dias. E o ódio só cresce. Não se afaga fascistas com espaço para sua transgressão, não se educa o opressor e não se reconcilia o irreconciliável. Não há meias palavras no jogo da história, e parece essa ser a única saída para a esquerda brasileira se reencontrar.
 
 
Gabriel Nascimento
Filiado À União da Juventude Socialista e mestrando em Linguística Aplicada pela UnB
 

O cabrito inflável


:
domingo a noite... blum.

vovó me convida para um bate papo com câmera ligada.

lá está ela com seu cigarrim no canto da boca.

diga lá, vó.

meu neto, não sei como você não usou essa figura de linguagem ainda: Pixuleco é um cabrito inflável.

disse isso e gargalhou, com a boca cheia de dentes.

como é? não, vó, tá maluca. Pixuleco é o nome do boneco inflável que fizeram de Lula, com roupa de prisioneiro. a senhora não viu isso?

sim. cof, cof. tossiu, pigarreou e cuspiu pro lado, como cocô de pato.

e por que você veio com essa conversa mole de cabrito, vó?

lembra daquele avião que matou Eduardo Campos, meu neto? uma nave cheia de mistérios, foi um sufoco para achar o dono daquilo. até hoje não se sabe quem realmente é o dono, acho que não tem, porque ele teria que indenizar as vítimas que tiveram suas casas destruídas... tinha uns papeis esquisitos em nome de um dono de bodega ou oficina mecânica... gente pobre, laranja... aquilo era um cabrito voando, meu neto.

vó, que conversa sem pé nem cabeça é essa? são onze e meia da noite, vó. tá sozinha aí? por que esse troço de Avião de Campos e Pixuleco, a senhora tá gagando, vó? parou de tomar o seu canabidiol?

ela dá uma sonora gargalhada.

tô tomando, não, meu neto, hoje resolvi fumar.

tá vó, de boa. mas que papo é esse de cabrito voando? a senhora tá confundindo as coisas, em Recife teve um lance de um boi voador, mas isso foi no tempo do império, vó.

ah, meu neto, isso foi coisa de holandês. coisa do Nassau. aquilo foi a primeira propaganda feita no Brasil com um boneco inflável. porque aquele boi tava recheado de capim e mato seco pra flutuar.

era um boi invertebrado, foi o primeiro boi invertebrado da história, meu neto. depois vieram os bois-bumbás, que além de invertebrados eram bípedes. mas porque você falou deste boi mesmo?

vó, onde a senhora quer chegar? a senhora falou que o avião lá de Pernambuco era um cabrito e eu disse que a senhora estava a confundir com o boi do Nassau.

cabrito é uma gíria, meu neto. cabrito, essa gíria criada por aquele outro pernambucano, o Bezerra da Silva, significa coisa de origem duvidosa.

hahahahahahah, entendi, agora é que caiu a ficha vó. mas, oh, ninguém roubou Pixuleco, não. furaram ele.

rapaz, tá difícil conversar com você hoje, hein. escuta aqui, depois que a quela mocinha furou o boneco, levaram ela pra delegacia, iam acusá-la de danificar o patrimônio privado, mas aí o delegado pediu a nota fiscal, para saber que era o dono a ser ressarcido, e não tinha nota fiscal, meu neto. onde já se viu uma coisa dessas?

e ninguém sabe ao certo quanto custou o brinquedão, vó.

olha, meu neto. se são pessoas honestas que estão nas ruas protestando contra a corrupção - esse troço tá correto, tem que protestar mesmo - o que deveriam fazer?, serem transparentes.

arrecadam dinheiro de vaquinhas, meu neto? tudo bem. mas declarem, mostrem a nota no site deles, digam: olha, moçada, arrecadamos tanto, o boneco custou tanto, sobrou tanto e vamos usar nas próximas ações. coisa simples.

tem razão, vó.

e por que não tem nota? por que diabos não tiraram a nota fiscal com a origem, valor e tal? o Lula, coitado, nem pode processar o autor daquela difamação, porque aquilo é uma difamação, ele tá vestido de prisioneiro, só que até agora não é réu em coisa nenhuma. uma difamação pública, abjeta, onde já se viu?

remendaram o boneco, vó, cê viu? inflaram ele de novo e foram para a avenida com escolta policial.

como é, meu neto? a polícia de Alckmin está a escoltar uma mercadoria sem nota? um cabrito?

poxa, caiu a conexão.

cara, a velha tá certa, se o delegado viu que a mercadoria - de 12 mil lascas - não tinha dono, como poderia autorizar sua saída da delegacia? quem a levou, com quê direito? como pode a polícia estar a escoltá-la?

ora, faz todo o sentido a conversa da velha. esse Pixuleco não passa de um cabrito inflável.

palavra da salvação.


Lelê Teles
Jornalista e publicitário. Roteirista do programa Estação Periferia (TV Brasil), apresentador do programa Coisa de Negro (Aperipê FM) e editor do blog FALA QUE EU DISCUTO

Lista de Furnas é a maior pedra no caminho de Aécio


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Não resisto a, mais uma vez, parafrasear o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. "No meio do caminho tinha uma pedra/ Tinha uma pedra no meio do caminho/ Tinha uma pedra/ No meio do caminho tinha uma pedra."

Na última terça-feira (25), em depoimento à CPI da Petrobras na Câmara Federal, o doleiro Alberto Youssef trouxe à tona uma das maiores pedras no caminho do senador Aécio Neves (PSDB): a Lista de Furnas. Ele confirmou à CPI ter tomado conhecimento de que o então deputado federal recebia dinheiro de um esquema de corrupção na Centrais Elétricas de Furnas. A informação lhe teria sido passada por José Janene, ex-deputado do PP, morto em 2010, apontado como um dos beneficiários do esquema de pagamento de propinas investigado na Operação Lava Jato.

Vale recordar que, em depoimento anterior à Polícia Federal, o doleiro já havia afirmado que PP e PSDB "compartilhavam" uma diretoria de Furnas e que os pagamentos a políticos seriam de pelo menos 100 mil dólares mensais entre 1996 e 2000. Por sinal, denúncia oferecida pela procuradora Andréia Baião, da Procuradoria Geral da República (PGR) do Rio de Janeiro, em 2010, também havia revelado o esquema. Assim como Yousseff, ela apontava a empresa Bauruense como intermediária dos recursos arrecadados pela estatal para financiar as campanhas de 2002 do candidato derrotado à presidência, José Serra, de Geraldo Alckmin, eleito governador de São Paulo e Aécio Neves, eleito para o governo de Minas, todos do PSDB. O esquema seria operado pela irmã de Aécio, Andréa Neves.

E já se vão mais de dez anos desde que a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), especialmente o deputado estadual Rogério Correia, trouxe a público a denúncia do envolvimento do ex-governador em um esquema ilegal de repasse de recursos da estatal para políticos. Segundo o documento denominado Lista de Furnas, cuja autenticidade foi comprovada por perícia da Polícia Federal, quase R$ 40 milhões foram distribuídos a 156 políticos, sendo 69% para as três campanhas citadas. Nos bastidores, vários deputados confirmaram terem recebido as quantias vindas de Furnas, que variavam entre R$ 70 mil e R$ 100 mil. Um deles, o então deputado Antônio Júlio (PMDB), hoje presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), corajosamente, assumiu na imprensa que recebeu R$ 50 mil para doação a um hospital.

Em março desse ano, mais uma tentativa de que o esquema fosse apurado. Rogério Correia e os deputados federais petistas Adelmo Leão e Padre João apresentaram requerimento à PGR para que a delação premiada de Youssef sobre Furnas fosse desarquivada e investigada na Operação Lava Jato. Sem efeito, lamentavelmente.

Pois bem. O fato volta à baila, agora, denunciado aos olhos de todos, na transmissão em rede nacional do depoimento de Youssef à CPI. A grande pergunta que fazemos é: se o delator tem credibilidade ao denunciar outros políticos, do PP, PMDB, PT e PSDB, por que não o teria, em se tratando de Aécio Neves? Dizem que "pau que dá em Chico dá em Francisco". Será? Se assim o for, aguardamos também a denúncia do senador pela PGR e, quem sabe, até o pedido de sua prisão.

Se mantida a avaliação anterior do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que a delação de Youssef contra Aécio não tem consistência, há que se exigir uma mudança nos rumos da Operação Lava Jato. Prevaleceria o princípio de que a delação premiada não pode ser vista como prova absoluta, precisando, portanto, ser investigada e confrontada com outras evidências. Ou seja, o próprio procurador assumiria que nem todas as acusações dos delatores são verdadeiras. Nesta lógica, todos os demais denunciados por eles teriam também direito ao benefício da dúvida.

Sobretudo, o que o novo capítulo da Lava Jato evidencia é que as pedras que estavam no caminho de Aécio e do PSDB começam a ser atiradas neles. Caem sobre as cabeças dos que, de forma hipócrita e inconsequente, criaram fatos midiáticos artificiais e utilizaram a Operação Lava Jato para tentar enfraquecer adversários políticos, mesmo conscientes de que jogavam contra o Brasil. Não foi à toa que o empresário Abílio Diniz, presidente da Brasil Foods, declarou recentemente ser a crise do país "fundamentalmente política, muito mais do que econômica".

É fato que a corrupção sempre foi uma "chaga" no Brasil, sobretudo no campo político. Desde 1500, quando Pero Vaz de Caminha, em sua carta ao rei para falar das belezas, virtudes e potencialidades dessa terra, praticou tráfico de influência, pedindo emprego para um parente. E é verdade também que este é um mal praticamente generalizado, independente de ideologia ou agremiação partidária. Chegou o momento de Aécio Neves e o PSDB se haverem com suas "pedras". E agora, Janot?



Durval Ângelo
Deputado estadual (PT-MG), líder do governo na ALMG

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A heroína que furou o boneco do Lula

Resposta do BNDES à Rachel Sherazade

Foto de Fernanda Pires.
Sobre o editorial da jornalista Rachel Sherazade no Jornal da Manhã desta terça-feira, 21, o BNDES informa o seguinte:

Não é correto afirmar que o BNDES “financia obras bilionárias fora do Brasil a juros desconhecidos, com prazos misteriosos e condições secretas”, uma vez que as informações referentes a juros, prazos e condições de todos os financiamentos contratados com o Banco estão disponíveis à consulta de qualquer cidadão na plataforma BNDES Transparente, no site do Banco.

Nesse tipo de operação, o BNDES não envia nenhum recurso para fora do País. O desembolso é feito no Brasil, em reais, à empresa brasileira exportadora, e o pagamento é feito ao Banco pelo importador, o que garante entrada de divisas no Brasil. De 2007 a 2014 o retorno dessas operações para o BNDES foi de R$ 2,4 bilhões. É importante lembrar que a inadimplência nessas operações é zero. Ou seja: o Banco nunca deixou de receber, com juros, os recursos financiados.

Também não é fato que “sobra dinheiro para as nações amigas quando falta para o Brasil”. Uma olhada nos números de 2014 mostra o contrário: os desembolsos do BNDES ano passado foram de R$ 188 bilhões, liderados pelos desembolsos a projetos de infraestrutura no Brasil, que atingiram R$ 69 bilhões. Os desembolsos para exportação de bens e serviços para obras no exterior atingiram R$ 3 bilhões, ou 1,6% do total desembolsado pelo Banco no período.

Em São Paulo, por exemplo, os financiamentos contratados pelo BNDES para obras do metrô somam R$ 11,2 bilhões, que estão sendo utilizados em projetos como a expansão das Linhas 2 (Vila Prudente-Durta) e 5 (Largo do Treza – Chácara Klabin) e implantação das Linhas 15 (monotrilho Vila Prudente – Cidade Tiradentes), 6 (Brasilândia-São Joaquim) e 18 (Monotrilho Tamanduateí-Djama Dutra).

Também foi aprovado agora, no final de junho, financiamento de R$ 747,45 milhões à Sabesp para apoiar a interligação das represas Jaguari (Bacia do Paraíba do Sul) e Atibainha (Sistema Cantareira) e aumentar a disponibilidade hídrica na Região Metropolitana de São Paulo"

Furaram o boneco do Lula. kkkkkkkkkkkkkkkkkk




http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/08/1675002-boneco-inflavel-de-lula-e-rasgado-e-gera-confusao-no-centro-de-sao-paulo.shtml

Charge perfeita.kkkkkkkkk

Alberto Villas publicou um artigo no aplicativo WordPress.

Ridículos!


Nassif processa Gilmar Mendes. Bem feito!



Por que decidi processar Gilmar Mendes


O Ministro Gilmar Mendes me processou, um daqueles processos montados apenas para roubar tempo e recursos do denunciado. Eu poderia ter ficado na resposta bem elaborada do meu competente advogado Percival Maricatto.

Mas resolvi ir além.

Recorri ao que em Direito se chama de "reconvenção", o direito de processar quem me processa.

A razão foram ofensas graves feitas por ele na sessão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na qual não conseguiu levar adiante a tentativa canhestra de golpe paraguaio, através da rejeição das contas de campanha de Dilma Rousseff.

Todo o percurso anterior foi na direção da rejeição, inclusive os pareceres absurdos dos técnicos do TSE tratando como falta grave até a inclusão de trituradores de papel na categoria de bens não duráveis.

Não conseguiu atingir seu propósito graças ao recuo do Ministro Luiz Fux, que não aceitou avalizar sua manobra. Ele despejou sua ira impotente sobre mim, valendo-se de um espaço público nobre: a tribuna do TSE.

 Certamente quem lucrou foram os blogs sujos, que ficaram prestando um tamanho desserviço. Há um caso que foi demitido da Folha de S. Paulo, em um caso conhecido porque era esperto demais, que criou uma coluna 'dinheiro vivo', certamente movida a dinheiro (...) Profissional da chantagem, da locupletação financiado por dinheiro público, meu, seu e nosso! Precisa ser contado isso para que se envergonhe. Um blog criado para atacar adversários e inimigos políticos! Mereceria do Ministério Público uma ação de improbidade, não solidariedade”.

O que mereceria uma ação de improbidade é o fato de um Ministro do STF ser dono de um Instituto que é patrocinado por empresas com interesses amplos no STF em ações que estão sujeitas a serem julgadas por ele. Dentre elas, a Ambev, Light, Febraban, Bunge, Cetip, empresas e entidades com interesses no STF.

Não foi o primeiro ato condenável na carreira de Gilmar. Seu facciosismo, a maneira como participou de alguns dos mais deploráveis factoides jornalísticos, a sem-cerimônia com que senta em processos, deveriam ser motivo de vergonha para todos os que apostam na construção de um Brasil moderno. Gilmar é uma ofensa à noção de país civilizado, tanto quanto Eduardo Cunha na presidência da Câmara Federal.

A intenção do processo foi responder às suas ofensas. Mais que isso: colocar à prova a crença de que não existem mais intocáveis no país. É um cidadão acreditando na independência de um poder, apostando ser possível a um juiz de primeira instância em plena capital federal não se curvar à influência de um Ministro do STF vingativo e sem limites.

Na resposta, Gilmar nega ter se referido a mim. Recua de forma pusilânime.

“o Reconvindo sequer faz referência ao nome do Reconvinte, sendo certo que as declarações foram direcionadas contra informações difamatórias usualmente disseminadas por setores da mídia, dentro dos quais o Reconvinte espontaneamente se inclui”.

Como se houvesse outro blog de um jornalista que trabalhou na Folha, tem uma empresa de nome Agência Dinheiro Vivo e denunciou o golpe paraguaio que pretendeu aplicar na democracia brasileira.

A avaliação do dano não depende apenas da dimensão da vítima, mas também do agressor. E quando o agressor é um Ministro do Supremo Tribunal Federal, que pratica a agressão em uma tribuna pública - o Tribunal Superior Eleitoral - em uma cerimônia transmitida para todo o país por emissoras de televisão, na verdade, ele deveria ser alvo de um processo maior, do servidor que utiliza a esfera pública para benefício pessoal.

A estupidez dos coxihnas



Os coxinhas são estúpidos ate dizer: basta! Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, SP, RJ, ES, SC e os demais estados do Brasil estão em crise, mas nenhum deles tem a coragem de vir aqui dizer que os citados estados estão em crise, preferem criticar o governo federal. Quando a economia estava bombando todos governadores alardeavam que eles eram os verdadeiros responsáveis pelo crescimento de seus estados. Lembro de um, que foi explodido no ar, que vivia dizendo que Pernambuco crescia mais que o Brasil. Agora, o sucessor dele, que não tem um mínimo de competência, vive culpando o governo Dilma. Ora, é bom demais governar com os cofres cheios e com altos investimentos, que chegaram aqui graças a Lula/Dilma, no Estado. Quero ver o bom na crise.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Boa noite.Durma ouvindo essa bela música

Mais um blogueiro processado



Depois de o Terror do Nordeste ter sido processado pelo marqueteiro Antônio Lavareda, aquele que é expert em mentir, caluniar, assassinar reputações nas campanhas eleitorais que participa, agora foi a vez do juiz Sérgio Moro processar criminalmente Miguel Bargas, do Blog Limpinho & Cheiroso. Curioso é que tanto em relação ao Terror do Nordeste quanto em relação ao Limpinho & Cheiroso, os processadores pouparam os graúdos e preferiram processar os bagrinhos.No caso de Lavareda, em vez de ele processar o autor das ofensas à mulher dele no Facebook, preferiu me processar.Já em relação ao Limpinho & Cheiroso, o juiz Sérgio Moro em vez de processar o Globo, que embasou a postagem do citado blog, processou Miguel Bargas.Para essas pessoas, a liberdade é defendida com discursos e atacada com metralhadoras, como diria Carlos Drumond de Andrade.Eu vou dizer um negócio:se a ação que faço parte como réu for julgada procedente, tenho que encerrar meu blog.Não vai dar mais pra continuar me desgastando. Não vivo financeiramente desse blog, uso esse espaço para expressar meus descontentamentos com os demotucanos corruptos e com o PiG vendido e alugado, e para fazer a defesa dos governos do PT.

Gilmala Mentes não sossega

Enquanto isso, o impoluto Gilmala Mentes continua procurando ilícitos para cassar Dilma. Esse camarada não sabe o que lhe espera se continuar com esses expedientes toscos de tentar cassar Dilma. O PT é muitos.O aviso está dado, viu escroque puxa-saco de tucanos corruptos?

Delatores Youssef e Costa confirmam propina a Aécio Neves e a Sergio Guerra

Está faltando o que para o Procurador Geral da República  investigar Aécio Neves?O argumento de que Furnas não guarda relação com a Lava Jato não convence, uma fez que a Eletrobras também não guarda não no entanto, o Almirante ainda está preso.O que tá faltado mesmo é coragem desse Procurador cagão.




Dois dos principais delatores da operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, mencionaram nesta terça-feira (25) que políticos do PSDB receberam recursos desviados de empresas estatais como a Petrobras e Furnas. Entre os beneficiados estariam o ex-presidente nacional partido Sérgio Guerra e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).


As declarações de Costa e Youssef foram feitas durante uma acareação realizada nesta terça-feira na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras na Câmara. Costa e Youssef disseram que Sérgio Guerra recebeu R$ 10 milhões para "abafar" uma CPI no Congresso Nacional para investigar irregularidades na Petrobras em 2009. O dinheiro, segundo a dupla, teria sido pago pela empreiteira. Segundo Youssef, o dinheiro foi pago pela empreiteira Camargo Correa, uma das investigadas pela operação Lava Jato.


Costa disse que foi procurado por Guerra e pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) para que o dinheiro fosse encaminhado ao líder tucano. "De minha parte, posso dizer que eles receberam", afirmou Costa. Sérgio Guerra morreu em março de 2014.


Deputados do PT seguiram questionando os dois delatores sobre suspeitas de pagamento de propina a líderes tucanos. Jorge Sola (PT-BA) perguntou a Youssef se ele tinha conhecimento das informações de que o senador Aécio Neves teria recebido dinheiro de propina relativa a contratos da estatal Furnas. "O senhor confirma que Aécio recebeu dinheiro de corrupção de Furnas?", indagou Sola. Youssef disse ter ouvido sobre isso do ex-deputado José Janene, morto em 2010: "Eu confirmo por conta do que eu escutava do deputado José Janene, que era meu compadre e eu era operador", disse Youssef. Janene é apontado como o responsável pela indicação de Paulo Roberto Costa à direção de Abastecimento da Petrobras.


Em nota oficial, o diretório nacional do PSDB rebateu as afirmações dos delatores. "Como já foi afirmado pelo advogado de Alberto Youssef e, conforme concluiu a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF), as referências feitas ao senador Aécio Neves são improcedentes e carecem de quaisquer elementos que possam minimamente confirmá-las."


O texto prossegue questionanando as motivações de tais declarações: "Não se tratam de informações prestadas, mas sim de ilações inverídicas feitas por terceiros já falecidos, a respeito do então líder do PSDB na Câmara dos Deputados, podendo, inclusive, estar atendendo a algum tipo de interesse político de quem o fez à época."


A partir das menções feitas a Aécio Neves e a Sérgio Guerra, deputados do PT e da oposição travaram uma espécie de "batalha" ao longo da acareação. Em diversos momentos, quando deputados oposicionistas faziam perguntas sobre líderes do PT, deputados governistas gritavam o nome de Aécio. 


Youssef disse ainda que chegou a enviar recursos oriundos de propina a Belo Horizonte, mas negou que fossem direcionados ao senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

"Com referência ao Anastasia, eu mandei, sim, dinheiro para Belo Horizonte, mas não fui que fui entregar. Então, a mim não foi dito que era para o Anastasia. Mas quem foi lá entregar foi o Jayme [Alves de Oliveira Filho], então só ele pode dizer a quem ele entregou. Eu posso dizer que recebi um endereço, um nome, e mandei entregar. Esse nome que eu recebi, me lembro muito bem, não era o Anastasia. Tinha outro nome e tinha outro endereço", afirmou.Uol

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Será que Mendes vai mandar soltá-la?

Ex-primeira-dama de MT é presa por suspeita de desviar R$ 8 milhões

Ela e outras 32 pessoas foram denunciadas por suspeita de fraude.


Mulher de Silval Barbosa, Roseli Barbosa era secretária de Assistência Social.

Do G1 MT
Roseli Barbosa. (Foto: Jana Pessôa/Setas-MT)
 
 
A ex-primeira-dama do estado e ex-secretária de Assistência Social de Mato Grosso, Roseli Barbosa, mulher do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), foi presa nesta quinta-feira (20) em São Paulo pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), durante a operação 'Ouro de Tolo'. Ela é suspeita de liderar um esquema que teria desviado R$ 8 milhões dos cofres públicos, entre 2011 e 2014, período em que ficou à frente da pasta.

Por meio de nota, o ex-governador Silval Barbosa informou que encontrava-se em Cuiabá no momento da prisão e que embarcou para São Paulo assim que soube da prisão. “O que posso dizer é que confiamos na Justiça, mas vamos combater os excessos, pois acredito que a prisão é desnecessária, uma vez que a Roseli não participou de nenhum esquema na secretaria”, finalizou.

Roseli e outras 32 pessoas foram denunciadas em dezembro do ano passado por suspeita de integrarem um esquema na Secretaria de Assistência Social de Mato Grosso (Setas) responsável por fraudes na ordem de R$ 8 milhões, segundo o Ministério Público Estadual (MPE). O esquema foi investigado pelo MPE na operação "Arqueiro" e tinha a participação de servidores públicos e empresários, segundo o MPE.

O mandado de prisão preventiva foi cumprido na tarde de hoje, segundo o Gaeco. Além dela, também foram presos o ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Silvio Cesar Corrêa Araújo, que também foi preso durante a Operação Jurupari, em 2010, e outras duas pessoas.

Segundo o MPE, Roseli Barbosa ainda deverá ser encaminhada de São Paulo para a capital mato-grossense em um voo comercial. A previsão é que ela desembarque em Cuiabá na madrugada desta sexta-feira (21). Ela deve ser conduzida para a Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, na capital, segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).

Os outros três foram presos em Cuiabá. Silvio e um empresário já foram conduzidos ao Centro de Custódia de Cuiabá. Já o servidor preso foi encaminhado para o Centro de Ressocialização de Cuiabá.
Na primeira fase da fraude, de acordo com o MPE, foram criadas instituições sem fins lucrativos de fachada para firmar convênios com a Secretaria de Assistência Social. Após o recebimento do valor do convênio, a empresa ficava com 36% do valor total do contrato e repassava 40% do valor desviado à secretária Roseli Barbosa em dinheiro e 24% para o então chefe de gabinete de Silval Barbosa e para outro servidor da Setas. Esse percentual era dividido entre os dois. A propina recebida também era usada para pagamento de dívidas de campanhas eleitorais.

Operação Arqueiro
 
As investigações começaram após divulgação de apostilas com erros grotescos que estavam sendo utilizadas nos cursos de capacitação em hotelaria e turismo promovidos pelo governo do estado.
Roseli Barbosa é casa com o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) (Foto: Jana Pessôa/Setas-MT)Roseli Barbosa é casada com o ex-governador
Silval Barbosa (PMDB) (Foto: Jana Pessôa/Setas-MT)
 
Segundo o Ministério Público, servidores públicas da Secretaria de Assistência Social e organizações sem fins lucrativos teriam formado um conluio para fraudar licitações e convênios do governo. Os suspeitos foram denunciados por constituição de organização criminosa, corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e outros crimes.

O líder da quadrilha seria um empresário que atua no ramo de cursos profissionalizantes e que é dono de três instituições sem fins lucrativos que estariam sendo usadas na prática de crimes contra a administração pública. Duas dessas instituições, além de uma terceria empresa, teriam recebido quase R$ 20 milhões nos últimos dois anos para oferecer cursos em programas sociais do estado.
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Cartilha classifica Barão de Melgaço de 'cu de mundo' (Foto: Reprodução)Cartilha classificou, por exemplo, Barão de Melgaço de 'cu de mundo' e caso começou a ser investigado  (Foto: Reprodução)
De acordo com o MPE, os suspeitos usavam os nomes de "laranjas" para conseguir as contratações. A qualidade dos cursos também é alvo de questionamento por parte do Ministério Público. Em um dos casos, revelou-se que a pessoa contratada para elaborar o conteúdo das apostilas tem apenas o ensino médio completo. Esta mesma pessoa confessou em depoimento que copiou todo o material pela internet e recebeu R$ 6 mil pelo serviço.

Com base nas investigações, mandados de busca e apreensão da operação Arqueiro foram cumpridos em abril do ano passado no prédio da Setas, tendo como alvos documentos contábeis, licitatórios, de liquidação e de prestação de contas referentes a convênios firmados entre o estado e institutos de fachada para a realização de cursos profissionalizantes.

PF flagra diálogo de Gilmar prometendo lobby para governador detido

É esse santo que quer cassar Dilma.

Atualizado
Meses depois de flagrado na conversa com Barbosa, Gilmar - mais Toffoli e Fux - votaram pela libertação de ex-Chefe da Casa Civil acusado de integrar a quadrilha

 
Do GGN – A revista Época traz reportagem exclusiva de um grampo legal da Polícia Federal que flagrou o Ministro Gilamar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) prometendo ajudar o governador Sinval Barbosa, do Mato Grosso, preso em flagrante pela Polícia Federal.

Na conversa com Barbosa, Gilmar compromete-se a conversar com seu colega Dias Toffoli, relator do caso.

A operação da PF e do Ministério Público Federal visava desbaratar uma quadrilha, dentro do governo, que operava financiamento de campanha com empreiteiras que trabalhavam para o estado. O irmão caçula de Gilmar, Francisco Mendes, prefeito de Diamantina, é do mesmo grupo político do governador.

Quatro meses depois do telefonema, houve um julgamento da 1a Turma do STF para avaliar novo pedido de prisão de Eder Moraes, Secretário da Casa Civil de Barbosa, feito pela PGR.

Segundo a revista, meses antes Toffoli votara para manter Barbosa em liberdade. Os Ministros Celso de Mello e Luis Roberto Barroso abstiveram-se de votar, declarando-se suspeitos. Os Ministros Marco Aurélio de Mello e Rosa Weber votaram a favor do pleito do PGR. Luiz Fux e Toffoli, contra.

O desempate ficou com Gilmar. Sem se declarar suspeito, ele votou a favor de Barbosa.

Apesar do furo, a matéria não aparece na home da revista Época.


PF intercepta ligação de Gilmar Mendes para investigado no STF

Conversa foi gravada no dia em que o governador Silval Barbosa foi preso em flagrante; Ministro da Justiça também foi flagrado

FILIPE COUTINHO
06/02/2015 20h15 - Atualizado em 06/02/2015 20h53
Investigação Gilmar  (Foto: Fotos: Ednilson Aguiar/Secom-MT)
Em 15 de maio do ano passado, o Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-­Geral da República, autorizou a Polícia Federal a vasculhar a residência do então governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, do PMDB, à cata de provas sobre a participação dele num esquema de corrupção. Cinco dias depois, uma equipe da PF amanheceu no duplex do governador, em Cuiabá. Na batida, os policiais acabaram descobrindo que Silval Barbosa guardava uma pistola 380, três carregadores e 53 munições. Como o registro da arma vencera havia quatro anos, a PF prendeu o governador em flagrante. Horas mais tarde, Silval Barbosa pagou fiança de R$ 100 mil e saiu da prisão. Naquele momento, o caso já estava no noticiário. Às 17h15, o governador recebeu um telefonema de Brasília. Vinha do mesmo Supremo que autorizara a operação.

“Governador Silval Barbosa? O ministro Gilmar Mendes gostaria de falar com o senhor, posso transferi-lo?”, diz um rapaz, ligando diretamente do gabinete do ministro. “Positivo”, diz o governador. Ouve-se a tradicional e irritante musiquinha de elevador. “Ilustre ministro”, diz Silval Barbosa. Gilmar Mendes, que nasceu em Mato Grosso, parece surpreso com a situação de Silval Barbosa: “Governador, que confusão é essa?”. Começavam ali dois minutos de um telefonema classificado pela PF como “relevante” às investigações. O diálogo foi interceptado com autorização do próprio Supremo – era o telefone do governador que estava sob vigilância da polícia. Na conversa, Silval Barbosa explica as circunstâncias da prisão. “Que loucura!”, diz Gilmar Mendes, duas vezes, ao governador (leia ao lado um trecho da transcrição da conversa). Silval Barbosa narra vagamente as acusações de corrupção que pesam contra ele. Gilmar Mendes diz a Silval Barbosa que conversará com o ministro Dias Toffoli, relator do caso. Fora Toffoli quem, dias antes, autorizara a batida na casa do governador.  Segue-se o seguinte diálogo:

Silval Barbosa: E é com isso que fizeram a busca e apreensão aqui em casa.
Gilmar Mendes: Meu Deus do céu!
Silval Barbosa: É!
Gilmar Mendes: Que absurdo! Eu vou lá. Depois, se for o caso, a gente conversa.
Silval Barbosa: Tá bom, então, ministro. Obrigado pela atenção!
Gilmar Mendes: Um abraço aí de solidariedade!
Silval Barbosa: Tá, obrigado, ministro! Tchau! 
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AUDIO 01 (Foto: Reprodução)
BOAS RELAÇÕES O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, entrega em 2013 uma medalha de honra ao mérito ao ministro e conterrâneo Gilmar Mendes. O governador é acusado de corrupção pela PF (ao lado) num inquérito que corre no Supremo (Foto: Reprodução)
Meia hora após o telefonema de Gilmar Mendes, foi a vez de o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ligar para Silval Barbosa. Isso mesmo: o chefe da PF foi interceptado... num grampo da PF. A secretária avisa: “Governador, é o ministro da Justiça”. Curiosamente, a conversa começa quase idêntica à anterior. “Que confusão, hein, governador?”, diz Cardozo. Silval Barbosa repete o que dissera a Gilmar Mendes sobre as acusações de corrupção. “Barbaridade!”, diz Cardozo. Silval Barbosa diz ao ministro que tinha uma arma com registro vencido. Cardozo responde: “Muita gente não sabe disso, viu, Silval?”, diz o ministro sobre as regras de renovação de porte. Cardozo ainda diz “que loucura” quando o governador critica o fato de a investigação ser tocada no Supremo, foro do ex-governador e atual senador Blairo Maggi, um dos investigados, e não no Superior Tribunal de Justiça, foro de Silval Barbosa. A conversa prossegue – em determinado momento, Silval Barbosa é chamado de “mestre” por Cardozo.  “O pessoal da PF se comportou direitinho com você? (…) Eu queria saber muito se a PF tinha feito alguma arbitrariedade”, diz Cardozo. “Fizeram o trabalho deles na maior educação, tranquilo”, afirma o investigado. “Qualquer coisa me liga, tá, Silval?”, diz o ministro da Justiça.

ÉPOCA teve acesso com exclusividade à íntegra do inquérito relatado por Dias Toffoli. É lá que se encontram os áudios transcritos nestas páginas (ouça em epoca.com.br) – e as provas do caso. O inquérito foi batizado com o nome de Operação Ararath – uma referência bíblica ao monte da história de Noé, na qual só os policiais parecem encontrar sentido. Iniciada em 2013, a investigação da PF e do Ministério Público Federal desmontara um esquema de lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro e corrupção política no topo do governo de Mato Grosso. O caso subiu ao Supremo quando um dos principais operadores da quadrilha topou uma delação premiada. Entregou o governador e seus aliados, assim como comprovantes bancários. No dia em que Silval Barbosa foi preso, a PF também fez batidas em outros locais. Apreendeu documentos que viriam a reforçar as evidências já obtidas.
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AUDIO 02 (Foto: Época)
RAZÕES PARA RIR O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em momento de descontração com Silval Barbosa. No inquérito, há indícios de que Silval Barbosa recebeu dinheiro do esquema (documento acima) (Foto: Reprodução)
A investigação exigiu do Ministério Público Federal uma força-tarefa de procuradores, além de uma investigação em sigilo absoluto, com direito à entrega de documentos em mãos ao procurador-­geral da República, Rodrigo Janot. Segundo as provas reunidas pelos investigadores, o esquema era simples. O grupo político que governava Mato Grosso desde 2008, representado pelo então governador Blairo Maggi, hoje senador, e Silval Barbosa, que era seu vice, usava a máquina do governo para financiar campanhas eleitorais. Empreiteiras com contratos no governo do Estado faziam ­pagamentos a in­ter­mediários, que por sua vez repassavam dinheiro às campanhas. Esses intermediários eram donos de empresas que funcionavam como pequenos bancos ilegais. Mantinham à disposição do grupo político uma espécie de conta-­corrente. Silval Barbosa foi acusado de articular pessoalmente o pagamento de R$ 8 milhões às campanhas dele e de seus aliados, nas eleições de 2008 e 2010. Há documentos bancários que confirmam o depoimento do delator.
Antes mesmo da batida no apartamento do governador, os delegados foram peremptórios sobre a participação dele no esquema. “Além do crime contra o sistema financeiro nacional, revela-se por parte de Silval Barbosa a prática do crime de corrupção passiva, consubstanciada na solicitação – e posterior recebimento – de empréstimo de R$ 4 milhões (na campanha de 2008), quantia que não seria obtida mediante operação regular (vantagem indevida), para fins eleitorais e partidários (satisfação das necessidades do PMDB), circunstância ligada diretamente a sua atividade política e cargo ocupado (vice-governador); a conduta foi praticada, portanto, em razão da função”, escreveram os delegados ao STF.

O irmão mais novo de Gilmar Mendes, Francisco Mendes, pertence ao mesmo grupo político de Silval Barbosa e Blairo Maggi. Francisco Mendes foi prefeito de Diamantino, cidade natal da família. Apesar da proximidade com Silval Barbosa, Francisco Mendes, ressalte-
se, não está sob investigação da PF. O ministro Gilmar Mendes também mantém boas relações com Silval Barbosa. Em 21 de junho de 2013, quando Silval Barbosa era governador e o caso começava a ser investigado pela for­ça-tarefa, Gilmar Mendes foi ao gabinete dele em Cuiabá para receber a medalha de honra ao mérito do Estado de Mato Grosso. Assim falou Gilmar Mendes: “É uma visita de cortesia ao governador. Somos amigos de muitos anos, temos tido sempre conversas muito proveitosas. Fico muito honrado. Faço tudo para que o nome de Mato Grosso seja elevado”.

Em sete de outubro, quatro meses após o telefonema de solidariedade a Silval Barbosa, o ministro Gilmar Mendes foi convocado a desempatar um julgamento do inquérito. A Procuradoria-Geral da República pedira ao Supremo que o principal operador do esquema, segundo a PF, fosse preso novamente. Argumentava-se que ele tentara fugir – e tentaria de novo. Trata-se de Éder Moraes. Ele fora secretário da Casa Civil, da Fazenda e chefe da organização da Copa do Mundo em Mato Grosso nos governos de Blairo Maggi e Silval Barbosa.
 
Quatro meses após ligar para Silval, Gilmar  deu o voto decisivo para manter livre o operador do esquema
O pedido foi julgado na primeira turma do Supremo, composta de cinco ministros. Meses antes, Toffoli, o relator do caso, votara por mantê-lo em liberdade. Os ministros Celso de Mello e Luís Roberto Barroso avaliaram que não poderiam atuar no caso. Sem declinar as razões, Celso de Mello e Barroso se declararam suspeitos. O ministro Luiz Fux votou com Toffoli, mas os ministros Marco Aurélio Mello e Rosa Weber votaram a favor do pedido do Ministério Público – pela prisão preventiva. O julgamento estava empatado. Faltava um voto. O ministro Gilmar Mendes avaliou que não tinha razões para se declarar impedido ou suspeito de participar do julgamento. Votou contra a prisão do acusado. Foi o voto que assegurou a liberdade de Éder Moraes – que, segundo as investigações, era o parceiro de Silval Barbosa no esquema.

Procurados, os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli disseram que não conversaram sobre o processo. ÉPOCA enviou ao ministro Gilmar Mendes cópia do diálogo interceptado pela PF. Em nota, o ministro negou qualquer conflito de interesses ao participar do julgamento do operador. Também não viu problemas no teor do telefonema de solidariedade ao investigado. “Ao ser informado pela imprensa sobre a busca e apreensão na residência do então governador do Estado do Mato Grosso, com quem mantinha relações institucionais, o Min. Gilmar Mendes telefonou ao Governador Silval Barbosa para verificar se as matérias jornalísticas eram verídicas”, diz a nota. A assessoria do ministro disse ainda que ele usou as expressões “que absurdo” e “que loucura” como interjeições, sem juízo de valor. Gilmar Mendes preferiu não fazer nenhum comentário adicional sobre o assunto.

A amigos, Gilmar Mendes disse que seu voto no caso obedeceu aos mesmos princípios que ele sempre seguiu em julgamentos de pedido de prisão. Segundo a assessoria de Gilmar Mendes, o ministro não julgou Silval Barbosa e, mesmo nesse caso, não haveria motivo para impedimento ou suspeição porque, segundo Gilmar Mendes, eles não são amigos íntimos. “O ministro Gilmar Mendes foi convocado a participar do julgamento de agravo regimental pela Primeira Turma e, no caso, não se verificam quaisquer das hipóteses de suspeição e impedimento, estritamente reguladas nos artigos 277 a 287 do RISTF, 95 a 107 do CPP e 134 e 135 do CPC”, diz uma nota do ministro.

As leis e as normas citadas pelo ministro estipulam os casos em que um magistrado pode se declarar impedido ou suspeito para julgar um caso. Há uma diferença entre impedimento e suspeição. Um juiz declara-se impedido de julgar determinado processo por critérios objetivos. Quando há razões subjetivas que possam comprometer a parcialidade do juiz, ele deve se declarar suspeito. Um juiz deve se declarar impedido quando, por exemplo, ele for parente de uma das partes do processo. Os critérios subjetivos que determinam a suspeição do juiz são vagos: incluem ser “amigo íntimo ou inimigo capital”. Na prática, com exceção de casos muito claros, como os que envolvem parentesco com os acusados, o juiz tem liberdade para decidir, caso a caso, quando deve se declarar impedido ou suspeito.
 
SEM CONVERSA O ministro Dias Toffoli, relator  do caso. Ele diz  que não falou  com Gilmar  Mendes sobre  a prisão  do governador (Foto: Alan Marques/Folhapress)
Ouvido por ÉPOCA, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que é seu dever apurar abusos da Polícia Federal e, por isso, ligou para o governador. “Sempre que recebo algum tipo de informação de que pode ter ocorrido algum tipo de abuso, é meu dever apurar. Era uma mera busca e apreensão, e não havia prisão. Posteriormente, pela imprensa, chegou a informação de que o governador tinha sido preso. Deputados também tinham dito que houve arbítrio. E para checar exatamente o que tinha acontecido, eu liguei para o governador para saber o que tinha acontecido.” Segundo Cardozo, ele mantinha contato frequente com Silval Barbosa por ser governador e, por isso, ligou diretamente. O ministro afirmou ainda que, ao falar em “loucura” e “barbaridade”, usou expressões de concordância, sem juízo de valor.
O advogado de Silval Barbosa, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que não há provas contra o ex-governador. “O caso está sendo investigado e a única base das acusações é uma delação que já foi, inclusive, desmentida pelo delator mediante retratação formal. A defesa não considera que exista qualquer prova de irregularidade contra o governador Silval Barbosa”, disse.

O senador Blairo Maggi negou qualquer participação no esquema. O advogado de Éder Moraes, Rodrigo Alencastro, negou a participação de seu cliente como operador do grupo de Silval Barbosa. “Ele jamais teve esse papel de operador e nem sequer conhece a existência do esquema. Essas afirmações do delator são todas peremptoriamente negadas por Éder Moraes”, disse.

No Supremo, após a decisão que manteve solto o homem acusado de ser o principal operador do esquema, o inquérito contra Silval Barbosa e Blairo Maggi tramita lentamente.