segunda-feira, 3 de junho de 2013

Programa na TV do PSDB sinaliza que Aécio não visa vencer em 2014



Se fizer uma pesquisa entre os telespectadores que assistiram ao programa partidário do PSDB na TV, na quinta-feira (30), não será estranho se o resultado for uma oscilação positiva na intenção de votos em Dilma Rousseff para presidente em 2014.

Isso porque o programa tucano errou a mão, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ficou parecendo um garoto propaganda do governo federal ao quase só mostrar uma realidade brasileira vista com lentes cor-de-rosa.

O programa foi protagonizado pelo senador Aécio Neves praticamente do início ao fim, percorrendo localidades bucólicas de Minas Gerais. O muito que ele mostrou a imagem de um Brasil que vai bem, serviu como propaganda indireta que beneficia o governo da presidenta Dilma Rousseff. O pouco que ele falou sobre inflação (o bordão oposicionista do momento), acabou sendo muito vago, subliminar, sem endereço certo contra o governo federal e, por isso, sem produzir efeitos na grande maioria dos telespectadores.

A intenção do programa foi mostrar brasileiros satisfeitos com suas vidas, vivendo nos estados governados pelo PSDB, sobretudo Minas, onde ele foi governador. Mas o resultado ficou parecendo tratar-se de um pré-candidato a governador de Minas em 2014 que irá apoiar a reeleição da atual presidenta, defendendo a gestão estadual e federal, por tabela.

O programa foi feito pelo marqueteiro Renato Pereira, o mesmo que fez a campanha do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), em 2010. Quem mora Rio percebeu que Pereira repetiu a fórmula. Em 2010, Cabral aparecia andando pela cidade em uma Van, falando para a câmera, exatamente como Aécio agora, só mudando a paisagem para Minas. Mas tem uma grande diferença. Cabral mostrava obras feitas em parceria com o governo federal e falava das vantagens para o eleitor fluminense em reelegê-lo junto com a eleição de Dilma, para ambos continuarem fazendo o que estava dando certo. É essa parte do roteiro que não se encaixa no perfil de uma candidatura oposicionista como a tucana.

A falta de ousadia de Aécio para fazer oposição na TV, sinaliza que ele está mais interessado em sair do pleito com a imagem do tucanato melhorada e sem uma rejeição alta (como ocorreu com José Serra em 2010), para não o inviabilizar em 2018, do que na vitória em 2014.

Pelo comportamento dos governadores do PSDB, parece que aprovam esta estratégia, evitando fazer oposição radical à presidenta Dilma em 2014. Esse contexto explica o isolamento dentro do partido de José Serra, a liderança tucana com discurso de oposicionista mais radicalizado.Os Amigos do Presidente Lula.

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