terça-feira, 29 de dezembro de 2009

FGV:Pior recessão em 30 anos acabou no final do 1º trimestre



Folha de S. Paulo - 29/12/2009


A economia brasileira sofreu dois trimestres de recessão provocada pelos efeitos da crise econômica mundial, mas já deixou o pior quadro registrado em quase três décadas, afirmou estudo do Codace (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos), da FGV (Fundação Getulio Vargas).
O grupo informou que "identificou a ocorrência de um vale no ciclo econômico brasileiro no primeiro trimestre de 2009. O vale marca o fim de um período de recessão e o início de um período de expansão econômica".


O Codace segue os moldes e a proposta de comitê similar dos EUA, o NBER (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês), que afirmou que aquele país está em recessão desde o final de 2007.


Ao avaliar a economia brasileira, o Codace considerou, para determinar que o Brasil já deixou o período de recessão, dados como produção, vendas, emprego e renda.


A FGV informou ainda que a recessão já terminada foi marcada por intensa diminuição do nível de atividade dos dois trimestres (4º de 2008 e 1º de 2009). O PIB sofreu redução de 3,8% no dois períodos. "A diminuição média por trimestre, de 1,9%, foi a mais intensa entre todas as oito recessões datadas pelo Codace a partir de 1980."


Nas sete recessões anteriores, a redução trimestral média do PIB brasileiro havia sido de 0,8%.
Segundo o Codace, a desaceleração econômica foi acentuada no setor industrial, principalmente nos segmentos exportadores e nos voltados ao mercado interno de consumo mais dependente de crédito. O estudo aponta que o PIB industrial registrou recuo de 12,2% nos dois trimestres da recessão, equivalentes a recuos médios de 6,3%, resultado bem mais acentuado do que a redução média de 0,6% do PIB do setor de serviços.


Para o Codace, são indicadores do fim da recessão a recuperação de expansão por parte da indústria; o fato de o PIB do setor serviços ter caído só no quarto trimestre de 2008; a retomada do mercado de trabalho ainda no primeiro semestre de 2009; e o fato de os investimentos produtivos privados terem voltado a crescer.

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