sexta-feira, 12 de setembro de 2014

PT se move e promove “onda Dilma”


O Partido dos Trabalhadores consolidou, em sua trajetória de mais de 30 anos, a fama de ser um "partido de chegada".
O partido consolidou uma "mística" de que "chega chegando" nas últimas duas ou três semanas que antecedem a eleição, e já virou inúmeras situações que lhe eram francamente desfavoráveis – pelo menos considerando os cenários eleitorais, alguns desalentadores, que projetavam certas pesquisas de intenção de voto.
Um dos casos clássicos foi a histórica e espetacular virada de Jaques Wagner na Bahia, na eleição de 2006. O galego Wagner, segundo o Ibope na ocasião, nem iria disputar o segundo turno, perderia no primeiro. Wagner, como se sabe, ganhou a eleição no primeiro turno, de modo tão inacreditável quanto acachapante: elegeu-se com 53% dos votos válidos, enquanto seu adversário, Paulo Souto, morreu na praia com 43%.
Só para refrescar a memória dos esquecidos e de alguns pessimistas de ocasião, reproduzo uma das manchetes da imprensa paulista naquela ocasião: "Wagner surpreende, interrompe "carlismo" e dá vitória ao PT na Bahia".
Desconfio que a tal "onda Dilma", que agora todos já parecem avistar no horizonte, substitui a tal "onda Marina", que já se desgasta e arrefece, e poderá, além de reeleger Dilma, eleger alguns candidatos petistas, a exemplo de Rui Costa, na Bahia, Tarso Genro, no Rio Grande do Sul, Pimentel, em Minas, e até Alexandre Padilha, em SP, levando este (ou até mesmo Paulo Skaf) ao segundo turno contra Geraldo Alckmin.
Sim, teremos um segundo turno em São Paulo. Apesar do que sugerem hoje as pesquisas.
A situação nesse estado está particularmente ruim, como todos sabem, com a falta d'água, com a violência exasperante nas ruas das grandes e médias cidades, a educação pública muito ruim, o completo descalabro na gestão da coisa pública, metrô e trens superlotados, a corrupção do "trensalão" e uma "broxante" hegemonia política que já perdura 20 anos, mas que, nitidamente, já sente os desgastes inerentes a uma falta de "tesão" e de competência para governar, sem igual, dos quadros do tucanato, acomodados e desmotivados que estão numa máquina pública arruinada.
Nem os próprios tucanos se aguentam mais, esta é a verdade.
Sim, certamente você já enxerga agora no horizonte, a onda vermelha que se agiganta e que deverá ajudar, como disse, a eleger ou reeleger candidatos do PT e da base aliada.
Sem falar nos inúmeros deputados estaduais e federais, do PT e dos partidos aliados, que certamente irão surfar essa envolvente, gigante e arrebatadora nova onda vermelha que os conduzirá à praia que lhes interessa: o Parlamento.
Quem conhece a força do Partido dos Trabalhadores, de sua militância, dos sindicatos e dos movimentos sociais sabe que essa onda, essa sim, tem força para surgir, crescer, se agigantar e se espraiar por todo o país.
O PT não faz marola – ao menos é o que nos mostra sua história.
O PT é muito mais que uma mera "ondinha", forjada artificialmente, para deleite de alguns empresários e banqueiros.
O PT é outra onda.
O PT é muita onda!

Lula Miranda

Poeta, cronista e economista. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média

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