domingo, 22 de julho de 2012

São Paulo:Um estado tomado pelo crime


Em junho, casos de homicídios disparam em São Paulo



O auxiliar de cozinha Eleandro Cavalcanti de Abreu, 21, conversava com amigos na porta de um bar no Capão Redondo (zona sul), na madrugada de 27 de junho, quando dois atiradores em uma moto abriram fogo e o mataram.

A morte do jovem (ainda não esclarecida) foi uma das ocorridas na onda de violência que atingiu São Paulo no mês passado e deixou um saldo negativo para a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB): um aumento de 38,5% nos casos de homicídios dolosos.


A alta coincidiu com o período no qual oito PMs de folga foram mortos em crimes com características de encomendados e suspeita de ligação com o grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital). Na época, cinco bases da PM foram atacadas e 15 ônibus, incendiados.


Em junho de 2011, foram 83 casos (com 90 mortos, já que alguns deles podem ter mais de uma vítima) de homicídios na cidade de São Paulo.

Editoria de Arte/Folhapress


Em duas bases de dados de inteligência da Secretaria da Segurança Pública, a Folha localizou números diferentes: 115 e 121 boletins de casos de homicídio no mês passado --uma variação de 38,5% a 45% em relação a junho de 2011.


Os dados, porém, podem sofrer alterações, já que serão divulgados oficialmente pelo governo na quarta-feira.


Regiões da capital paulista onde alguns dos oito PMs de folga foram mortos tiveram uma explosão de homicídios. É o caso do Capão Redondo, onde o jovem Abreu foi morto. Da janeiro a junho de 2011, eram 19 casos de homicídios. Somente no mês passado, 23, sendo uma chacina com três vítimas, um salto de 21% em relação a todo o primeiro semestre de 2011.


O aumento dos homicídios em junho também foi constatado nas 38 cidades que, ao lado da capital, formam a região metropolitana: 75 mortes em 2011 ante 88 no mês passado (17% a mais).


Setores de inteligência das polícias investigam se mortes de PMs e de civis na Grande São Paulo, durante o mês passado, são consequência de uma guerra entre quadrilhas de traficantes e policiais militares ou se foram encomendadas pelo PCC.


O possível confronto entre PMs e PCC se acirrou depois que policiais da Rota mataram, em maio, seis suspeitos de integrar o grupo e após um dos chefes da quadrilha ser mandado para um presídio onde o detento fica 23 horas por dia trancado e as normas de segurança são as mais rígidas do Estado.

Uol.

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