terça-feira, 29 de março de 2011

Morre aos 79 anos o ex-vice-presidente José Alencar

Que Deus o tenha em um bom lugar.
CAPA
Silvio Tanaka/TV Cultura/Flickr

Jorge Seadi e Milton Ribeiro
Morreu nesta terça-feira, aos 79 anos, o empresário mineiro e ex-vice-presidente da República José Alencar (PRB), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Alencar lutava contra o câncer desde 1997.
 
 
O ex-vice foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na segunda-feira, com um quadro de suboclusão intestinal, em “condições críticas”. Ele havia recebido alta em 15 de março, após uma internação de mais de um mês na instituição devido a uma peritonite (inflamação da membrana que reveste a cavidade abdominal) por perfuração intestinal.


Vice-presidente da República desde 2003, quando fez parte da chapa com Lula (foi reeleito em 2006), José Alencar Gomes da Silva, nasceu em 17 de outubro de 1931. Ele foi o 11º filho de um total de 15 do casal Antônio Gomes da Silva e Dolores Peres Gomes da Silva. O ex-vice-presidente nasceu num povoado às margens de Muriaé, cidade do interior de Minas Gerais. José Alencar era casado com Mariza Campos Gomes da Silva e deixou três filhos reconhecidos: Josué Christiano, Maria da Graça e Patrícia.


Em 1947, atrás de um emprego melhor, mudou-se para Caratinga, cidade em que conheceu Mariza, com quem se casou. Aos 18 anos, foi emancipado pelo pai (na época, a maioridade civil ocorria aos 21 anos) e, com apoio financeiro de um irmão, abriu uma loja na cidade.


Começou a trabalhar aos 7 anos de idade e aos 18 anos abriu seu primeiro negócio, uma loja de armarinhos na cidade mineira de Caatinga — “A Queimadura” — com o empréstimo de 15 mil cruzeiros do irmão Geraldo Gomes da Silva.


Em 1953, vendeu a loja e mudou de ramo. Ainda em Caratinga iniciou seu segundo negócio, no ramo de cereais. Logo depois fundou uma fábrica de macarrão — Fábrica de Macarrão Santa Cruz — com mais três sócios, entre eles o irmão Geraldo.


Em 1959, seu irmão Geraldo faleceu e José Alencar assimiu a Tecidos S.A. Quatro anos depois, montou a Cia. Industrial de Roupas União dos Cometas.

Em 1967, fundou a Coteminas, em Montes Claros (MG). Hoje, a Coteminas S.A., controlada pela família de Alencar, é a maior empresa do setor têxtil do país e um dos mais importantes grupos econômicos do Brasil.


Na vida pública, foi presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais; vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria. Em 1994, foi candidato ao governo de Minas, mas não se elegeu.
Em 1998, se candidatou ao Senado, sendo eleito com quase 3 milhões de votos. Em 2003, na chapa de Lula, foi questionado como um empresário se uniria a um ex-metalúrgico. Já no governo, foi crítico da política econômica do então ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
Alencar causou surpresa, à esquerda e à direita, ao aceitar a posição de vice na vitoriosa chapa de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, na campanha de 2002. Quatro anos depois, foi reeleito vice-presidente.

Em 2004, acumulou a vice-presidência com o Ministério da Defesa. Várias vezes pediu ao presidente Lula para ser substituído no ministério, mas foi convencido a permanecer no cargo até março de 2006, quando se candidatou a vice-presidente, mais uma vez.

 

Em março de 2009, foi eleito pela revista Época, um dos 100 empresários mais influentes do país.
Em julho de 2010, um juiz da comarca de Caratinga (MG), declarou José Alencar oficialmente pai de Rosemary de Morais, que passou a assinar Gomes da Silva. A sentença faz parte de uma ação de reconhecimento de paternidade ajuizada em 2001.

Desde 1995, lutava contra um câncer abdominal. Foram 13 anos enfrentando o câncer e 18 cirurgias. Em 2009, Alencar passou por um dos momentos mais delicados do tratamento. Foi submetido a uma cirurgia de 20 horas para retirada de tumores da região do abdômen. A recuperação rápida surpreendeu os médicos. Terno alinhado, cadeira de rodas, recém-saído do quarto de hospital, declarou em coletiva: “Não tenho medo da morte”.Sul21

Um comentário:

Anônimo disse...

O melhor presidente do Brasil teve o melhor vice-presidente do Brasil.
Vá em paz, Zé Alencar.