domingo, 29 de junho de 2014

Tucanos escondem que Aécio foi nomeado diretor da Caixa por Sarney, aos 25 anos

O Partido Pirata do Brasil, ainda em processo de criação, divulgou a página 15 de um suposto relatório interno do PSDB cujo teor contém estratégias e análise de conjuntura da pré-candidatura presidencial. Não há confirmação da autenticidade do relatório, não há assinatura que identifique a autoria, por isso não é possível tomá-lo como verídico, nem levá-lo a sério.



Mas não deixa de ser curioso um parágrafo, onde diz: "A execução da campanha será feita por Andrea Neves, irmã do nosso candidato. Ela já deu as dicas para não se associar de forma alguma com Sarney, e está estritamente ligada as pesquisas para prover a candidatura de forma dura contra o PT. Deve se encaminhar toda informação para o grupo que ela está trabalhando. O cuidado deve ser redobrado com os grupos ligados a Sarney".

Independentemente da veracidade ou não deste texto, em recente entrevista de Aécio Neves (PSDB), quando perguntado se o PMDB e Sarney comporiam sua base de apoio caso ele fosse eleito, o tucano deu uma resposta em cima do muro, dizendo que não fariam parte do núcleo central do governo.

Na entrevista dá para perceber uma preocupação do tucano em desvencilhar-se da imagem de proximidade com o senador José Sarney (PMDB), hoje em palanque oposto, mas com quem teve uma longa história de relacionamento político.

Ao fim da ditadura em 1985, o PMDB da época lançou a candidatura de Tancredo Neves, avô de Aécio, a presidente ainda em eleições indiretas pelo colégio eleitoral. Dissidentes do PDS, partido de apoio à continuidade civil da ditadura, criaram o PFL e Sarney foi escolhido vice. Tancredo adoeceu, faleceu, e Sarney tornou-se presidente.

Antes da missa de 30o. dia de Tancredo, no dia 14 de maio de 1985, o Diário Oficial da União publicava decreto do então presidente José Sarney nomeando um jovem recém-formado de 25 anos para Diretor de Loterias da Caixa Econômica Federal. Era Aécio Neves.

O decreto era assinado também pelo então ministro da Fazenda, atual senador Francisco Dornelles (PP-RJ), primo de Aécio.

A nomeação política, e com nepotismo, do inexperiente Aécio Neves há 29 anos para um cargo tão alto, em uma espécie de primeiro emprego, desconstrói todo o discurso do tucano sobre gestão, meritocracia, aparelhamento político do estado, e outros bordões que os tucanos gostam de dizer, mas não praticam.

Por isso, o relatório divulgado pelo Partido Pirata pode ser ou não verdadeiro, mas a preocupação em não associar o nome de Aécio ao de Sarney faz sentido, pois traz de volta um passado que os tucanos preferem manter abafado, longe do conhecimento e da memória do grande público.

Os Amigos do Presidente Lula

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