sexta-feira, 31 de julho de 2015

Boa noite

Para limpar os olhos



De gestores e estrategistas





Em recente almoço de confraternização, desfrutei de uma oportunidade rara: receber uma verdadeira aula sobre o atual grupo no poder hoje em Pernambuco. E de uma fonte interna ao grupo dominante, desde a época de diretório estudantil. Em primeiro lugar, uma distinção didática e muito clara sobre a divisão de trabalho que deveria ter se estabelecido no interior dessa oligarquia local, entre os assim chamados "estrategistas", ganhadores de eleição, e os "gerentes", os que deveriam ocupar os cargos depois da competição eleitoral.

Os primeiros constituem naturalmente a liderança política, dotada de capacidade aglutinadora, formulação política, soldar as alianças, escolher os nomes de confiança e garantir sua eleição. Os segundos, os mandatários escolhidos - a dedo, seguindo uma fidelidade canina - para executar o plano, a estratégia dos formuladores ou líderes. Aqui, o chefe ou o líder era, como se sabe, o ex-governador de Pernambuco, falecido em avião "emprestado" pelo sócio, o fazendeiro e presidente da Copergás.

Os prepostos, o atual governador (casado com a prima da ex-primeira dama) e o atual prefeito. A banda deveria tocar assim: um manda e os outros executam,ou obedecem, até porque, na condição de auditores, não tinham a menor experiência política ou de ocupação de cargos públicos, como gestores municipais ou estaduais.

Mas o critério de escolha era outro: a fidelidade canina ao chefe. Morto misteriosamente em desastre aéreo, até hoje não esclarecido, os gerentes tornaram-se, num passe de mágica, em políticos. De meros ajudantes, em mandantes ou ordenadores de despesas, num grave contexto de restrições fiscais e orçamentárias e em oposição ao governo federal.

Começou a tragédia administrativa no Estado de Pernambuco: Arena condenada, túneis inundados, obras da mobilidade inacabadas, hospitais de referência caindo aos pedaços, greve na educação, greve nos transportes públicos, a farsa do Pacto pela Vida, crise no Judiciário.

Como não tinha ninguém para ocupar o lugar do chefe, a não ser a viúva, os filhos, o cunhado e a mãe, as criaturas passaram a ganhar vida e ensaiar uma política que nunca tiveram ou foram capazes de fazer. Estabeleceu-se aos poucos uma autofagia interna entre os membros da "entourage". Cada um querendo tomar o lugar do outro, a vaga de senador, de deputado, de prefeito.

Sem o chefe, todos aumentaram o seu cacife político, por conta própria, dando início a desagregação do grupo político. Aliados de ontem já ensaiam candidatura própria para as eleições de 2017. E bem a propósito de eleições, a matriarca resolveu dar um recado, para dizer o quanto não está sendo bem considerada na atual situação política do Estado: vem estimulando a candidatura de um dos filhos a uma prefeitura municipal vizinha, para dizer que está vivíssima e disposta a dar sua modesta colaboração pelo progresso de Pernambuco.

Pelo visto, o espólio político de ex-governador tornou-se alvo de uma dura disputa entre seus correligionários e familiares que só está começando.


Michel Zaidan
Cientista político da UFPE

Os fascistas estão brincando com fogo

Imagine se alguém jogasse uma bomba na Folha, Estadão, Veja, TV Globo, Época, Instituto Milleniunn? Ah! A República cairia. Coisa de petista, de bolivariano.





247 - Câmeras de segurança flagraram o momento em que uma bomba foi jogada contra o instituto do ex-presidente Lula na noite desta quinta-feira 30 (assista abaixo). De acordo com nota da entidade divulgada nesta manhã, o ataque aconteceu por volta de 22h e, felizmente, ninguém se feriu. O Instituto afirma ter sido alvo de um "ataque político". No vídeo, obtido pelo 247, um carro passa em frente à sede, que fica na capital paulista, e de dentro dele alguém joga o artefato, causando uma explosão considerável. Neste fim de semana, a revista Veja, que tem sido o principal veículo de fermentação do ódio político, defendeu a prisão do ex-presidente e afirmou que era chegada "a vez dele" a partir de uma mentira: uma delação inexistente. Pelo Twitter, o presidente do PT paulista, Emídio de Souza, perguntou: "A que ponto chegou o ódio?". 

Recordar é viver:As relações entre o PSDB e a Dra. Catta Preta, a rainha da delação premiada

 
Catta Preta é uma espécie de sombra atuando na Lava Jato, ela atua nos porões, junto â familia do réu subjugado por meses e meses de tortura em forma de prisào ilegal e terror na Guatánamo de Moro. Nélio Machado deixou a defesa de PRC por se opor à delação premiada. Nenhum advogado de defesa precisa indicar Catta Preta, pois ela fca que nem urubu esperando a presa feder. Ela tem sido advogada da delaçao de quase todos senào todos, há uma trama para anular a defesa para que ela entre no caso como salvadora de almas destroçadas no inferno de Moro

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Ou seja, o envolvimento dele com o partido de Aécio é patente e sua dedicação a eles bastante eficaz. Dizem que era intermediador de propina na Petrobras e fazia isso para vários partidos. Teria alguma participação na compra de votos para a reeleição de FHC? Não sabemos, e, pelo que parece isso não vai aparecer no seu depoimento, mesmo que possa ter acontecido.

Seria coincidência que o partido que o nomeou em cargos de gestão não aparece em momento algum nas reportagens vazadas para a mídia corporativa da sua delação que deveria estar sob segredo de justiça?

Outra coisa interessante também é que Paulo Roberto já confessou ter um contrato com a Globo para vender uma ilha. Sua Consultoria Costa Global teria entre seus contratados as organizações Globo. Quantos e quais outros contratos teria Paulo Roberto e que pessoas estariam por trás desses contratos?
globo irmão marinhoAlguns podem afirmar: Mas o que esse homem estava fazendo num governo do PT? E eu respondo. Os Governos do PT, diferente do que a mídia corporativa afirma não aparelharam a Petrobras com gente do PT.

O PT priorizou o conhecimento técnico e a competência das pessoas, além do político. Mas, entre esses técnicos vários eram ligados a vários partidos, inclusive ao PSDB que cooptou pessoas para seu projeto de poder e aparelhou a Petrobras com muitos deles.  O PT achou que não teria problemas com isso. Aí está no que deu. Coube a Dilma demiti-lo em 2012 quando já havia uma investigação sobre o assunto.

A Petrobras é uma grande empresa e está sendo achincalhada pela mídia por conta dos próprios associados dessa mesma mídia golpista, dona de contratos comerciais na Petrobras. Mas, tudo sempre tem um fim. Chegou a vez do Paulo Roberto. Sua delação está acontecendo exatamente durante as eleições. Coincidência?

Cito abaixo algumas informações de uma reportagem do site Jornali9 de Campo Grande/MS que passou desapercebida de muitos sites. As informações dão conta das relações de Aécio Neves com um certo escritório de advogados de Minas Gerais especialistas, segundo a reportagem, em delação premiada e que atualmente são os defensores de Paulo Roberto Costa. A reportagem diz o seguinte:

“A advogada Beatriz Catta Preta, que assumiu a defesa do ex-diretor e “delator” da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi quem conduziu o acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, e Polícia Federal. Beatriz é prima do desembargador José Mauro Catta Preta nomeado pelo governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB). Anastasia é pupilo do candidato a presidente Aécio Neves.Irmão de desembargador nomeado pelo governo do PSDB, figura como doador da campanha de Aécio Neves para o governo de Minas em 2006. Acompanhe:

Beatriz Catta Preta é especialista em delação, principalmente se os clientes forem “testemunhar” contra os desafetos do PSDB, como: (PMDB, PP, PT, PR).Entre os anos de 2002 e 2003, Catta Preta conseguiu à delação dos réus Lucio Bolonha Funaro e José Carlos Batista.Segundo consta no processo na justiça federal, em associação com o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), eles “criaram estrutura criminosa voltada à ocultação de recursos” – permitindo o repasse de valores ao então líder da bancada do PL, advindos de pagamentos por ordem do PT, em troca de apoio político. 


(…) percebe-se que os “Catta Preta” especialistas em delação, são subservientes à um único partido, o PSDB… A família Catta Preta de Belo Horizonte (MG) é uma espécie de Família Trad de Campo Grande (MS), tem tentáculos na política, advocacia (OAB), magistratura. São considerados como “os intocáveis”…

Catta Preta (MG)
 
O sobrenome Catta Preta já dicionarizado por Mansur Guérios em seu Dicionário Etimológico de Nomes e Sobrenomes(página 89 – Editora “Ave Maria Ltda”) segundo esse Dicionarista e nossos estudos, CATTA PRETA é sobrenome brasileiro, originário do topônimo Vila das Catta Preta, no Estado de Minas Gerais, antigo Arraial do Infeccionado, entre as cidades de Mariana e Ouro Preto, hoje Município de Santa Rita Durão(o nome da Vila das Catta Preta foi mudado para Santa Rita Durão, em homenagem ao famoso Poeta Santa Rita Durão, nascido na Vila das Catta Preta).As terras das Catta Preta pertenciam aos irmãos Fernandes de Oliveira que passaram a ser chamados de os Fernandes de Oliveira das Catta Preta.Os irmãos incorporaram esse apelido Catta Preta ao seu nome e a família o adotou definitivamente. A palavra CATTA PRETA tem origem em CATA (escavações feitas para mineração de ouro e PRETA o ouro envolto em ganga preta, era o ouro conhecido como ouro preto).O ódio alimentado pelo escritório de advocacia “Catta Preta” por políticos e partidos como : Lula e Dilma (PT) e José Sarney (PMDB), e a exaltação do nome do Ministro do STF, Gilmar Mendes.
Em que pese os malfeitos que Paulo Roberto Costa tenha feito na Petrobras, não é muita coincidência que sua defesa esteja sendo feita por pessoas ligadas à Aécio Neves e ao PSDB? Não é também muita coincidência que a delação esteja se dando em plena campanha eleitoral? Não é mais uma coincidência que a Revista Veja tenha tido acesso a à delação feita em caráter de segredo de justiça? Outra coincidência interessante é que não aparece nesses “vazamentos” nenhum político do PSDB, logo o PSDB, considerado pelo TSE o partido mais corrupto do Brasil?

Queremos que atos de corrupção sejam punidos sim, mas, não queremos que esse caso, assim como outros sirvam somente aos interesses de um partido que se acha acima da lei, por ter conivência com interesses comerciais, financeiros e midiáticos.

Que a justiça seja feita! E que esse caso não sirva mais uma vez para esconder o PSDB e fazer uma cortina de fumaça para encobrir as necessidades urgentes de uma Reforma Política que acabe com essa farra dos partidos junto com a mídia corporativa dentro do funcionalismo público e das empresas estatais. Farra essa que acontece de forma mascarada desde a ditadura civil militar.

Os Governos de Lula e Dilma que deram autonomia de investigação e aparelharam a Polícia Federal e outros entes da república para fazer fiscalização e investigação, merecem nossos aplausos pela dedicação e firmeza com que enfrentaram e vem enfrentando todas essas máfias instaladas na máquina administrativa não é de hoje. Não é a toa que querem tirar o PT do poder!


O Globo: A advogada que monitora os segredos dos delatores da Lava Jato


Quem é John Rawls, o filósofo citado pela misteriosa Rainha da Delação?



 
Rawls formulou uma teoria brilhante sobre a 'sociedade justa'
Rawls formulou uma teoria brilhante sobre a ‘sociedade justa’


Beatriz Catta Preta, a misteriosa Rainha da Delação Premiada que abandonou seus clientes da Lava Jato, deixou uma mensagem no Facebook do escritório em que trabalha.

Ei-la: “Cada pessoa, escreveu John Rawls, possui uma inviolabilidade fundada na Justiça que nem o bem-estar da sociedade como um todo pode sobrepor. Portanto numa sociedade justa os direitos assegurados pela Justiça não estão sujeitos à barganha política ou ao cálculo dos interesses sociais“.

Em sua ignorância desumana, a imprensa brasileira não avançou nenhuma informação sobre Rawls.

Os leitores do DCM sabem de quem se trata. Ninguém formulou uma teoria tão engenhosa sobre uma sociedade justa quanto John Rawls (1921-2002). Em 1971, Rawls publicou um livro aclamado: “A Teoria da Justiça”.

A idéia central de Rawls era a seguinte: uma sociedade justa é aquela na qual, por conhecê-la e confiar nela, você aceitaria ser colocado de maneira randômica, aleatória. Você estaria coberto pelo que Rawls chamou de “véu de ignorância” em relação à posição que lhe dariam, mas isso não seria um problema, uma vez que a sociedade é justa.

Mais de quarenta anos depois do lançamento da obra-prima de Rawls, dois acadêmicos americanos usaram sua fórmula para fazer um estudo. Um deles é Dan Ariely, da Universidade Duke, especializado em comportamento econômico. O outro é Mike Norton, professor da Harvard Business School.

Eles ouviram pessoas de diferentes classes sociais. Pediram a elas que imaginassem uma sociedade dividida em cinco fatias de 20%. E perguntaram qual a fatia de riqueza que elas supunham que estava concentrada em cada pedaço.

“As pessoas erraram completamente”, escreveu num artigo Ariely. “A realidade é que os 40% de baixo têm 0,3% da riqueza. Quase nada. Os 20% de cima têm 84%.”

Em seguida, eles aplicaram o “véu de ignorância de Rawls”. Como deveria ser a divisão da riqueza para que eles se sentissem seguros caso fossem colocados ao acaso na sociedade?

Veio então a maior surpresa dos dois acadêmicos: 94% dos entrevistados descreveram uma divisão que corresponde à escandinava, tão criticada pelos conservadores dos Estados Unidos por seu elevado nível de bem-estar social, e não à americana. Na Escandinávia, os 20% de cima têm 32% da riqueza. (Disse algumas vezes já e vou repetir: o modelo escandinavo é o mais interessante que existe no mundo, um tipo de capitalismo extremamente avançado do ponto de vista social.).

“Isso me levou a pensar”, escreveu Ariely. “O que fazer quando num estudo você descobre que as pessoas querem um determinado tipo de sociedade, mas ao olhar para a classe política parece que ninguém quer isso?”

A Rainha da Delação brilhou ao evocar Rawls. Lamentavelmente, o Brasil está muito distante da sociedade justa que ele tão magnificamente descreveu.

Entenda o conceito essencial de Rawls e você vai entender por que Beatriz Catta Preta se sentiu atemorizada. Numa sociedade injusta como a brasileira, os direitos assegurados pela Justiça, ao contrário do que disse Rawls, estão sujeitos à barganha política ou ao cálculo dos interesses sociais.

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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Boa noite. "Não se deve morrer de amor"

Eduardo Campos é homenageado com edição especial de cerveja

Edição conta com o rosto do ex-governador e a frase
Edição conta com o rosto do ex-governador e a frase "não vamos desistir do Brasil", usada durante campanha eleitoral
A série de homenagens ao ex-governador Eduardo Campos, morto em trágico acidente aéreo em agosto do ano passado, não para. Após virar nome de escola na cidade de Joaquim Nabuco, na Mata Sul do Estado, de praça em Panelas, no Agreste pernambucano, e ser até imortalizado em uma tatuagem no prefeito de Paulista, Júnior Matuto (PSB), Eduardo será lembrado em edição limitada de cerveja pelo Grupo Petrópolis, responsável pela comercialização da marca Itaipava. Serão lançadas latas com o rosto de Campos e a frase "Não vamos desistir do Brasil", que foi usada durante a sua campanha eleitoral.


De acordo com o Grupo, a previsão de lançamento é a partir do próximo mês. As latas serão envasadas na unidade da cerveja, localizada na cidade de Itapissuma, Região Metropolitana do Recife, e serão distribuídas em todo o Estado. O grupo não quis comentar sobre algum tipo de pagamento à família pelo uso de imagem do ex-candidato à presidência.

Confira a nota oficial do Grupo Petrópolis:

O Grupo Petrópolis reconhece a importância de Eduardo Campos, enquanto Governador do Estado de Pernambuco, para a implantação de nossa unidade em Itapissuma. Durante as tratativas, a admiração pelo Governador se estendeu à família. 

E nesse momento, atendendo a uma ideia de pessoas próximas a ele. O Grupo desenvolveu uma lata especial de Itaipava, com tiragem limitada, que homenageia o ex-governador.

JC

Adir Assad, o doleiro das obras tucanas

Se é tucano( ou aliado)não vai preso.

por Henrique Beirangê publicado30/07/2015
adir-assad-operação-lava-jato
Assad foi preso na décima fase da Operação Lava Jato


De origem libanesa, 62 anos, ele se identifica como um atleta de alta performance. Chegava a correr 17 quilômetros por dia e disputou a maratona de Nova York. Diz ter optado por uma vida saudável, motivo que o levou a se afastar dos negócios. Empresário do ramo de eventos há três décadas, trouxe ao Brasil estrelas da música, como a banda U2, a cantora Amy Winehouse e a diva pop Beyoncé. Fachada? Sim, segundo a Polícia Federal. Preso desde março por suposto envolvimento nos desvios da Petrobras, o doleiro Adir Assad é notório frequentador das páginas policiais.

Há quatro meses a força-tarefa da Lava Jato tenta arrancar informações de Assad, detido na décima fase da operação. Até agora ele mantém o silêncio e nega participação no esquema. Ao juiz Sergio Moro declarou-se um “estranho no ninho” na penitenciária paranaense que também abriga o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e  o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque.

Os investigadores o acusam de receber 40 milhões de reais como pagamento pela lavagem de dinheiro da Construtora Toyo Setal. Segundo a PF, o dinheiro seguiu para contas indicadas pelo operador Mário Góes ou foi encaminhado diretamente a Duque e a Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras também encarcerado. Os dois funcionários da estatal representariam os interesses do PT no esquema.

Não só. A prisão de Assad revigora outro escândalo já esquecido: o esquema da Construtora Delta e do bicheiro Carlinhos Cachoeira. O doleiro aparece principalmente nas histórias de desvios de obras no estado São Paulo, governado há mais de duas décadas pelo PSDB. Um novo documento nas mãos de procuradores e policiais federais tem o poder de revelar detalhes de um escândalo de proporções ainda desconhecidas no ninho tucano. Os promotores de São Paulo sabem da existência das operações e pretendem abrir inquéritos para apurar as operações financeiras.

O documento é um relatório de análise do Ministério Público Federal que enumera uma série de tabelas de pagamentos a cinco companhias. Segundo a PF, trata-se de empresas de fachada criadas para lavar o pagamento de propinas intermediadas por Assad. Entre elas aparece a Legend Engenheiros, responsável por movimentar 631 milhões de reais sem nunca ter tido um único funcionário, conforme a Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho.

A contabilidade da empresa exibe polpudos pagamentos de consórcios e empresas que realizaram obras bilionárias no governo de São Paulo durante os últimos 20 anos. O primeiro pagamento que salta aos olhos é um depósito de 37 milhões de reais ao Consórcio Nova Tietê. Liderado pela Construtora Delta, o consórcio levou as principais obras de alargamento das pistas da principal via da capital paulista em 2009, durante o governo de José Serra. O valor inicial do contrato previa gastos de 1 bilhão de reais, mas subiu para 1,75 bilhão, ou seja, acréscimo de 75%. Um inquérito sobre a inflação de custos chegou a ser aberto pelo Ministério Público de São Paulo. Acabou, como de costume em casos que envolvem tucanos, arquivado.

A obra foi acompanhada na época pela Dersa, empresa de economia mista na qual o principal acionista é o estado de São Paulo. Na assinatura do contrato entre o governo e o consórcio, o nome do representante da empresa estatal que aparece é o de um velho conhecido: Paulo Vieira de Souza, o famoso Paulo Preto, cuja trajetória e estripulias foram bastante comentadas durante a campanha presidencial de 2010. Acusado de falcatruas, Preto fez uma acusação velada a Serra e ao PSDB à época. “Não se abandona um líder ferido na estrada”, afirmou.

Outro consórcio que participou das obras da ampliação das marginais, o Consórcio Desenvolvimento Viário, também contribui com as contas de Assad. Liderado pela Construtora Egesa, foram 16,1 milhões nas contas da S.M. Terraplenagem Ltda. A Egesa, em consórcio com a EIT, foi responsável por um total de 18,32 quilômetros, considerando os dois sentidos da via, entre o Viaduto da CPTM e a Ponte das Bandeiras.

Durante a Operação Castelo de Areia, que investigou a suspeita de pagamento de propina a agentes públicos pela Camargo Corrêa, o nome de Paulo Preto aparece em uma anotação. Precede um valor: 416 mil reais. O ex-funcionário da Dersa nunca foi indiciado pela Polícia Federal. A Castelo de Areia acabou enterrada por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça. Assad aparece ainda em outra operação federal, a Saqueador, paralisada desde 2013.

Talvez a “sorte” de Assad mude. Na página 41 do relatório do Ministério Público Federal deste ano, aparece outro pagamento, de 2,6 milhões de reais, da Concessionária do Sistema Anhanguera Bandeirantes à Rock Star Marketing, também de propriedade do doleiro. O sistema rodoviário interliga a capital paulista ao interior do estado e foi licitado em 1997. O vencedor foi o CCR, que tem entre seus acionistas a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez. Esta, aponta o relatório, repassou à Legend 125 milhões de reais.  O sistema possui oito praças de pedágio e, de acordo com o relatório aos investidores, só no ano passado gerou lucro líquido de 669 milhões. Detectou-se ainda um depósito de 624 mil reais na conta da Rock Star por uma empresa pertencente à CCR responsável pela exploração do sistema Castelo-Raposo, que liga a capital ao Oeste Paulista.-
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O Rodoanel também não deve escapar da mira dos procuradores. Orçada em 3,6 bilhões de reais, a obra foi dividida em cinco trechos. Vencedora de um dos lotes, a empresa Rodoanel Sul 5 Engenharia depositou 4,6 milhões na conta da Legend. Por receber repasses da União, o Rodoanel passou por uma auditoria do Tribunal de Contas da União. De acordo com um relatório do TCU, o consórcio formado pela empreiteira OAS e Mendes Júnior, também envolvidas no escândalo da Petrobras, incorporou irregularmente uma terceira empresa para a execução, uma violação das regras da licitação. Coincidência ou não, a OAS alimentou as contas de Assad. Um depósito de cerca de 2 milhões de reais foi identificado na quebra de sigilo. Outra concessionária responsável por erguer outro trecho do Rodoanel, a SP Mar, repassou 4,2 milhões à empresa de Assad. A SP Mar pertence ao Grupo Bertin e cuidou da interligação do trecho sul à Rodovia Presidente Dutra, em Arujá.-------------------------

A lista é extensa. Das supostas cinco empresas de fachada foram encontradas movimentações de 1,2 bilhão em operações financeiras com cerca de cem consórcios e companhias, além de indivíduos. Sergio Moro tentou recuperar parte do dinheiro movimentado por Assad. Determinou o bloqueio de 40 milhões de reais. Mas para surpresa, ou não, as contas estavam zeradas.

Os depósitos servirão para novas linhas de investigação pela Promotoria de São Paulo, que também quer entender as planilhas de pagamento do doleiro Alberto Yousseff. Reportagem exclusiva de CartaCapital mostrou que o operador mantinha uma lista de 750 obras, entre elas construções da Sabesp, do Monotrilho e do Rodoanel.

Com uma prisão preventiva nas costas e, sem prazo para se esgotar, os investigadores ainda não conseguiram convencer o doleiro a optar pela delação premiada. O Ministério Público de São Paulo diz pretender ouvir Assad, em busca da origem e do destino dos repasses. Uma eventual colaboração do “empresário do show business” poderia ampliar o escopo das investigações da Lava Jato. Neste caso, a força-tarefa será obrigada a remar contra a maré. Quando não se trata de petistas e seus aliados, os investigadores já devem ter percebido, o ímpeto da mídia e o apoio da chamada “opinião pública” costumam minguar.

Fonte:CartaCapital

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Deus vai atender às súplicas do procurador da Lava Jato?

 Esse camarada, durante a eleição presidencial de 2014, passava dias nas redes sociais xingando Dilma e pedindo voto pra Aécio. Agora quer dar uma de salvador da pátria. Um grandíssimo idiota, isso sim.

por :
À espera de Deus: o procurador Dallagnol
À espera de Deus: o procurador Dallagnol



Pobre Deus.


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Tanta coisa para cuidar do mundo – crianças que morrem de fome na África, que são estraçalhadas por bombas americanas no Oriente Médio etc – e o procurador Deltan Dallagnol ainda quer que ele tome conta da Lava Jato.

Nem Super-homem faria tanta coisa ao mesmo tempo.


Dallagnol, coordenador da Lava Jato, evocou Deus numa igreja batista no Rio de Janeiro, diante de 200 fieis.

Afirmou que Deus abriu uma “janela de oportunidade” para o combate à corrupção no Brasil.
Foi chamado pelos presentes de “servo” e “irmão”.

A defesa de Marcelo Odebrecht definiu a Lava Jato em termos bem menos solenes. Chamou-a de Reality Show, coisa mais para o Diabo do que para Deus.


A intervenção de Dallagnol numa igreja está mais para comédia do que para Reality Show.
Assim como a confusão entre Vaca, o bicho, e Vaccari, o tesoureiro do PT.

Não vai ser surpresa, diante de tamanha confusão e de erros, se o Brasil sair pior da Lava Jato do que entrou.

Parece não haver foco na apuração. Num caos imenso, investiga-se tudo, o que costuma significar investigar nada.

No jornalismo, é comum repórteres ficarem dias, semanas, meses coletando informações copiosas. No final, você filtra e vê que não sobrou quase nada que prestasse.

Mas Dallagnol falou de Deus e então chamo ao debate o Papa Francisco.

O mal maior da humanidade, como tantas vezes insiste Francisco, é a desigualdade.

Fico com Francisco, e não com Dallagnol.


Reduza a desigualdade e tudo de ruim reflui, incluída aí a corrupção. Mantenha a iniquidade, e a sujeira perdurará a despeito de quantas Lavas Jatos aparecerem.

A desigualdade é, em si, corrupta: floresce na lama.

Isso quer dizer que, se Deus abrisse uma vaga em sua complicada na agenda para ajudar o Brasil, sua prioridade um, dois e três seria erradicar a pobreza e construir uma sociedade justa.


A Lava Jato pode esperar.

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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

As relações de Paulo Preto com as empresas investigadas na Lava Jato

Ainda vou me filiar ao PSDB. Só assim não tomo processo nas costas tampouco vou preso.


Por esquiber
Nassif,  acho que temos obrigação de contribuir com as investigações da Lava Jato apontando para Moro um arrecadador tucano que ficou esquecido, apagado pela poeira do tempo. Trata-se do engenheiro Paulo Vieira de Sousa, vulgo Paulo Preto, que segundo reportagem da Istoé,  "possuía relações estreitas com as empreiteiras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, Mendes Júnior, Carioca e Engevix." As mesma investigadas na Lava Jato, com exceção da carioca.

Paulo Preto teria sumido com quase 5 milhões em dinheiro vivo da campanha tucana a presidente de José Serra, dinheiro arrecadado de empreiteiras. Moro talvez ignore este fato, embora não esqueça de João Vaccari Neto, o qual mantén trancafiado por razões de campanha de 2010, a mesma que Paulo Preto apareceu numa citação pra lá de criminosa.

Nos tempos áureos de Paulo Preto, "em São Paulo, foi responsável pela medição de obras e pagamentos a empreiteiras contratadas para construir o trecho sul do Rodoanel, que custou 5 bilhões de reais, a expansão da avenida Jacu-Pêssego e a reforma na Marginal do Tietê, estimada em 1,5 bilhão, diz reportagem de Carta Capital, assinada por Cynara Menezes.

Quando é que Moro vai mandar prender Paulo Preto para que este faça uma delação premiada contando tudo que sabe sobre as relações das empreiteiras com os governos tucanos? Corrupção de empreiteira só é crime se for no governo federal?


Da Carta Capital


por Cynara Menezes

Levada à campanha por Dilma Rousseff, a história do ex-diretor da Dersa causa constrangimento no tucanato e gera versões desencontradas de Serra

Na noite do domingo 10, ao fim do primeiro bloco do debate da TV Bandeirantes, o mais acalorado da campanha presidencial até agora, cobrada pelo adversário tucano José Serra sobre as denúncias contra a ex-ministra Erenice Guerra, a petista Dilma Rousseff revidou: “Fico indignada com a questão da Erenice. Agora, acho que você também deveria responder sobre Paulo Vieira de Souza, seu assessor, que fugiu com 4 milhões de reais de sua campanha”. Serra nada disse – ou “tergiversou”, como acusou a adversária durante todo o encontro televisivo –, e o País inteiro ficou à espera de uma resposta: quem é Paulo Vieira de Souza?

Numa eleição em que o jornalismo dito investigativo só atuou contra a candidata do governo, Dilma Rousseff serviu como “pauteira” para a imprensa. O pauteiro é quem indica quais reportagens devem ser feitas – e, se não fosse por causa de Dilma, Vieira de Souza nunca chegaria ao noticiário. Nos dias seguintes ao debate, finalmente jornais e tevês se preocuparam em escarafunchar, mesmo sem o ímpeto habitual quando se trata de denúncias a atingir a candidatura governista, um escândalo que envolvia o tucanato. A acusação contra Vieira de Souza, vulgo “Paulo Preto” ou “Negão”, apareceu pela primeira vez em agosto, na revista IstoÉ.

No texto, que obviamente teve pouquíssima repercussão na época, o engenheiro Paulo Preto era apontado como arrecadador do PSDB e acusado pelos próprios tucanos de sumir com dinheiro da campanha. “Como se trata de dinheiro sem origem declarada, o partido não tem sequer como mover um processo judicial”, dizia a reportagem, segundo a qual o engenheiro possuía relações estreitas com as empreiteiras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, Mendes Júnior, Carioca e Engevix.

Após a citação feita por Dilma, os jornalistas cuidaram de cercar Serra para tentar extrair a resposta que ele não deu no debate. De saída, o candidato disse não conhecê-lo. “Eu não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factoide criado para que vocês fiquem perguntando”, declarou, na segunda-feira 11.

No dia seguinte, ameaças veladas feitas pelo ex-arrecadador em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo foram capazes de refrescar a memória de Serra. “Não somos amigos, mas ele me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao País, ele tem de responder. Não tem atitude minha que não tenha sido informada a ele”, disse Paulo Preto. “Não se larga um líder ferido na estrada em troca de nada. Não cometam esse erro.”

A partir da insinuação de que o já apelidado “homem-bomba do tucanato” possui fartos segredos a revelar, Serra não só se lembrou do desconhecido como o defendeu e o elogiou. “A acusação contra ele é injusta. Não houve desvio de dinheiro de campanha por parte de ninguém, nem do Paulo Souza”, afirmou o tucano, fazendo questão de dizer que o apelido “Preto” é preconceituoso. “Ele é considerado uma pessoa muito competente e ganhou até o prêmio de Engenheiro do Ano (em 2009). Nunca recebi nenhuma acusação a respeito dele durante sua atuação no governo.”

O último cargo público do engenheiro em governos do PSDB foi como diretor de engenharia da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), cargo do qual foi demitido em abril, poucos dias após Serra se lançar à Presidência. Mas sua folha de serviços prestados ao PSDB é extensa. Há 11 anos ocupava cargos de confiança em governos tucanos e era diretor da Dersa desde 2005, primeiro nas Relações Institucionais e depois na engenharia, nomeado por Serra. Trabalhou no Palácio do Planalto durante os quatro anos do segundo governo Fernando Henrique Cardoso como assessor especial da Presidência, no programa Brasil Empreendedor Rural. Em São Paulo, foi responsável pela medição de obras e pagamentos a empreiteiras contratadas para construir o trecho sul do Rodoanel, que custou 5 bilhões de reais, a expansão da avenida Jacu-Pêssego e a reforma na Marginal do Tietê, estimada em 1,5 bilhão.

Quem levou Vieira de Souza para o Planalto foi Aloysio Nunes Ferreira, recém-eleito senador pelo PSDB, de quem Paulo Preto se diz amigo há mais de 20 anos. Ferreira dispensa apresentações. Em 3 de outubro foi o candidato ao Senado mais votado do Brasil, depois de ter sido chefe da Casa Civil no governo paulista.

De acordo com a IstoÉ, familiares de Vieira de Souza chegaram a emprestar 300 mil reais para Ferreira, quantia -assumidamente utilizada pelo novo senador para quitar o pagamento do apartamento onde vive, em Higienópolis. O engenheiro mantém, aliás, um padrão de vida elevado, muito acima de quem passou boa parte da carreira em cargos públicos. É dono de um apartamento na Vila Nova Conceição em um edifício duplex com dez vagas na garagem, sauna privê e habitado por banqueiros e socialites. Pela média de preços da região, um apartamento no prédio não custa menos de 9 milhões de reais.

Vieira de Souza foi demitido da Dersa oito dias após aparecer ao lado de tucanos graduados na festa de inauguração do Rodoanel e atribuiu sua saída a diferenças de estilo com o novo governador, Alberto Gold-man, que assumiu na qualidade de vice.

Goldman parecia, de fato, incomodado com a desenvoltura, para dizer o mínimo, de Paulo Preto no governo, e deixou esse descontentamento claro em um e-mail enviado a Serra, em novembro do ano passado, no qual acusava o então diretor da Dersa de ser “vaidoso” e “arrogante”, como revelou a Folha de S.Paulo. “Parece que ninguém consegue controlá-lo. Julga-se o Super-Homem”, escreveu o atual governador na mensagem ao antecessor, também encaminhada ao secretário estadual de Transportes, Mauro Arce. Mas Paulo Preto só deixou o governo quando Serra saiu.

Dois meses após sua exoneração, em junho, Vieira de Souza seria preso em São Paulo, acusado de receptação de joia roubada. O ex-diretor da Dersa alega ter comprado de um desconhecido um bracelete de brilhantes da marca Gucci por 18 mil reais. Ao levar a joia a uma loja do Shopping Iguatemi para avaliar se era verdadeira, foi preso em flagrante, após ser constatado pelo gerente que o objeto havia sido furtado ali mesmo no mês anterior. Solto no dia seguinte, passou a responder à acusação em liberdade. Hoje, ele atribui o imbróglio a “uma armação”.

Seu nome aparece ainda na investigação feita pela Polícia Federal que resultou na Operação Castelo de Areia. Na ação, -executivos da construtora Camargo Corrêa são acusados de comandar um esquema de propinas em obras públicas. A empresa nega. No relatório da PF há várias referências ao trecho sul do Rodoanel, responsabilidade de Paulo Preto, que teria recebido quatro pagamentos mensais de 416 mil reais da empreiteira. Vieira de Souza também nega. “A mim nunca ninguém entregou absolutamente nada. O lote da Camargo Corrêa na obra era de 700 milhões de reais e a obra foi entregue no prazo, só com 6,52% de acréscimo. É o menor aditivo que já houve em obra pública no Brasil.”

À revista Época, que publicou uma pequena reportagem sobre o caso em maio, Ferreira reconheceu a amizade antiga com Paulo Preto, mas negou ter recebido doações ilegais da construtora. Afirmou ainda que o Rodoanel foi aprovado pelos órgãos fiscalizadores. “O Rodoanel teve apenas um aditivo de 5% de seu valor total, um recorde para os padrões do Brasil”, disse o senador eleito. Atualmente, a operação Castelo de Areia encontra-se paralisada em virtude de uma liminar deferida pelo ministro Cesar Asfor Rocha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), até que seja julgado o pedido da defesa da Camargo Corrêa, que reclama de irregularidades na investigação.

O vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, que teria servido de fonte para a reportagem da IstoÉ, deu entrevista nos últimos dias na qual nega ter afirmado que Paulo Preto arrecadara, por conta própria, “no mínimo” 4 milhões de reais – o próprio engenheiro diz que esse número foi subestimado. Segundo Eduardo Jorge, não existe nenhum esquema de “arrecadação paralela”, o famoso caixa 2, entre os tucanos. Paulo Preto processa EJ, o tesoureiro-adjunto Evandro Losacco e o deputado federal reeleito José Aníbal, chamados por ele de “aloprados” por tê-lo denunciado à revista. Curiosamente, na entrevista à imprensa, Eduardo Jorge faz mistério sobre os nomes dos reais arrecadadores da campanha tucana, a quem chama de “fulano” e “sicrano”.

Na quinta-feira 14, a bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo entrou com uma representação no Ministério Público Estadual. Solicita uma investigação contra o ex-diretor da Dersa por improbidade administrativa. Além da acusação sobre os 4 milhões de reais arrecadados irregularmente para a campanha tucana, os parlamentares petistas acusam a filha de Paulo Preto, a advogada Priscila Arana de Souza, de tráfico de influência, por representar as empreiteiras que tinham negócios com a empresa pública desde 2006, quando o pai era responsável pelo acompanhamento e fiscalização das principais obras viárias do governo paulista, como o Rodoanel e a Nova Marginal, vitrines da campanha tucana na corrida presidencial.
Documentos do Tribunal de Contas da União revelam que Priscila Souza era uma das advogadas das empreiteiras no processo que analisou as contas da construção do trecho sul do Rodoanel. Ao contrário do que disse o ex-chefe da Casa Civil de Serra, uma auditoria da empresa Fiscobras apontou diversas irregularidades na obra, entre elas um superfaturamento de 32 milhões de reais em relação ao contrato inicial, despesa que teria sido repassada ao Ministério dos Transportes, parceiro no projeto. A filha do engenheiro aparece ainda em uma procuração, datada de maio de 2009, na qual os responsáveis da construtora Andrade Gutierrez autorizam os advogados do escritório Edgard Leite Advogados Associados a representarem a empresa em demandas judiciais.

“Já havíamos encaminhado ao MP uma representação, em maio, pedindo investigação sobre a suposta arrecadação ilegal de dinheiro para a campanha tucana, com base nas denúncias da IstoÉ. Conversei com o procurador-geral, Fernando Grella, e ele me garantiu que a investigação foi aberta, mas corre em sigilo de Justiça, por ter sido anexada aos autos da Operação Castelo de Areia, que está suspensa”, disse o deputado estadual do PT Antonio Mentor.

Para o presidente estadual do PT, Edinho Silva, há indícios suficientes de uma relação “pouco lícita” entre o ex-diretor da Dersa e as construtoras. “Como pode a filha representar as mesmas empresas que são fiscalizadas pelo pai? O poder público não pode se relacionar dessa forma com a iniciativa privada”, afirmou Silva, recém-eleito deputado estadual. “Além disso, é preciso apurar essa história do dinheiro arrecadado ilegalmente pelo engenheiro. Quem denunciou isso não foi a gente, foi o PSDB, que não viu a cor do dinheiro e reclamou à imprensa.”

Por meio de nota, o escritório de -advocacia classificou de “inconsistentes e maldosas” as acusações do PT. “A advogada Priscila Arana de Souza ingressou no escritório em 1º de junho de 2006. O escritório presta, há mais de dez anos, serviços jurídicos a praticamente todas as empresas privadas que compõem os consórcios contratados para a execução do trecho sul do Rodoanel de São Paulo”, registra o texto.

Procurado por CartaCapital, Paulo Preto não foi encontrado. Seus assessores informaram, na quinta-feira 14, que o engenheiro estava viajando. Na entrevista que deu à Folha, o engenheiro insinuou que sua função era a de facilitar as doações de empresas privadas com contratos com o governo de São Paulo ao PSDB. “Ninguém nesse governo deu condições de as empresas apoiarem (sic) mais recursos politicamente do que eu”, disse. Isso porque, sustentou, cumpriu todos os prazos e pagamentos acertados com as empreiteiras nas obras sob seu comando.

Nos últimos dias, Serra tem se mostrado irritado com as perguntas de jornalistas sobre o tucano honorário Paulo Preto. Em Porto Alegre, na quarta-feira 13, chegou a acusar o jornal Valor Econômico de atuar em favor da campanha de Dilma Rousseff. Perguntado por um repórter do diário, o presidenciável disse que o veículo, pertencente aos grupos Folha e Globo, “faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral gratuito”, evidenciando como se incomoda de provar do próprio remédio. O destempero deu-se minutos depois de o candidato declarar seu apreço pela liberdade de imprensa. Além do mais, a reclamação é estranha: as manchetes de jornais e capas de revistas com críticas e denúncias contra Dilma Rousseff são matéria-prima do programa eleitoral do PSDB.

No domingo 17, Dilma e Serra voltam a se enfrentar no debate promovido pela Rede TV! Ninguém espera que se cumpra o vaticínio frustrado de “paz e amor” dado pelos jornais antes do primeiro confronto. A petista vai, ao que tudo indica, continuar a questionar Serra sobre as privatizações do governo Fernando Henrique e insistirá na comparação dos feitos do governo Lula com aqueles de seu antecessor. Segundo a pesquisa CNT-Sensus divulgada na quinta 14, os entrevistados consideraram Dilma Rousseff a vencedora do debate na Band.

Durante o debate, Serra nem sequer defendeu a própria mulher, Mônica, apontada por Dilma como uma das líderes de uma campanha difamatória de cunho religioso contra o PT, ao declarar a um evangélico no Rio de Janeiro que a candidata governista “gosta de matar criancinhas”. O fez depois, em seu programa eleitoral, ao tentar assumir o papel de vítima (segundo ele, a adversária tinha partido para a baixaria e atacado até a sua família).

Fonte:GGN

O país da bandidagem e da hipocrisia


Agente da PF na Lava Jato responde por corrupção





247 - O agente da Polícia Federal Newton Ishii, que atua na operação Lava Jato acompanhando presos como o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, não é bem um exemplo de integridade.

Newton Ishii foi preso pelos próprios companheiros de corporação em 2003, na Operação Sucuri, que investigava uma quadrilha que realizava contrabando na fronteira do Brasil com o Paraguai, segundo nota publicada pela coluna Expresso, de Época.

O agente foi acusado de corrupção e chegou a ser expulso da Polícia Federal, mas conseguiu depois se reintegrado à PF. Ishii responde atualmente a processos criminal e civil, além de uma sindicância.

 PORTARIA Nº 671, DE 14 DE ABRIL DE 2014
O DIRETOR DE GESTÃO DE PESSOAL DO DEPAR-
TAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL, usando das atribuições que lhe
são conferidas pelos incisos XIII e XVIII, do artigo 32, do Regimento
Interno do DPF, aprovado pela Portaria nº 2.877, de 30.12.2011,
publicada no Diário Oficial da União nº 1, de 02.01.2012, Seção I,
pp. 36/44, nos termos do Acórdão nº. 66282013 - TCU, Segunda
Câmara, que decidiu pela ilegalidade de sua aposentadoria, constante
no Processo n° 08389.011056/2003-45, resolve:
Revogar a Portaria n° 1902, de 03 de outubro de 2003,
publicada no Diário Oficial da União n° 193, de 06 de outubro de
2003, que concedeu aposentadoria ao servidor NEWTON HIDENORI
ISHII, matrícula SIAPE n° 182.948, ocupante do Cargo de Agente de
Polícia Federal, Classe Especial, do Quadro de Pessoal do Depar-
tamento de Polícia Federal, e determinar o seu retorno à atividade e
ao efetivo exercício de suas atribuições no referido cargo."
DANIEL RESENDE ALCANTARA

terça-feira, 28 de julho de 2015

FHC — o Neoliberal I — perdeu o juízo, se algum dia o tucano o teve

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, também conhecido como FHC é um ex-presidente politicamente conservador, inquilino da casa grande, que, vítima de uma fortíssima e tenebrosa amnésia, “esqueceu” tudo o que disse e escreveu, bem como pediu às pessoas para esquecerem também tudo o que ele fez, no decorrer de sua vida, a exemplo do que o grão-tucano disse e escreveu.

Parecem confusas essas afirmativas, não é? Porém, elas retratam, fidedignamente, tudo o que o Fernando Henrique Cardoso o é: negligente e incompetente; entreguista e antinacionalista; dissimulado e manipulador; e agora, na altura do campeonato de sua vida já octagenária, o grão-tucano, portador das características de um camaleão, torna-se oportunista e golpista.

Nada disso o que eu assevero é pessoal. Apenas retrato o que o ex-presidente tucano se mostrou em seus mandatos, pois governou o Brasil como se fosse um caixeiro viajante ao invés de ser um estadista, porque vendeu suas estatais estratégicas sem dimensionar o mal que cometeu, pois quando um povo tem seu patrimônio vendido lhe é subtraído ou prejudicado seu direito de se desenvolver, pois as empresas públicas têm como meta primordial zelar pela distribuição de benefícios, de renda e de riqueza.

Quando as estatais são entregues a grupos meramente capitalistas, a exemplo das empresas de telefonia, que visam somente acumular dinheiro, pagar mal seus empregados e fazer remessas de lucros exorbitantes, além de oferecerem um péssimo serviço, o povo sente, porque o dinheiro em mãos privadas somente serve para atender às demandas pessoais e empresariais de corporações econômicas que não tem o mínimo de compromisso com o desenvolvimento do Brasil.

FHC é o Neoliberal I, também conhecido como o Príncipe da Privataria. Trata-se daquele senhor tucano, que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes. Repito: três vezes! Ele ainda repartiu e sucateou a Petrobras, afundou a maior plataforma do mundo — a P-36, e, não satisfeito, foi o autor, inconteste, de um apagão de energia que durou um ano e meio. Repito: um ano e meio! Um recorde negativo de todos os tempos.

Além disso, não satisfeito com sua sequência de incompetências e inaptidões para governar, FHC aniquilou com a indústria naval deste País, bem como vendeu a Vale do Rio Doce, a segunda maior empresa pública brasileira, cujas riquezas estão debaixo da terra. Repito: debaixo da terra! Não é surreal o governo predador desse tucano do PSDB? Existem também tucanos no PMDB, no DEM, no PPS, no PSB, no PP e até mesmo no PT, vide o senador Delcídio Amaral e Cia.

Então, vamos à pergunta que se recusa a calar: “Como mensurar o valor de uma empresa da grandeza da Vale se os produtos com os quais ela trabalha para depois vendê-los estão debaixo da terra? E como saber das terras que têm riquezas em seus subterrâneos se o Brasil é um País continente e, por sua vez, existem terras pertencentes à Vale do Rio Doce, que até hoje não foram exploradas? A resposta eu deixo para o ex-presidente FHC ou para o senador José Serra, entreguista contumaz, um dos líderes emblemáticos da privataria dos anos 1990, e que recentemente apresentou projeto no Senado que praticamente entrega o Pré-Sal às petroleiras estrangeiras. O DNA tucano é realmente lastimável.  

Hoje o grão-vizir da tucanagem posa como o líder da oposição, quando, não, dispõe-se a fazer o papel de decano do bom senso ou de guardião da democracia. Seria cômico se não fosse ridículo e trágico ter que ouvir ou saber das bobagens de Fernando Henrique Cardoso, que vestiu beca, samarra e capelo para apostar no golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, eleita legalmente pela maioria do povo brasileiro.

Isto mesmo, o doutor e “príncipe” sociólogo, Fernando Henrique Cardoso, mandou novamente todo mundo esquecer que ele um dia fingiu ser um democrata, mas que agora, por motivos “alheios” à sua vontade de pôr um tucano na Presidência da República, optou por ser um golpista com doutorado e, consequentemente, um desestabilizador da democracia brasileira com pedigree, o que o faz ser perdoado pelas classes dominantes, admirado pelos abutres da imprensa empresarial e também pelos coxinhas de classe média, batuqueiros de panelas de barrigas cheias, ao tempo que preconceituosos e analfabetos políticos.

A verdade é que Fernando Henrique disse a seguinte pérola, na recente convenção do seu partido em Brasília: “O PSDB está pronto para governar o País”. É isto mesmo. O tucano de alta plumagem e bico longo (por causa disto ele fala sem parar) considera que o governo perdeu a credibilidade. O governo federal administrado pelo PT, lógico. Não se confunda. Para FHC, quem tem credibilidade é o governo de São Paulo de Geraldo Alckmin, aquele que, junto com Serra e Cia., privatizou quase que totalmente o Estado bandeirante.

O privatizou, sim, bem como o deixou sem água, além de serem os responsáveis pelos problemas graves sobre acusações e denúncias relativas ao metrô, aos trens e à Sabesp, bem como serem alvos de queixas e protestos contra os altos preços dos pedágios das rodovias e estradas, todas privatizadas. Se existe alguma coisa na vida que político tucano sabe fazer é vender o patrimônio público que ele não construiu. E por que tucano não constrói? Fácil o é a resposta: porque ele não pensa o Brasil. Oh, alma vazia, fútil e leviana de predador de seu País, porque conspira contra o próprio povo. Oh, vira-lata colonizado e subserviente às causas alienígenas ao Brasil. Remova-se! Manchas se removem, e como tal o é o pensamento entreguista e neoliberal dos tucanos.

Voltemos ao grão-vizir de bico longo e voo curto. Como assim cara pálida? O PSDB está pronto pra governar? Governar o País? Só se for em 2019, se vencer as eleições de 2018. Tudo o que está fora desta agenda política é golpe, baixaria e ausência de discernimento histórico sobre o Brasil e seus golpes de estado, renúncias, deposições, suicídios, exílios e mortes. Um verdadeiro filme (real) de tragédias dirigido por “diretores” inquilinos da casa grande de DNA escravocrata. Pessoas sem limites, que não dimensionam as consequências de um golpe contra uma presidenta legalmente constituída e eleita pelo povo.

Fernando Henrique Cardoso está a brincar de incendiar fogueiras. Incendiá-las não é o problema. O problema é quando se usa gasolina para apagá-las. Agora, o tucano, após afirmar que o PSDB está pronto para governar, ele diz, em seu facebook, que "O momento não é para a busca de aproximações com o Governo, mas sim com o povo. Qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo". Salvar do quê e quem de quê? O PT e o Lula nunca quiseram falar com o FHC. Pantomima e malandragem pura, com os auspícios da Folha.

Anteriormente, o político veterano, que representa principalmente os interesses das oligarquias paulistas, usou a Folha de S. Paulo para propor a abertura de diálogo com o ex-presidente Lula, virtual candidato do PT às eleições de 2018. O tucano se dispôs, inclusive, a debater temas como a reforma política. Balela! FHC nunca foi magnânimo. Ele apenas cometeu uma pantomima política, porque o Neoliberal I nunca pensou o Brasil. Ao contrário, o ex-presidente sempre desprezou o poderoso País de língua portuguesa, a sexta economia do mundo, que tinha tanto patrimônio, que possibilitou a FHC e sua trupe a formalizar e depois colocar em prática a segunda maior privatização da história do mundo, sendo que a primeira foi a privatização da União Soviética — a Rússia.

Depois pessoas nacionalistas e com discernimento histórico do que acontece atualmente têm de suportar o insuportável, ou seja, os coxinhas paneleiros de classe média e média alta, além dos ricos, chamarem o Brasil de merda e a vociferar que neste País nada presta, sem, no entanto, olharem-se no espelho. Vão às ruas como se fossem fantoches da velha mídia, mas despidos de conteúdo político e trabalhista, pois desprovidos de uma pauta séria de reivindicações e exigências.

Só gritam palavras de ordem baseadas em notícias e manchetes elaboradas pelos empregados dos magnatas bilionários de imprensa, que até hoje não sei como essa gente ainda não foi presa. Será que os magnatas bilionários são inimputáveis neste País? Vamos ver... Afinal os donos de empreiteiras e construtoras estão presos. Quem sabe um dia o Brasil seja realmente passado a limpo e, por conseguinte, lermos e ouvirmos manchetes sobre as prisões de magnatas bilionários em seus próprios jornais impressos, radiofônicos e televisivos?

Considero que pau que bate em Chico também bate em Francisco. Mas não considero que em casa de ferreiro o espeto sempre é de pau. Às vezes é de ferro, o que me faz acreditar que vento que bate cá bate lá também. Pena que os parlamentares do PT não saibam mais disso, porque não sobem à tribuna do Senado e da Câmara para informar ao povo brasileiro o que está atrás do impeachment de Dilma Rousseff. Dizer ao público quais são as razões da direita partidária e dos grupos midiáticos a serviço da plutocracia tentar paralisar as atividades e as ações do Governo Dilma. Para quem não sabe, conspirar para derrubar governos eleitos legitimamente é crime e passível de punição. Conspire contra o presidente Barack Obama para ver no que vai dar...

Ao retomar o assunto FHC, quero destacar que seus governos o foram celeiros de escândalos, muitos deles de enormes proporções, além de conquistar maioria no Congresso por meios ilícitos, com pagamentos de “mesadas” a deputados e senadores, bem como comprou a sua reeleição por meio de uma emenda à Constituição, que o recolocasse pela segunda vez consecutiva no poder, conforme declarações publicadas na imprensa familiar por parlamentares da época. São públicas e notórias tais declarações quanto a este assunto.

Mentiu e mente até hoje o Neoliberal I sobre a autoria do Plano Real, que, inclusive, foi lançado sob a guarda do ministro da Fazenda, Rubens Ricupero. O tucano-mor traiu o presidente Itamar Franco, porque qualquer plano econômico que seja efetivado tem de ser realizado com o conhecimento e a autorização do presidente da República, sendo que o mandatário naquela ocasião histórica era o político das Minas Gerais, Itamar Franco, que disse certa vez: “Fernando Henrique entende menos de Matemática do que eu; entende tanto de Economia quanto eu. Talvez, eu até entenda mais de Economia do que ele”. E complementou: “O Fernando Henrique não reconhece que foi eleito por mim e que o Plano Real aconteceu no meu Governo”. FHC trai. Ponto.
  
A polarização política e ideológica que transtorna o Brasil desde as manifestações de rua de junho de 2013 e que seguem cada vez mais radicalizadas no âmbito dos poderes do Estado, a reverberar a crise política em termos publicitários em favor de um golpe contra uma mandatária constitucionalmente eleita, a imprensa de mercado e familiar transforma o Brasil em um País institucionalmente instável, a partir da hora que autoridades do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal passam a ser agentes que influenciam diretamente na economia, na política, porque seguem a pauta política de empresários dos meios de comunicação privados, que nunca tiveram, não têm e jamais terão quaisquer compromissos com o desenvolvimento do Brasil e de seu povo.

Pelo contrário, se tais magnatas bilionários proprietários de um sistema midiático oligopolizado puderem estancar e até mesmo retirar as conquistas dos trabalhadores brasileiros o farão. Todavia para concretizar seus projetos econômicos e financeiros, eles precisam derrotar os governantes que tanto atazanam a vida deles, no que diz respeito às tentativas de colocarem no poder seus candidatos de perfis conservadores e compromissados com os interesses da plutocracia a qual pertencem os empresários de mídias, os mais atrasados dentre todos os setores da escala empresarial, ao ponto de causarem a destruição de qualquer empreendedor que não seguir sua cartilha política.

O problema de FHC e de seu alter ego, senador Aécio Neves, foi a quarta derrota consecutiva para um candidato do PT. A frustração e o inconformismo dos tucanos suplantaram os limites da realidade e da sensatez. A derrota atingiu em cheio a autoestima da direita e de um candidato acostumado a vencer eleições, como o neto de Tancredo Neto, que sempre teve tudo nas mãos.

O PSDB e suas lideranças dessa vez perceberam que poderiam vencer, tiveram muitos votos, mas não o suficiente para resgatar o poder presidencial. É como se eles tivessem chegado ao máximo da temperatura para chegar ao pódio e de repente são alvos de uma ducha fria que os recolocou frente a frente à realidade. Realmente, a dor moral e psicológica foi grande e inusitada. Primeiro, os tucanos se sentiram irremediavelmente surpresos, depois veio um certo abatimento, para logo após se entregarem de corpo e alma ao inconformismo e à fúria dos que consideram a derrota um castigo ao invés de aprendizado.

Contudo, FHC — o Neoliberal I — ao que parece não aprendeu muita coisa. Se tivesse aprendido, não apagaria fogo com gasolina. Afinal, o tucano tem 84 anos e foi testemunha ocular de muitas crises políticas e institucionais deste País, que, insisto, tem vocação para o desenvolvimento e o progresso, mas que tem a morar em suas terras uma das piores e mais perversas “elites” do mundo. Não é à toa que tivemos quase 400 anos de escravidão. Dilma não cai. Lula vai ser candidato se ele quiser. E FHC perdeu o juízo, se algum dia o tucano o teve. É isso aí