sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Kennedy Alencar:Barbosa desrespeita Dilma e colegas




Desabafo deveria esfriar e não esquentar rumor sobre candidatura

Joaquim Barbosa é uma pessoa séria, empenhada de fato no combate à corrupção. No entanto, isso não lhe dá o direito de fazer o que fez hoje. Desrespeitou colegas do Supremo Tribunal Federal e a presidente da República, Dilma Rousseff _autoridade que recebeu nas urnas o direito constitucional de indicar, condicionados à aprovação do Senado, ministros para a mais alta corte de Justiça do Brasil.

Numa democracia, o direito de livre expressão é assegurado a todos. Mas um presidente de Poder precisa medir com mais cuidado o efeito das suas palavras.

Barbosa disse que a absolvição por formação de quadrilha de réus do mensalão decorreu de "uma maioria de circunstância, formada sob medida para lançar por terra todo o trabalho primoroso levado a cabo por esta corte no segundo semestre de 2012″.

Afirmou que se tratava de "uma tarde triste" para o Supremo e que colegas usaram argumentos "pífios".

A frase mais dura foi a seguinte: "Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que este é apenas o primeiro passo. Esta maioria de circunstância tem todo tempo a seu favor para continuar nessa sua sanha reformadora".

São palavras que demandariam de Dilma e de colegas do Supremo alguma manifestação. Eles não ficaram bem na foto. Pelo contrário, foram acusados, para usar um termo educado, de comportamento pouco republicano.

É natural que, com a mudança de composição, colegiados tenham entendimentos diferentes a respeito de decisões do passado. O Supremo de hoje não é melhor nem pior do que o de ontem. Suas decisões devem ser respeitadas.

Ou só podem valer as decisões com as quais Barbosa concorda? O Supremo do bem é o que condenou? O tribunal de hoje é do mal? Barbosa tem conhecimento de alguma articulação da presidente para beneficiar os réus do mensalão? Sabe de alguma troca de favor de colegas para chegar ao STF?

A levar em conta as suas próprias palavras, parece que sim é a resposta a todas essas indagações.

Hoje, o presidente do Supremo avançou o sinal mais do que em outras ocasiões, quando trocou ataques com colegas do STF.

A decisão favorável aos réus petistas esquentou a especulação de que Barbosa poderia deixar o tribunal e abraçar uma candidatura nas eleições deste ano.

Mas o desabafo deveria servir para esfriar esse tipo de rumor. É de arrepiar imaginar Barbosa reagindo a uma decisão do Congresso que o contrarie, caso se eleja um dia presidente da República.


Barbosa tem razão num ponto. Foi realmente uma tarde triste para o Supremo.

Merval Pereira está se cagando de medo





A outra anta chamada de Merval Pereira  fica um pouco atrás de Azevedo em termos de bandidismo jornalístico, mas não deixa de ser bandido também. Merval agora se arvorou no direito de ser jurista:Disse Merval Pereira na sua coluna de hoje:

A revisão criminal, no entanto, é bastante difícil de conseguir, e depende de se provar que a condenação foi feita com base em documentos ou depoimentos falsos, ou de aparecerem novas provas de inocência.

Não é difícil nada.No mínimo o julgamento será nulo por violar a Constituição ao conferir foro privilegiado a quem não tinha.Se o STF desmembrou o Mensalão do PSDB por que não desmembrou o do PT? Claro que outros ministros irão aceitar os argumentos de Dirceu, Genuino e Delúbio.

Mas, se este for mesmo apenas o primeiro passo , como alertou o ministro Joaquim Barbosa, pode acontecer que se forme no plenário do STF, ao longo dos próximos dois anos (prazo máximo para pedir a revisão), outra maioria de circunstância para reformar as sentenças já formuladas. Nesse prazo, devem sair do Supremo, por aposentadoria, os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, e o ministro Joaquim Barbosa.

Primeiro, já vão tarde esses escroques citados por Merval.Depois, quando foi para condenador os réus não houve a tal maioria de circunstância referida por Merval.Todos ministros eram imparciais, corretos.


Espera-se que as piores previsões não se confirmem e que os próximos presidentes continuem enviando ao STF juízes capazes de serem independentes em seus votos. A simples desconfiança de que o plenário seja manipulável, atendendo aos interesses do governo da ocasião, coloca em risco a democracia brasileira, que tem no julgamento do mensalão, apesar de tudo, um marco positivo.

Na verdade, Merval tá se cagando de medo porque sabe que os novos ministros irão anular o julgamento, ou até mesmo absolver réus como Dirceu, Delubio e Genuino e isso independe do governo de ocasião.É questão de técnica jurídica e de justiça.Dane-se Merval e sua gangue corrupta.

Reinaldo Azevedo está com raiva de Luis Barroso




Reinaldo Azevedo, que quase enricou ganhando dinheiro da Nossa Caixa na gestão Alckmin, que vive a defender corruptos da laia de Matarazzo, Nunes e Eduardo Azevedo, como fez recentemente quando o aplaudiu por causa da renúncia ao cargo de deputado, está indignado porque a maioria do STF absolveu Dirceu, Genoíno e Delúbio do crime de formação de quadrilha falou assim em relação a Luís Barroso:

“O ministro decidiu ser o Catão da política, exacerbando a retórica moralista para cobrar uma reforma que barateie as campanhas eleitorais, lamentar a inércia dos políticos, afirmar que o idealismo se converteu em argentarismo, fustigar o "abominável espetáculo de hipocrisia" em que "todos apontam o dedo contra todos, mas mantêm "seus cadáveres no armário". Barroso saiu do armário e disse o que pensa sobre o mensalão: apenas "recursos não contabilizados" de campanha, como disse Delúbio Soares. A fala ignora a essência golpista do mensalão. O que o foragido Henrique Pizzolato, por exemplo, tem a ver com custo de campanha? Parte do dinheiro que comprava partidos e políticos era público. Oi, o que Pizzolato tem a ver com recebimento de mensalão para votar em projetos de interesses do governo? percebeu como esses sabujos do PiG são burros? Os cara não sabem nem raciocinar. A ânsia é tão grande de falar mal do PT que eles morrem pela boca como peixe.

Que autoridade moral tem Reinaldo Azevedo para criticar um ministro preparadíssimo como luis Roberto Barroso,Barroso sabe mais de Direito que Gilmar lobista Mendes, Celso Mello, Marcos Aurélio, Joaquim Barbosa, Peluso, Britto e Luiz Fux juntos.

Reinaldo Azevedo é, sem dúvida, o jornalista mais bandido do Brasil.Ganha até para o outro não menos bandido Merdal Pereira.Essa anta tem mais e que tomar na sua cloaca imunda.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Humberto Costa:Alta do PIB representa vigor do Brasil


pib pib
O crescimento de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano de 2013 foi recebido com entusiasmo pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). De acordo com o senador, o resultado demonstra o vigor da economia brasileira diante das “condições extremamente adversas no cenário internacional”.
“É uma resposta muito contundente da solidez do nosso crescimento e da credibilidade da condução da nossa economia”, ressaltou Humberto. “Essa alta do PIB vem ao encontro de uma série de outros indicadores muito positivos que têm sido divulgados, e que corroboram, decisivamente, o aumento da confiança no nosso país.”
O líder do PT no Senado avaliou, ainda, que a recuperação econômica mundial tem sido um processo lento, e que o Brasil – mesmo diante de um ambiente de pessimismo criado por alguns setores internos – tem apresentado crescimento acima da média global.
“O PIB ainda não é aquele que queremos. Mas está gradualmente aumentando. Poucos países no mundo têm crescido como o Brasil”, afirmou Humberto Costa. Em 2013, a Alemanha cresceu 0,4%; o Japão, 1,6%; o Reino Unido e os Estados Unidos, 1,9%; e a Zona Euro apresentou queda de 0,4% no PIB.

Gleisi arranca as plumas de Aloísio Nunes, um dos líderes do Trensalão

Onde está a crise?

Contrariando os que tentam propagar que estamos enfrentando alguma crise, o crescimento do nosso PIB foi o terceiro maior do mundo em 2013, conforme divulgado recentemente pelo IBGE. Com um crescimento de 2,3% no último ano, a economia brasileira está acima de nomes como Estados Unidos, Reino Unido e África do Sul.

O resultado do último trimestre também mantém a economia brasileira na terceira posição, mostrando que encerramos 2013 muito bem. Essas conquistas mostram que o governo do PT está no caminho certo, colocando nosso país entre as grandes potências do mundo, fortalecendo nossa economia e trazendo mais emprego e renda para o povo que mais precisa. Nosso partido está transformando o país e, com certeza, ainda vamos melhorar muito mais.

Texto e legenda lambidios do Facebook

Barbosa, a marionete do golpe, morreu pela boca

O escritor argentino Ricardo Piglia, num de seus ensaios, propõe uma tese segundo a qual um conto oferece sempre duas histórias. Uma delas acontece num descampado aberto, à vista do leitor, e o talento do artista consiste em esconder a segunda história nos interstícios da primeira.
Agora sabemos que não são apenas escritores que sabem ocultar uma história secreta nas entrelinhas de uma narrativa clássica. O ministro Luís Roberto Barroso nos mostrou que um jurista astuto (no bom sentido) também possui esse dom.
Esta é a razão do ridículo destempero de Joaquim Barbosa. Esta é a razão pela qual Barbosa interrompeu o voto do colega várias vezes e fez questão de, ao final deste, vociferar um discurso raivoso e mal educado.
Barbosa sentiu o golpe.
Houve um momento em que Barbosa praticamente se auto-acusou: “o que fizemos não é arbitrariedade”. Ora, o termo não fora usado por Barroso. Barbosa, portanto, não berrava apenas contra seu colega. Havia um oponente imaginário assombrando Barbosa, que não se encontrava em plenário, mas ele sentiu sua presença enquanto ouvia Barroso ler, tranquilamente, seu voto.
O oponente imaginário são os milhares de brasileiros que vem se aprofundando cada vez mais nos autos da Ação Penal 470, acompanhando os debates do Supremo Tribunal Federal, ajudando alguns réus a pagar suas multas, dando entrevistas bem duras em que denunciam os erros do julgamento, e constatando, perplexos, que houve, sim, uma série de erros processuais e arbitrariedades.
Barroso contou duas histórias. Uma delas, no primeiro plano, era seu voto. Um voto tranquilo e técnico. Só que nada na Ação Penal 470 foi tranquilo e técnico, e aí entra a história subterrânea, por trás do cavalheirismo modesto de Barroso.
E aí se explica a fúria de Barbosa.
A história secreta contada por Barroso, com uma sutileza digna de um escritor de suspense, de um Edgar Allan Poe, com uma ironia só encontrada nos romances de Faulkner ou Guimarães Rosa, é a denúncia da farsa.
Aos poucos, essa história subterrânea virá à tôna. Alguns observadores mais atentos já a pressentiram há tempos.
O novo ministro, antes mesmo de ingressar no STF, entendeu que há um muro de ódio e violência à sua frente, construído ao longo de oito anos, cujos tijolos foram cimentados com preconceito político, chantagens, vaidade e uma truculência midiática que só encontra paralelo nas grandes crises dos anos 50 e 60, que culminaram com o golpe de Estado.
Sabe o ministro que não é ele, sozinho, que poderá desconstruir esse muro. Em entrevista a um jornal, o próprio admitiu que estava assustado com a violência da qual já estava sendo vítima: o médico de sua mulher, sem ser perguntado, disse a ela que não tinha gostado do voto de seu marido, e suas filhas vinham sendo questionadas na escola por colegas e professores.
O Brasil vive um tipo de fascismo midiático cuja maior vítima (e algoz) é a classe média e os estamentos profissionais que ela ocupa.
É a ditadura dos saguões dos aeroportos, das salas de espera em consultórios médicos, dos shows da Marisa Monte.
Nos últimos meses, eu tenho feito alguns novos amigos, que tem me dado um testemunho parecido. Todos reclamam da solidão. A mãe rodeada de filhos “coxinhas”. O pai que é assediado, às vezes quase agredido, pelas filhas reacionárias. A executiva na empresa pública isolada entre tucanos raivosos. Alguns, mais velhos, encaram a situação com bom humor. Outros, mais jovens, vivem atordoados com as pancadas diárias que levam de seus próximos.
No entanto, o PT é o partido preferido dos brasileiros, ganha eleições presidenciais, aumenta presença no congresso e pode ganhar novamente a presidência este ano, até mesmo no primeiro turno.
Por que esta solidão se tanta gente vota no partido?
Claro que voltamos à questão da mídia, que influencia particularmente as camadas médias da sociedade, à esquerda e à direita. A maioria da classe média tradicional, hoje, independente da ideologia que professa, odeia o PT, idolatra Joaquim Barbosa, e lê os livros sugeridos nos cadernos de cultura tradicionais.
Eu conheço um bocado de artistas. Hoje são quase todos de direita, embora a maior parte se considere de esquerda. Todos odeiam Dirceu, sem nem saber porque. E me olham com profunda perplexidade quando eu tento argumentar. Como assim, parecem me perguntar, com olhos onde vemos rapidamente nascer um ódio atávico, irracional, como assim você não odeia Dirceu?
Eu tento conversar, com a mesma calma de Barroso, mas não adianta muito. Eles reagem com agressividade e intolerância.
Pessoas em geral pacatas se transformam em figuras raivosas e vingativas. O humanismo, que tanto fingem apreciar nos europeus, mandam às favas ao desejar que os réus petistas apodreçam no pior presídio do Brasil.
Eu mesmo costumo usar os mesmos termos de Barroso. “Respeito sua opinião”, eu digo. Às vezes até procuro elogiar o interlocutor, numa tentativa ingênua e canhestra de quebrar a casca de ódio que impede qualquer diálogo. Não adianta. Qual um bando de Barbosas, eles respondem, quase sempre, com grosserias e sarcasmos.
Quantas vezes não vivi a mesma situação de Barroso? Às vezes, inclusive, aceitei teses que não acreditava, violentei-me, num esforço desesperado para transmitir uma pequena divergência, uma singela ideia que foge ao script da mentalidade de um interlocutor cheio de certezas.
Entretanto, a serenidade estóica e elegante de Barroso significou uma grande vitória para nós, os solitários, os que arrostamos as truculências diárias da mídia e de seu imenso, quase infinito, exército de zumbis.
Porque encontramos um igual.
Encontramos alguém que sofre, que tenta expor uma ideia diferente, e recebe de volta uma saraivada de golpes de quem não aceita ser contestado.
Não confundamos, contudo, elegância com covardia. Não se pode exigir a um homem que derrube sozinho uma muralha desse calibre. Esse trabalho não é de Barroso. Será um esforço coletivo, que já estamos empreendedo. Barroso encontrará forças em nossas ideias.
Mesmo que ele tenha de fazer algum recuo estratégico, como aliás já fez, ao condenar Genoíno, será para avançar em seguida.
Mas a função de um juiz do STF não é defender uma classe. Não é defender a rapaziada que frequenta o show da Marisa Monte e lê os editoriais de Merval Pereira. Não é se tornar celebridade ou “justiceiro”. A função de um juiz é ser justo e defender tanto as razões do Estado acusador quanto os direitos dos réus.
Quando Getúlio deu um tiro em si mesmo, ele deixou um recado, no qual há referências algo misteriosas a “forças” que se desencadearam sobre ele.
Como que antevendo o que continuaríamos a enfrentar, durante muito tempo, o velhinho ainda tentou, em sua dolorosa despedida, nos consolar:
“Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado.”
E cá estamos, Getúlio, diante das mesmas forças obscuras. Diante da mesma truculência, das mesmas arbitrariedades, que dessa vez encontraram voz na figura, trágica ironia, de um negro. Do primeiro negro que nós, o povo, nomeamos para o STF, mas que preferiu se unir aos poderosos de sempre, aos donos do dinheiro, aos barões da mídia, à turma do saguão do aeroporto…
É positivamente curioso como os ministros da mídia demonstram auto-confiança, arrogância, desenvoltura. Gilmar Mendes, Barbosa, Marco Aurélio Mello, dão entrevistas como se fizessem parte de uma raça superior. São campeões de um STF triunfante, que prendeu os “mensaleiros”.
Enquanto isso, os outros ministros agem com humildade, discrição, prudência. Barroso lê seu voto com voz quase trêmula, e pede reiteradas desculpas por cada mínima divergência. Nunca se ouviu um ministro pedir tantas vênias como Barroso. Nunca se viu um juiz fazer tantos elogios àquele mesmo que o destrata sem nenhuma preocupação quanto à etiqueta de um tribunal.
Mas o que Barroso pode fazer? Não faríamos o mesmo? A situação de Barroso é quase a de um sertanejo humilde, argumentando em voz baixa diante de seu patrão.
Sintomático que Luiz Fux, que aderiu também à Casa Grande, tenha citado Lampião para designar a “quadrilha dos mensaleiros”. O mundo dá tantas voltas, e retorna ao mesmo lugar. Virgulino Ferreira da Silva, o terror do Nordeste, o maior dos facínoras, quem diria, seria comparado a José Dirceu! É o tipo de comparação que não dá para ouvir sem darmos um sorriso triste e malicioso.
Não foi Virgulino igualmente o maior herói do sertão? Não foi ele o maior símbolo das injustiças e arbitrariedades que se abatiam, dia e noite, sobre um povo sofrido e miserável?
Evidentemente, não existe comparação mais idiota. Dirceu é um homem de paz, que acreditou na democracia e na política. Lampião foi um bandido que desistiu de qualquer solução política ou pacífica para seus problemas.
Mas também Fux, sem disso ter consciência, trouxe à baila uma história subterrânea, soterrada sob sua postura covarde de um juiz submetido aos barões de sempre: Lampião provou ao Brasil que não existe opressão sem resistência, mesmo que na forma de banditismo. Esta é a lei mais antiga da humanidade. A resistência e o heroísmo nascem da opressão e da arbitrariedade, como um filho nasce da mãe e do pai.
A campanha de solidariedade aos réus petistas foi a prova disso. Mas não vai parar aí. Ao chancelar uma farsa odiosa, arbitrária, truculenta e, sobretudo, mentirosa, o STF produziu milhares de Virgulinos. Só que não são Virgulinos por serem bandidos ou violentos. São Virgulinos exatamente pela razão oposta: a coragem de lutar de maneira pacífica e democrática.
É a coragem, sempre, a grande lição que o mais humilde dos cidadãos dá aos poderosos. É a coragem que faz alguém se insurgir contra a opinião do ambiente de trabalho, da família, do condomínio, dos saguões dos aeroportos, e assumir uma posição política independente, inspirada unicamente em sua consciência.
É a coragem, enfim, que faz os olhos de Barroso irradiarem um brilho de confiante serenidade. Sua voz pode tremer, mas não por medo. Treme antes pelo receio de escorregar um milímetro no fio da navalha por onde caminha, entre o desejo de falar duras verdades a um tratante e a determinação de manter uma elegância absoluta.
Barroso sequer consegue usar o pronome “seu” ao se referir a Barbosa, com medo de cometer um deslize verbal. Se Barbosa fosse uma figura serena, amiga, Barroso não teria esse escrúpulo. Tratando-se de um oponente sem caráter, sem moderação, e ao mesmo tempo tão incensado e blindado pela mídia, Barroso tem de tomar um cuidado máximo. Tem de tratá-lo com respeito até mesmo exagerado. Barroso sabe que Barbosa é vítima de megalomania e arrogância messiânica, que sofre de uma espécie de loucura, uma loucura perigosíssima, porque protegida pelos canhões da imprensa corporativa.
Ao contestar tão ofensivamente o teor do voto de Barroso, ao acusá-lo, de maneira tão vil, Barbosa disparou um tiro no próprio pé. Ganhará, ainda, um bocado de palmas dos saguões aeroportuários, mas haverá mais gente erguendo a sombrancelha, desconfiada de tanta fanfarronice e falta de modos.
Barroso deixou que Barbosa morresse como um peixe, pela boca.

Luis Barroso:Joaquim Barbosa tem déficit civilizatório

O choro de Eduardo Campos


O traíra Eduardo Campos, que se caga de medo de Lula, não se contentando também com a solidez da economia do Brasil, disse no Facebook:


O IBGE acaba de divulgar o medíocre PIB de 2013. Não adianta vir com o velho truque de selecionar outros países mal das pernas e dizer que estão piores do que nós. O povo brasileiro merece coisa melhor. O Brasil não precisa de governantes dedicados unicamente a explicar por que estamos mal. Precisa de um governo que jogue limpo, que seja transparente, que trabalhe duro para fazer o Brasil crescer de verdade, para ressuscitar nossa indústria, para reanimar nossas exportações, para defender nossa economia, que é a base da nossa soberania nacional. Só uma economia forte e pujante na sua sustentabilidade pode trazer um futuro melhor para os brasileiros. O Brasil precisa parar de festejar a mediocridade, precisa parar de pensar pequeno. Nossa vocação é pensar grande, é trabalhar para que os grandes sonhos e projetos do povo brasileiro virem realidade. É nisso que acredito.

Eduardo tem mais é que botar Pernambuco para crescer, já que o Estado está praticamente paralisado.As grandes obras do Estado pararam.

O choro de Aécio Neves


Aécio Rei do Pó Neves(PSDB-MG), não se contentando com o PIB do Brasil, que, dentre os países de dimensões continentais, só cresceu menos que a China(7%), soltou essa nota:


NOTA À IMPRENSA

Apesar de um desempenho geral um pouco melhor do que o projetado pelos analistas (2,3% contra 2,1% das estimativas), o comportamento do PIB nacional medido pelo IBGE não representa uma efetiva recuperação ou retomada do crescimento da economia brasileira e continua sendo, no acumulado dos últimos três anos, o menor entre as principais economias emergentes.

Ao contrário do que acusa o governo, os analistas sempre foram menos pessimistas do que os fatos. Ou seja, nos últimos três anos, o desempenho da economia esteve sempre abaixo do desempenho esperado pelos diagnósticos dos especialistas, no início do ano ou no final do ano anterior.

Mesmo com uma queda menor da indústria no período, esse número mal compensou a queda de 8% do PIB industrial de 2012. O quadro geral é de estabilidade, em um patamar muito aquém do que o país poderia e deveria estar.

O mesmo acontece com o crescimento dos investimentos - em 6,3%, que quase não contrabalança a queda de 4% registrada em 2012. É ainda importante destacar que, quando se olha os números trimestrais, o crescimento do investimento se concentrou na primeira metade de 2013 e já perdeu fôlego no segundo semestre do ano. A taxa de investimento, de 18,4% do PIB, continua abaixo para o padrão latino-americano, de mais de 20%.

O consumo das famílias cresce a uma taxa inferior e a tendência é de que o crescimento da renda este ano seja menor e as novas concessões de crédito também, o que não nos permite conclusões muito otimistas.

Do ponto de vista geral, o potencial de crescimento da economia reduziu-se efetivamente, fenômeno que não pode ser mais "terceirizado" e debitado na conta da crise internacional ou de outros acasos.

Representa queda estrutural do potencial de nossa economia em produzir um futuro melhor para os brasileiros, em função dos erros de política econômica que se acumulam nos últimos anos.

Aécio Neves

Presidente Nacional do PSDB


Brasília, 27 de fevereiro de 2014

PIB cresceu além do previsto.Chora derrotados!

Brasil contraria temor de ‘recessão técnica’ e cresce 2,3% em 2013






PIB totalizou R$ 4,84 trilhões no ano, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); em 2012, a economia brasileira havia crescido 1%; no quarto trimestre de 2013, o crescimento foi de 0,7% na comparação com o trimestre anterior e 1,9% na comparação com o mesmo período de 2012; desempenho foi melhor do que o previsto


Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou 2013 com um crescimento de 2,3 %. O PIB totalizou R$ 4,84 trilhões no ano, segundo dados divulgados hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2012, a economia brasileira havia crescido 1%.

No quarto trimestre de 2013, o PIB cresceu 0,7% na comparação com o trimestre anterior e 1,9% na comparação com o mesmo período de 2012.

Pelo lado da produção, os três setores da economia tiveram crescimento em 2013, com destaque para a agropecuária (7%). Os serviços cresceram 2% e a indústria, 1,3%. Pelo lado da demanda, a maior alta veio da formação bruta de capital fixo (investimentos), que cresceram 6,3%. Também tiveram crescimento o consumo das famílias (2,3%) e o consumo governamental (1,9%).


No setor externo, as importações cresceram mais (8,4%) do que as exportações, que tiveram alta de 2,5

Perderam, falsos moralistas!






O PiG, os seus leitores idiotizados, cinco ministros falastrões tentaram mas a maioria sensata, técnica, coerente e honesta do STF achou por absolver Dirceu, Genuíno e Delúbio do crime de quadrilha.Ainda que tardia, fez-se, nesta parte, Justiça.Engraçada foi a reação dos derrotados.Quinca Barbosa, que não foge de seu estilo ditatorial, disse:"Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que este é apenas primeiro passo. Esta maioria de circunstância tem todo tempo a seu favor para continuar nessa sua sanha reformadora", disse. "Essa maioria de circunstância [foi] formada sob medida para lançar por terra todo um trabalho primoroso, levado a cabo por esta corte no segundo semestre de 2012", disse o ministro.


Ora, quando foi para condenar os réus Toffoli, Carmen Lúcia e rosa Weber não foram acusados de fazer parte de maioria circunstancial, agora, só porque absolveram os réus tão-somente pelo crime de quadrilha, esse idiota acusa os referidos ministros de fazer parte de uma quadrilha nomeada para defender réus aliados de Dilma e do PT.

Sinceramente, esse cidadão não tem a mínima condição de fazer parte de uma Corte Suprema.O STF é formado por 11 ministros e cada um deles tem de respeitar, ainda que discordando intimamente, o voto do outro.Democracia é isso.Joaquim Barbosa é tão canalha que chegou a dizer que Barroso age como político.Veja só.Um sujeito que vive a sonhar em ser presidente, governador ou senador acusando um colega de trabalho de julgar politicamente.Só faltava essa.Politicamente agiu esse calhorda, ao armar uma verdadeiro circo para condenar parte dos réus sem prova, negando o direito do desmembramento do processo.Politicamente age Joaquim Barbosa, que passou três meses para mandar prender o corrupto confesso Roberto Jefferson, enquanto Dirceu, Genuíno e Delúbio estão presos desde o dia 15 de novembro.

Celso de Mello, a quem Saulo Ramos chamou de juiz de merda, ao insistir que o julgamento do mensalão não foi uma farsa, disse:"A 'maior farsa da historia política brasileira' residiu, isso sim, nos comportamentos moralmente desprezíveis, cinicamente transgressores da ética republicana de delinquentes travestidos então da condição de altos dirigentes governamentais políticos e partidários, que fraudaram despudoradamente os cidadãos dignos de nosso país".

Claro que o julgamento do mensalão foi uma farsa, Só não enxerga isso o PiG, a maioria do STF que condenou os réus, e os analfabetos funcionais.Do começo a fim o julgamento foi uma farsa.O próprio Celso Mello, que absolveu Collor de Mello por ausência de ato de ofício praticado pelo então presidente, mudou, após pressão da mídia, de opinião e disse não precisar de ato de oficio para condenar Dirceu, que sequer apareceu um papel no seu nome, fato que não ocorreu com Collor.Comportamento moralmente desprezível é um Tribunal que escolhe quem deve ou não ser julgado e condenado.Veja que o processo do Mensalão do PSDB chegou ao STF muito antes do do PT e até agora nenhum réu foi condenado, ao contrário, muitos deles tiveram as penas extintas por força da prescrição.Isso que é imoral.Quero ver qual posição de Celso de Mello quando for julgar a renúncia de Eduardo fujão Azeredo.


Agora, na arte do cinismo, quem se superou foi Gilmar Mendes, o lobista de Daniel Dantas(pois é, li no livro Operação Banqueiro, de de Rubem Valente que Gilmar Mendes quando chefe da AGU no governo FHC defendeu junto à ANATEL interesses do Opportunity, de Daniel Dantas.Há até no livro e-mails trocados entre Gilmar Mendes e o presidente da ANATEL.Pois bem, mas vamos ao que disse Gilmar lobista Mendes:"O esquema "tratava de corromper as entranhas" para beneficiar um "projeto de poder". Segundo o ministro, os réus do mensalão agiram "com o objetivo de obter o domínio do aparelho do Estado e a submissão incondicional do Parlamento."Mendes entende que os réus do mensalão se associaram com o objetivo claro de praticar crimes. "Não tenho dúvida que está caracterizado neste caso o crime de quadrilha". "Mais do que práticas criminosas, identifico grave atentado às instituições democráticas."

Quem corrompeu as entranhas para beneficiar um projeto de poder foi FHC, que comprou a Emenda a Reeleição, com suporte jurídico de Gilmar Mendes, ao preço de R$ 200 mil reais por cada deputado.Isso que é querer se perpetuar no poder.O projeto do poder do PT é adquirido pelo voto, tanto é que desde 2006 o partido vem crescendo. O PT tem voto, não precisa de comprar deputados como fez FHC.

Quem quis se perpetuar no poder foi Eduardo Azeredo, que montou um esquema escandaloso de corrupção para se reeleger governador de Minas Gerais, inclusive Gilmar Mendes recebeu R$ 170 mil do esquema.A propósito, o lobista Mendes foi o único a não aceitar no STF a denúncia contra Eduardo Azeredo.Justamente o escroque que quis proteger seu comparsa Azeredo quer dar aula de lição de moral aos outros.

Finalizo dizendo que a absolvição dos réus foi um grande avanço, mas não tenho dúvida que só será feita completa Justiça no dia que o próprio STF, com uma nova composição, anular esse julgamento kafkaniano. E não vai demorar acontecer.Provavelmente, após o trânsito em jugado da decisão de hoje, os réus vão ajuizar Revisão do processo.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Quem é Roberto Jefferson?


Roberto Jefferson ficou popularmente conhecido ao ser interrogado pela CPMI dos Correios, em 2005. Naquela comissão, instaurada para investigar irregularidades e fraudes na estatal, o então deputado federal (PTB-RJ) denunciou outro esquema, muito mais impactante, o Mensalão.
Jefferson foi interrogado pela CPMI, presidida pelo senador petista Delcídio Amaral. Seu nome aparecia em um vídeo em que Maurício Marinho, funcionário dos Correios, aparecia negociando propina com um suposto empresário interessado em participar de uma licitação. Na ocasião, Maurício mencionou ter o respaldo do chefe, o deputado Roberto Jefferson.
A CPMI, no entanto, teve seu desfecho, mas perdeu importância depois da denúncia feita pelo deputado. Roberto Jefferson passou de chefe das negociações de propina nos Correios para herói da República ao denunciar que o PT, chefiado por José Dirceu, pagava para que deputados dos partidos aliados: PTB, PP e PMDB aprovassem os projetos sociais do Governo Lula. O nome de 'mensalão' teria surgido em uma conversa de Jefferson com o deputado do PDT, Miro Teixeira. O pagamento de parlamentares para aprovar projetos não foi comprovado pelo STF, apenas os crimes de caixa 2 (que é crime sim, parafraseando a ministra Carmen Lúcia, do STF).
O PTB, do qual Roberto Jefferson era presidente, andava em crise em meados de 2004. Para entrar na coligação do então candidato Lula, o partido pediu ajuda financeira ao PT. R$ 4 milhões não declarados à Justiça Eleitoral foram pagos ao partido, fato admitido pelo ex-deputado.
Vida Política
Apesar de ter ganhado notoriedade com o caso do mensalão, Roberto Jefferson é uma figurinha carimbada da política brasileira há anos. O pai e o avô eram políticos do PTB. A filha, Cristiane Brasil, é vereadora no Rio. Formado em Direito em 1979, Jefferson foi deputado de 1983 a 2005 (quando teve o mandato cassado).
Collor
Uma característica do ex-deputado foi estar sempre na base aliada do Governo Federal. Esteve com Sarney e principalmente ao lado de Collor. Em 1992 foi o principal defensor de Fernando Collor, tanto no plenário, quanto nos meios de comunicação. Famoso por seu estilo agressivo, convidou o então deputado da oposição, José Dirceu (PT-SP), para a briga. Ali começava o relacionamento conturbado entre os dois, que culminou nas acusações de 2005.
CPI do Orçamento
Em 1993, na base aliada de Itamar Franco, teve seu nome citado na CPI do Orçamento. Ele foi incluído numa lista de 37 deputados que cometiam fraudes no orçamento da União junto a prefeitos e empreiteiras responsáveis por obras em todo o país. Jefferson foi absolvido no início do processo, que terminou com 18 deputados cassados. Denúncias afirmam que ele supostamente teria embolsado sozinho R$ 470 mil.
Reeleição e declaração de bens
Como de praxe, Roberto Jefferson se manteve aliado do Governo com a posse de Fernando Henrique Cardoso em 1995. Em 1997 votou a favor do projeto que permitiria a reeleição de cargos executivos no País. Muitos deputados da base aliada chegaram a afirmar que houve compra de votos para a aprovação. O caso não foi comprovado, mas também sequer foi investigado. A reeleição foi aprovada e o então presidente, FHC, foi reeleito.
Ainda em 1997, Jefferson, buscando mais um mandato de deputado, omitiu na declaração de bens ao Tribunal Regional Eleitoral a posse de dois apartamentos em Cabo Frio. Cerca de R$ 90 mil cada um.
Em 1990, Roberto Jefferson não declarou ao TER uma casa que possui até hoje em Petrópolis. Eleito mais uma vez em 1994, continuou sem declarar o imóvel, que só foi comunicado na eleição de 1998, no valor de R$ 82.276,73.
Deputado aposentado e herói dos tolos
O depoimento de Roberto Jefferson na CPI dos Correios foi a base argumentativa da acusação na Ação Penal 470, o chamado Mensalão. Com isso, Jefferson ganhou o status de herói para a oposição e críticos do Governo Lula. Deu entrevistas, contou piadas e cantou nos programas do Jô e Superpop. Lançou um livro e recentemente gravou um disco: "On the Road".
Em 2005, mesmo ano de sua cassação, Jefferson teve sua aposentadoria publicada no Diário Oficial. O ex-deputado recebe R$ 18.477 dos cofres públicos.
Roberto Jefferson foi condenado a 10 anos de reclusão, mas teve pena reduzida a 7 anos por ter sido o delator do caso. No dia de sua prisão, a apresentadora do SBT Brasil, Raquel Sheherazade, pediu medalha de Honra ao Mérito ao ex-deputado pelos "bons serviços prestados ao Brasil".-

Daniel Mori


Jornalista, editor de texto na Rede Record de TV

Recordar é viver:Coronel reforça acusação a Campos


por ROSÁLIA LIMA

Acusado, pela segunda vez, de favorecimento em contrato de prestação de serviços de vigilância ao Governo do Estado, o empresário Paulo Sérgio Macedo - sócio do grupo liderado pela empresa Nordeste Segurança de Valores e amigo e correligionário do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) - decidiu pronunciar-se "pela última vez", anteontem, em entrevista ao Jornal do Commercio. O argumento de defesa, em si, não é novo. Ele se diz vítima, primeiramente, de "extorsão", e depois, de "vingança", por não ter cedido a uma segunda tentativa de extorsão por parte do deputado federal e ex-secretário da Fazenda Eduardo Campos (PSB). A novidade agora é que o empresário lastreia-se em cópias de documentos e apresenta uma testemunha para o que afirma.

A testemunha é o superintendente de operações da Nordeste Segurança de Valores, o coronel PM da reserva, Antonio Menezes, um dos comandantes da Polícia Militar durante a terceira e última gestão (94/98) do ex-governador Miguel Arraes (PSB), da qual, Campos foi secretário da Fazenda. Antonio Menezes não só confirma ter sido procurado, por telefone, em julho de 98 pelo próprio Campos - teria pedido uma comissão de R$ 3 milhões para favorecer a Nordeste numa futura concorrência, cujo alvo era um contrato estimado em R$ 40,7 milhões/ano -, como apresenta notas fiscais de contas telefônicas comprovando ligações feitas para um número, segundo diz, indicado por Campos. As ligações teriam sido para o coronel Menezes dizer se a Nordeste concordava ou não com a negociata.

O número de telefone citado pelo coronel Menezes - que na segunda administração Arraes (87/90) foi ajudante de ordens do gabinete do governador - é o 969.4710. Trata-se de um celular funcional pertencente à Fundarpe, usado à época pelo deputado federal Eduardo Campos, pelo diretor de patrimônio histórico da fundação, Marcos Loreto, e pelo assessor da Secretaria de Trabalho e Ação Social, Gustavo Belo.

Com a experiência de quem administra uma empresa com 30 anos de mercado, dez filiais (oito Estados nordestinos, mais São Paulo e Rio de Janeiro), 10 mil funcionários, e projeção de faturar R$ 180 milhões este ano), o empresário Paulo Sérgio Macedo admite ter preferido pagar "comissões" a Campos - através de emissários -, entre agosto e novembro 96, ao invés de denunciá-lo.

"A Nordeste tinha um atrasado de mais ou menos R$ 3 milhões a receber. Ele (Campos) mandou Roberto Rego (ex-diretor do Detran no terceiro Governo Arraes) me procurar para dizer que só liberava o atrasado e pagava as parcelas vincendas até o fim de ano, se eu pagasse uma comissão de 20%. A minha rentabilidade nesse contrato não chegava a 10%. Eu tentei negociar porque não poderia pagar para trabalhar. Roberto se comprometeu a ser meu advogado junto a ele e defender que ficasse em 15%, mas ele não concordou. Foi uma negociação que durou uma manhã até cerca das 13h", assegura.

Segundo Macedo, como não houve forma de reduzir o percentual, ele negociou fazer o pagamento em parcelas, na medida que fossem sendo liberados os atrasados. "Mas exigi que os recibos fossem em bônus eleitorais. A única maneira de justificar a extorsão era exigir os recibos em bônus, já que estava no período eleitoral", conta, exibindo cópias de bônus, recibos e notas fiscais de terceiros, no total de R$ 609.163,00, equivalentes a 20.05% dos R$ 3.038.878,61 que a Nordeste tinha a receber por serviços prestados à Compesa, Fundarpe, Secretaria de Educação e Bandepe.

Apesar de detalhar como concordou em ser extorquido em 96, o empresário afirma ter-se recusado a pagar uma nova "comissão", em 98. A concorrência em questão era a de nº 04/98, para a realização de serviços de vigilância das 1.170 escolas estaduais, num contrato anual estimado em R$ 40,7 milhões. Para "vencer" a licitação, segundo Macedo, a Nordeste deveria pagar uma comissão de R$ 3 milhões a Eduardo Campos.


"Eu não poderia compactuar com essa fraude que ele (Campos) quis montar contra o Estado. E não só não concordei, como impedi que outros pagassem essa extorsão. Entrei na Justiça todas as vezes que ele tentou fazer a concorrência. A raiva dele é essa. Depois disso, a Nordeste deixou de receber pelo serviço que vinha prestando. Foi uma vingança", completa Paulo Sérgio Macedo.

Fonte:JC

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Lula: Por que o Brasil é o país das oportunidades


Por Luiz Inácio Lula da Silva

Passados cinco anos do início da crise global, o mundo ainda enfrenta suas consequências, mas já se prepara para um novo ciclo de crescimento. As atenções estão voltadas para mercados emergentes como o Brasil. Nosso modelo de desenvolvimento com inclusão social atraiu e continua atraindo investidores de toda parte. É hora de mostrar as grandes oportunidades que o país oferece, num quadro de estabilidade que poucos podem apresentar.
Nos últimos 11 anos, o Brasil deu um grande salto econômico e social. O PIB em dólares cresceu 4,4 vezes e supera US$ 2,2 trilhões. O comércio externo passou de US$ 108 bilhões para US$ 480 bilhões ao ano. O país tornou-se um dos cinco maiores destinos de investimento externo direto. Hoje somos grandes produtores de automóveis, máquinas agrícolas, celulose, alumínio, aviões; líderes mundiais em carnes, soja, café, açúcar, laranja e etanol.
Reduzimos a inflação, de 12,5% em 2002 para 5,9%, e continuamos trabalhando para trazê-la ao centro da meta. Há dez anos consecutivos a inflação está controlada nas margens estabelecidas, num ambiente de crescimento da economia, do consumo e do emprego. Reduzimos a dívida pública líquida praticamente à metade; de 60,4% do PIB para 33,8%. As despesas com pessoal, juros da dívida e financiamento da previdência caíram em relação ao PIB.
Colocamos os mais pobres no centro das políticas econômicas, dinamizando o mercado e reduzindo a desigualdade. Criamos 21 milhões de empregos; 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza e 42 milhões alcançaram a classe média.
Quantos países conseguiram tanto, em tão pouco tempo, com democracia plena e instituições estáveis?
A novidade é que o Brasil deixou de ser um país vulnerável e tornou-se um competidor global. E isso incomoda; contraria interesses. Não é por outra razão que as contas do país e as ações do governo tornaram-se objeto de avaliações cada vez mais rigorosas e, em certos casos, claramente especulativas. Mas um país robusto não se intimida com as críticas; aprende com elas.
A dívida pública bruta, por exemplo, ganhou relevância nessas análises. Mas em quantos países a dívida bruta se mantém estável em relação ao PIB, com perfil adequado de vencimentos, como ocorre no Brasil? Desde 2008, o país fez superávit primário médio anual de 2,58%, o melhor desempenho entre as grandes economias. E o governo da presidenta Dilma Rousseff acaba de anunciar o esforço fiscal necessário para manter a trajetória de redução da dívida em 2014.
Acumulamos US$ 376 bilhões em reservas: dez vezes mais do que em 2002 e dez vezes maiores que a dívida de curto prazo. Que outro grande país, além da China, tem reservas superiores a 18 meses de importações? Diferentemente do passado, hoje o Brasil pode lidar com flutuações externas, ajustando o câmbio sem artifícios e sem turbulência. Esse ajuste, que é necessário, contribui para fortalecer nosso setor produtivo e vai melhorar o desempenho das contas externas.
O Brasil tem um sistema financeiro sólido e expandiu a oferta de crédito com medidas prudenciais para ampliar a segurança dos empréstimos e o universo de tomadores. Em 11 anos o crédito passou de R$ 380 bilhões para R$ 2,7 trilhões; ou seja, de 24% para 56,5% do PIB. Quantos países fizeram expansão dessa ordem reduzindo a inadimplência?
O investimento do setor público passou de 2,6% do PIB para 4,4%. A taxa de investimento no país cresceu em média 5,7% ao ano. Os depósitos em poupança crescem há 22 meses. É preciso fazer mais: simplificar e desburocratizar a estrutura fiscal, aumentar a competitividade da economia, continuar reduzindo aportes aos bancos públicos, aprofundar a inclusão social que está na base do crescimento. Mas não se pode duvidar de um país que fez tanto em apenas 11 anos.
Que país duplicou a safra e tornou-se uma das economias agrícolas mais modernas e dinâmicas do mundo? Que país duplicou sua produção de veículos? Que país reergueu do zero uma indústria naval que emprega 78 mil pessoas e já é a terceira maior do mundo?
Que país ampliou a capacidade instalada de eletricidade de 80 mil para 126 mil MW, e constrói três das maiores hidrelétricas do mundo? Levou eletricidade a 15 milhões de pessoas no campo? Contratou a construção de 3 milhões de moradias populares e já entregou a metade?
Qual o país no mundo, segundo a OCDE, que mais aumentou o investimento em educação? Que triplicou o orçamento federal do setor; ampliou e financiou o acesso ao ensino superior, com o Prouni, o FIES e as cotas, e duplicou para 7 milhões as matrículas nas universidades? Que levou 60 mil jovens a estudar nas melhores universidades do mundo? Abrimos mais escolas técnicas em 11 anos do que se fez em todo o Século XX. O Pronatec qualificou mais de 5 milhões de trabalhadores. Destinamos 75% dos royalties do petróleo para a educação.
E que país é apontado pela ONU e outros organismos internacionais como exemplo de combate à desigualdade?
O Brasil e outros países poderiam ter alcançado mais, não fossem os impactos da crise sobre o crédito, o câmbio e o comércio global, que se mantém estagnado. A recuperação dos Estados Unidos é uma excelente notícia, mas neste momento a economia mundial reflete a retirada dos estímulos do Fed. E, mesmo nessa conjuntura adversa, o Brasil está entre os oito países do G-20 que tiveram crescimento do PIB maior que 2% em 2013.
O mais notável é que, desde 2008, enquanto o mundo destruía 62 milhões de empregos, segundo a Organização Internacional do Trabalho, o Brasil criava 10,5 milhões de empregos. O desemprego é o menor da nossa história. Não vejo indicador mais robusto da saúde de uma economia.
Que país atravessou a pior crise de todos os tempos promovendo o pleno emprego e aumentando a renda da população?
Cometemos erros, naturalmente, mas a boa notícia é que os reconhecemos e trabalhamos para corrigi-los. O governo ouviu, por exemplo, as críticas ao modelo de concessões e o tornou mais equilibrado. Resultado: concedemos 4,2 mil quilômetros de rodovias com deságio muito acima do esperado. Houve sucesso nos leilões de petróleo, de seis aeroportos e de 2.100 quilômetros de linhas de transmissão de energia.
O Brasil tem um programa de logística de R$ 305 bilhões. A Petrobras investe US$ 236 bilhões para dobrar a produção até 2020, o que vai nos colocar entre os seis maiores produtores mundiais de petróleo. Quantos países oferecem oportunidades como estas?
A classe média brasileira, que consumiu R$ 1,17 trilhão em 2013, de acordo com a Serasa/Data Popular, continuará crescendo. Quantos países têm mercado consumidor em expansão tão vigorosa?
Recentemente estive com investidores globais no Conselho das Américas, em Nova Iorque, para mostrar como o Brasil se prepara para dar saltos ainda maiores na nova etapa da economia global. Voltei convencido de que eles têm uma visão objetiva do país e do nosso potencial, diferente de versões pessimistas. O povo brasileiro está construindo uma nova era – uma era de oportunidades. Quem continuar acreditando e investindo no Brasil vai ganhar ainda mais e vai crescer junto com o nosso país.
Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente da República e presidente de honra do PT
Este artigo foi originalmente publicado no jornal Valor Econômico: http://www.valor.com.br/opiniao/3442426/por-que-o-brasil-e-o-pais-das-oportunidades