sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Kennedy Alencar:Barbosa desrespeita Dilma e colegas




Desabafo deveria esfriar e não esquentar rumor sobre candidatura

Joaquim Barbosa é uma pessoa séria, empenhada de fato no combate à corrupção. No entanto, isso não lhe dá o direito de fazer o que fez hoje. Desrespeitou colegas do Supremo Tribunal Federal e a presidente da República, Dilma Rousseff _autoridade que recebeu nas urnas o direito constitucional de indicar, condicionados à aprovação do Senado, ministros para a mais alta corte de Justiça do Brasil.

Numa democracia, o direito de livre expressão é assegurado a todos. Mas um presidente de Poder precisa medir com mais cuidado o efeito das suas palavras.

Barbosa disse que a absolvição por formação de quadrilha de réus do mensalão decorreu de "uma maioria de circunstância, formada sob medida para lançar por terra todo o trabalho primoroso levado a cabo por esta corte no segundo semestre de 2012″.

Afirmou que se tratava de "uma tarde triste" para o Supremo e que colegas usaram argumentos "pífios".

A frase mais dura foi a seguinte: "Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que este é apenas o primeiro passo. Esta maioria de circunstância tem todo tempo a seu favor para continuar nessa sua sanha reformadora".

São palavras que demandariam de Dilma e de colegas do Supremo alguma manifestação. Eles não ficaram bem na foto. Pelo contrário, foram acusados, para usar um termo educado, de comportamento pouco republicano.

É natural que, com a mudança de composição, colegiados tenham entendimentos diferentes a respeito de decisões do passado. O Supremo de hoje não é melhor nem pior do que o de ontem. Suas decisões devem ser respeitadas.

Ou só podem valer as decisões com as quais Barbosa concorda? O Supremo do bem é o que condenou? O tribunal de hoje é do mal? Barbosa tem conhecimento de alguma articulação da presidente para beneficiar os réus do mensalão? Sabe de alguma troca de favor de colegas para chegar ao STF?

A levar em conta as suas próprias palavras, parece que sim é a resposta a todas essas indagações.

Hoje, o presidente do Supremo avançou o sinal mais do que em outras ocasiões, quando trocou ataques com colegas do STF.

A decisão favorável aos réus petistas esquentou a especulação de que Barbosa poderia deixar o tribunal e abraçar uma candidatura nas eleições deste ano.

Mas o desabafo deveria servir para esfriar esse tipo de rumor. É de arrepiar imaginar Barbosa reagindo a uma decisão do Congresso que o contrarie, caso se eleja um dia presidente da República.


Barbosa tem razão num ponto. Foi realmente uma tarde triste para o Supremo.

4 comentários:

Walter Munhoz disse...

Não há uma tarde triste, há décadas de tristeza , tristeza alvitada pelo emudecimento do JB e demais ministros em diversos episódios.
E se for verificada a conduta dos votantes, quem tem conduta ilibada?
Os que votaram pela absolvição tem, já os que votaram pela condenação, não concordo que tenham, e são com esses que JB forma sua facção.

Walter Munhoz disse...

Não há uma tarde triste, há décadas de tristeza , tristeza alvitada pelo emudecimento do JB e demais ministros em diversos episódios.
E se for verificada a conduta dos votantes, quem tem conduta ilibada?
Os que votaram pela absolvição tem, já os que votaram pela condenação, não concordo que tenham, e são com esses que JB forma sua facção.

Walter Munhoz disse...

Não há uma tarde triste, há décadas de tristeza , tristeza alvitada pelo emudecimento do JB e demais ministros em diversos episódios.
E se for verificada a conduta dos votantes, quem tem conduta ilibada?
Os que votaram pela absolvição tem, já os que votaram pela condenação, não concordo que tenham, e são com esses que JB forma sua facção.

Walter Munhoz disse...

Não há uma tarde triste, há décadas de tristeza , tristeza alvitada pelo emudecimento do JB e demais ministros em diversos episódios.
E se for verificada a conduta dos votantes, quem tem conduta ilibada?
Os que votaram pela absolvição tem, já os que votaram pela condenação, não concordo que tenham, e são com esses que JB forma sua facção.