sábado, 11 de outubro de 2014

O que me faz votar em Dilma



Nossa! Querem privatizar  até as universidades públicas?

Tenho sido um crítico da política educacional de Dilma neste blog. Acredito serem insuficientes os avanços alcançados e tenho reclamado dos espaços que tem dado para as políticas dos reformadores empresariais na educação. Isso porque queremos que a educação seja pautada por outros rumos.
O fato que temos é que se Dilma abriu espaços questionáveis a estas políticas, Aécio é, ele mesmo, o representante máximo das políticas educacionais dos reformadores empresariais e sua vitória significaria entregar a educação de vez para tais políticas.
Os resultados do primeiro turno exigem que façamos uma séria reflexão sobre o futuro da educação no Brasil avaliando as consequências de trazermos de volta o PSDB ao governo – pior ainda se for uma decisão tomada com o fígado e não com o cérebro, decisões das quais tendemos a nos arrepender depois.
Em primeiro lugar, não posso acreditar que alguém que entrega o seu programa de educação para Maria Helena Castro comandar possa fazer bem à educação brasileira. Se tiver dúvidas, consulte aqui e aqui.
Em segundo lugar, porque não caio nesta conversa de que há um sentimento de mudança sem que se explicitem os objetivos da mudança. Certamente os objetivos do PSDB não são os meus. A mudança deve ser um desejo que nos oriente para além do PT e não para o passado do PSDB, agora “modernizado” com a política educacional dos reformadores empresariais.
Em terceiro lugar, como mostram os resultados do primeiro turno, o Brasil não está preparado politicamente para romper a polarização PT x PSDB de forma a promover um avanço de posições progressistas. O PT é o que se pode construir até agora, e ainda assim poluído com uma série de coligações nem sempre felizes, mas necessárias como mostram os resultados dessa eleição. É insuficiente, mas não podemos romper a polarização andando para trás. Precisamos ir além do PT, e isso ainda está em construção.
A vitória de Aécio retirará as últimas barreiras que ainda resistem à política dos reformadores empresariais da educação no Brasil. Tendo reclamado dos espaços que estas políticas conseguiram obter no governo Dilma, não posso concordar em entregar todo o espaço, agora, a Maria Helena Castro, a “popstar” dos reformadores empresariais brasileiros.

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