sexta-feira, 17 de agosto de 2012

José Serra não está dormindo direito

                      
Inferno astral assombra candidatura Serra

Tira os olhos da comida dos outros, canalhão!


Há algo de estranho no reino da candidatura José Serra. De muito estranho. Os problemas vieram à tona junto com os números do Ibope, mas se acumulam mais aceleradamente por baixo da eterna aparência de soberba do candidato desde que ele próprio, usando de força política, dobrou o PSDB para fazer o chamado 'chapão' com o PSD do prefeito Gilberto Kassab, quarenta dias atrás. Algo de estranho detectado bem antes, quando num périplo cumprido a contragosto pelos diretórios zonais do seu partido, nos bairros, Serra cansou de ouvir pessoalmente reclamações de militantes humildes, entre revolta e lamentação, lembrando a ele terem sido esquecidos nas nomeações para cargos tanto em sua gestão na Prefeitura como no governo, entre 2005 e 2010.Dado concreto é que Zé Bolinha não está dormindo direito.Nem o rivotril, diazepan, gardenal, ampictril, frontal estão fazendo efeito.

 
A falta de apoio nas bases tucanas corroeu as tensas relações com a cúpula, aumentando a inapetência de Geraldo Alckmin para atuar contra as dissidências. Além de deixar correr, ou "não fazer nada", na expressão de um tucano de alta plumagem, o governador passa agora a ocupar seu próprio espaço na sucessão de 2014. Ao avisar o senador mineiro Aécio Neves que também é pré-candidato entre os tucanos e pedir prévias para a escolha do nome, Alckmin igualmente sinaliza Serra com uma placa de contramão à estratégia trampolim serrista que combinaria o salto à Prefeitura, agora, com uma pirueta para à Presidência daqui a dois anos. A vez, depois de duas rodadas presidenciais com Serra, volta a ser de Alckmin, diz o governador, que teve a candidatura presidencial em 2006. Ele sabe o caminho e quer percorrê-lo de novo. No plano municipal, despreocupado, vê diretórios zonais do partido, como o do Jabaquara, esta semana, migrarem politicamente para o lado de seu ex-secretário e amigo pessoal Gabriel Chalita, do PMDB. Não se importa, ao contrário, acha bom.

Não foi coincidência o fato de Alckmin se lançar no momento de maior inferno astral da candidatura municipal de Serra. Enquanto vê, sem reação, sua taxa de rejeição se perpertuar, o político de currículo consistente (economista que deu aulas de matemática para economistas, ex-secretário, ex-deputado federal duas vezes, ex-ministro duas vezes, ex-prefeito e ex-governador do principal Estado do País) continua sem trejeitos para o trabalho de corpo a corpo com o eleitorado. No momento, vê o que parecia ser uma boa notícia, a consolidação da candidatura Celso Russomano, do PRB, como forma de evitar a presença de PT ou PMDB no segundo turno, virar um pesadelo de longo curso. Simpático ao eleitorado evangélico, cuja extensão, para alguns analistas, chega a 35% do contingente da capital paulista, Russomano hoje está empatado com o tucano, segundo o Ibope, com 26% e dele já abre larga vantagem no segundo turno, com 42% contra 35%. Mais: descreve uma curva ascendente, contra uma diagonal para baixo do tucano.

O maior cabo eleitoral de Serra, o prefeito Gilberto Kassab, experimenta nos últimos meses o sabor da vitória pelo crescimento nacional do PSD, mas amarga o veloz declínio em seus índices de popularidade na capital, tornando-se alvo preferencial de todos os adversários. Ele não poderá ajudar Serra como gostaria. No campo das finanças, os tradicionais financiadores do PSDB, assustados com os desdobramentos do caso mensalão e atentos à maior fiscalização da mídia, ainda não abriram os cofres para a campanha municipal do partido, o que faz Serra ter pouco material para ocupar espaços que já vêm sendo tomados pelas máquinas de Fernando Haddad e Chalita. O horário eleitoral gratuito já vai sendo visto, internamente, como a grande esperança de Serra reagir. Vai ser ele e seu fiel marqueteiro Luiz Gonzales, como já aconteceu, contra o resto. Eles vão conseguir.Da redação, com informações de Brasil247

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