quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ministra Dilma compara Honduras com ditadura no Brasil



30/09/2009



Ministra da Casa Civil e provável candidata do PT às eleições de 2010, ela fez comentários durante evento sobre pesca

Josie Jeronimo, do R7 em Brasília.

Veja imagens do retorno de ZelayaMinistra Dilma Rousseff saiu em defesa da posição do governo sobre a ajuda concedida ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.
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A ministra da Casa Civil e provável candidata do PT à Presidência do Brasil em 2010, Dilma Rousseff, comentou nesta quarta (30) a ajuda brasileira ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.

Ela defendeu a posição do Brasil em relação a Honduras e comparou a situação de insalubridade vivida por 60 pessoas que atualmente se espremem na Embaixada brasileira na capital Tegucigalpa com as dificuldades vividas por exilados brasileiros à época da ditadura militar no Brasil.

.- Principalmente no Chile, tinha gente que dormia dentro de piscina. E não eram 60 pessoas, mas 300 pessoas. Apesar de certas manifestações chamarem o governo de fato de golpista a ONU e outras entidades internacionais repudiam o golpe. O governo brasileiros simplesmente se manifestou em uma situação dada. Sou defensora do regime democrático e dos direitos humanos. Na América Latina não pode mais existir golpe de Estado.

A ministra fez as declarações durante a cerimônia de abertura da terceira Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca em Brasília.

Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil não sabia do retorno de Manuel Zelaya ao país até cerca de 30 minutos antes de ele aparecer na Embaixada do Brasil. Ele também revelou que Zelaya pediu ao Brasil um avião para retornar a Honduras logo depois que foi deposto.

Na "comitiva" de Zelaya há mais cerca de 60 hondurenhos e o ministro prometeu ontem que esse número de acompanhantes será reduzido.

O Brasil vem sofrendo muitas críticas por não definir qual é a situação de Zelaya. O país poderia abrigar Zelaya como refugiado político, mas isso impediria que ele fizesse discursos sobre a política em Honduras na embaixada. Mas o Brasil preferiu deixar Zelaya como um hóspede e vem sendo criticado pelos chamados à manifestações que o hondurenho conclama a partir da embaixada.

Entenda o papel do Brasil na história

Manuel Zelaya foi retirado do cargo em 28 de junho deste ano com a justificativa de que desafiava os poderes do país e levar em frente a tentativa de mudar a Constituição para que pudesse houver reeleição. Os golpistas, no entanto, quebraram a lei ao enviar Zelaya para fora do país.

Após duas tentativas frustradas, Zelaya conseguiu na terceira retornar a Honduras e buscou abrigo na embaixada brasileira, onde está desde o último dia 21.

Desde a volta de Zelaya, Honduras vive uma grave crise política. A polícia e os militares não podem entrar na embaixada, mas impedem o acesso ao local.

O governo brasileiro argumenta que o país não poderia se recusar a recebê-lo, até porque já tinha declarado apoio a ele. Por outro lado, Zelaya chamou o povo às ruas, em um gesto visto como provocação.

O Brasil não negocia com o governo interino de Honduras, que considera golpista. Como resposta, Micheletti ameaçou tirar o status de representação diplomática da Embaixada do Brasil, o que transformaria o prédio em um lugar comum e com a possibilidade de ser invadido pelo Exército hondurenho. Mas, após pressões internacionais, o governo golpista voltou atrás, negou a possibilidade de invasão à embaixada e disse que protegerá as instalações.

Um ataque à sua embaixada seria equivalente a uma declaração de guerra por parte de Honduras, mas o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse na terça (29) no Rio que não há uma mobilização das Forças Armadas em relação a Honduras. Ele afirmou também que o conflito é apenas diplomático e será resolvido pelo Ministério das Relações Exteriores.

Nesta quarta, um grupo de parlamentares do Brasil viaja ao país da América Central. Eles visitarão a embaixada brasileira, e o Congresso.

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