sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Guido Mantega arranca as penas dos tucanos que quebraram o Brasil



Guerra eleitoral tem batalha de baionetas entre economistas PhD; "Governo Dilma é fechado, antiquado e vai nos dar dor de cabeça", diz tucano Armínio Fraga; "Não levo fé"; também ex-BC, Gustavo Franco dispara contra a "contabilidade criativa" e vê Brasil "escorregando"; ministro Guido Mantega sai brabo da trincheira: "Se os tucanos estivessem à frente da economia brasileira na crise de 2008, Brasil teria quebrado"; País vai completar 10 anos com inflação dentro da meta, mas Fraga vê "frustração" e "tensão no ar"; titular da Fazenda solta granada: "Não dá para alguém que foi do governo e teve uma inflação média de 8,77% dizer que nós temos inflação alta"


A guerra eleitoral em pleno curso por meio de trocas de farpas e criticas entre os pré-candidatos a presidente da República chegou ao nível dos economistas com PhD. Aqueles que estudaram em escolas globais, ocuparam e ocupam cargos na alta administração pública e conseguem, com suas análises, alterar os humores dos mercados e mexer em perspectivas.

Nos últimos dias, três desses professores tiraram suas baoinetas do armário e entraram, definitivamente, no teatro de operações.

Armínio Fraga, tucano de quatro costados, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique, foi o primeiro a disparar. Em entrevista de dois terços de página no jornal O Estado de S. Paulo, na quinta-feira 17, o golfista Fraga mostrou seu lado de Black Bloc do debate econômico.

- Aqui no Brasil, a sensação de frustração com crescimento baixo e inflação alta é grande, disse ele ao jornalista Fernando Dantas. O governo continua, até prova em contrário, com uma postura geral muito fechada, antiquada.

Neste ponto, avançou sem dó.

- Esse governo repete muita coisa que a gente já viveu, principalmente nos anos 70, no governo Geisel, cutucuou Armínio.

Explica-se: na ditadura militar, o governo Erneste Geisel vendeu a idéia do Brasil Grande, com fórmula de crescimento baseada na forte presença estatal na economia.

O que mais doeu no ministro Guido Mantega, o titular da Fazenda que até então estava em sua trincheira mais pilotando o dia a dia da economia do que terçando armas com os adversários, foi o golpe de Fraga sobre o jeito atual de se combater a inflação.

- Não dá para alguém que foi do governo, e teve uma inflação média de 8,77% no período dele a frente do BC, dizer que temos inflação alta, retrucou Mantega, no dia seguinte, no mesmo O Estado de S. Paulo.

- Ele trouxe esse sistema de metas para o Brasil, mas não cumpriu, descarregou o ministro sobre o peito do ex-presidente do BC tucano.

Detalhe: o Estadão deu a entrevista de Fraga, hoje líder do Gávea Investimentos, em forma de ping-pong, numa entrevista de 16 perguntas do jornalista Dantas.

Para Mantega, apesar de o jornal ter destacado quatro profissionais para ouvir o ministro, nenhuma pergunta e resposta foi publicada na íntegra. Num gráfico com o BC como fonte, a publicação mostrou, entre outros dados, que a inflação durante o governo FHC, quando Fraga estava no BC, chegou a mais de 11% ao ano, enquanto a projeção, para 2013, no terceiro ano do governo Dilma Rousseff, é de 5,7%.

Armínio Fraga, hoje, também assessora informalmente o presidenciável tucano Aécio Neves. Ele não descartou voltar a um cargo de primeiro escalão na área econômica se o PSDB vencer as eleições. "Eu já participei duas vezes de governo, não posso descartar", afirmou.

Com um tanto menos estofo, mas igualmente um PhD, o também tucano e também ex-presidente do BC Gustavo Franco igualmente deu seus disparos. Ele se notabilizou, durante sua passagem pelo Banco Central, por inundar o mercado com bilhões de dólares de reservas brasileiras numa tentativa inútil de manter a paridade entre a moeda americana e o real.

Neste momento, Franco também está no ataque dos adversários da atual política econômica.

- O custo de uma política econômica mal formulada se transforma em um setor público que funciona mal, destravou Frano em seminário econômico na quinta-feira 17, no Rio de Janeiro.

Ele elogiou a postura da ex-senador Marina Silva, hoje no PSB, de fazer uma profissão de fé no tripé econômico de controle de contas públicas, austeridade fiscal e combate à inflação.

- É sinal de que alguma coisa está mudando.


O que não muda, pelo que se vê, é o acirramento de posições, mesmo entre PhDs, quando o campo da batalha acontece em meio as paixões da política.Brasil-247

Um comentário:

Unknown disse...

Simpatizo com o PT e aprovo Dilma em muitas, gosto tbm do PSDB, o que me dar raiva e que eles falam como se fizesse as coisas perfeitas e fossem os corretos e especialistas. Entretanto, tiveram a chance e o nao fizeram e apelam pra voltar ao governo.