sexta-feira, 17 de julho de 2009

Yeda jogou a toalha?



Amigos e amigas, vocês leram que o escroque José Aníbal, aquele mesmo que se envolveu com um detetive particular para acusar o governo Lula, andou criticando Tarso Genro? Esses tucanos safados, corruptos não têm um pingo de vergonha na cara.



17/07/2009

Paulo Cezar da Rosa


A política gaúcha tem se mostrado mais criativa que os novelistas da rede Globo. No jogo intrincado da disputa de rumos para o Estado, as hipóteses de desdobramento são tantas que um observador atento desistiria de qualquer prognóstico.

A governadora Yeda, por exemplo, depois de passar mais de dois anos ignorando ataques, parece ter resolvido descer do salto e passou a chutar a canela dos adversários. Tal mudança de atitude não pode ser analisada como um rompante, um desabafo ou uma manifestação espontânea. A mudança de Yeda só admite duas avaliações diametralmente opostas: ou Yeda jogou a toalha e decidiu, como um náufrago, tentar levar consigo ao fundo do poço aqueles que acredita serem seus algozes, ou Yeda está fora da realidade e acha que pode reverter o quadro de crise e desgaste de seu governo.

Derrotada ou fora da realidade, o fato é que Yeda também assumiu que a sucessão gaúcha já é um jogo intrincado de lances midiáticos, notas oficiais, factóides políticos e posicionamentos forjados. Enquanto a disputa do governo do Brasil assemelha-se a uma partida de xadrez desenvolvida por profissionais, a sucessão gaúcha parece mais uma luta livre, uma briga de rua.

Sangrar até o final

Na quinta feira, 16, Yeda amanheceu com uma manifestação diante de sua casa no bairro Vila Jardim. .Veja o vídeo no site do jornal Zero Hora. Dentro de sua nova postura, Yeda foi para a cerca de sua nova residência enfrentar os manifestantes. A Brigada Militar deteve diversas pessoas, inclusive a presidente do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), entidade que lidera um pool de sindicatos em campanha pelo impeachment da governadora.

Na mesma quinta feira, os jornais gaúchos davam conta de que o senador Pedro Simon (PMDB), que em Brasília notabilizou-se pela defesa da ética, pedidos de impeachment e distribuição de recomendações de renúncias, fazia a defesa da permanência de seu partido no governo do Estado "pelo menos enquanto o Ministério Público não concluir suas investigações".

Para o cidadão comum, a posição do senador é incompreensível. Aliás, a política gaúcha como um todo hoje parece incompreensível. Mas em meio à loucura geral, já é possível ter uma certeza: feito o último samurai, Yeda decidiu sangrar até o final.

Yeda jogou a toalha?

A governadora Yeda Crusius já iniciara a semana abrindo guerra contra o ministro Tarso Genro. No domingo, dia 12, Yeda deu entrevista exclusiva à TV Record acusando o ministro da Justiça de estar por trás de uma campanha cujo objetivo seria inviabilizar o seu governo. "Dá pra ver perfeitamente que começou antes da hora a campanha eleitoral quando há ministro gaúcho candidato que provoca ações que impedem, reduzem ou dão mais trabalho para a governadora e o seu governo fazerem coisas boas para o Estado", disse a governadora na entrevista.

O ataque de Yeda a Tarso tinha um sentido preciso: Yeda agora tenta “eleitoralizar” o debate e jogar todos os problemas e denúncias (inclusive a de que comprou sua casa com sobras de campanha) na vala comum da sucessão de 2010.

A iniciativa da governadora se deu na seqüência de um plano de marketing anterior de divulgação de "fatos positivos". Anunciando obras e conquistas, Yeda pretendia reverter a sucessão de escândalos éticos e crises políticas de seu governo. O plano da governadora levou-a ao limite do desconhecimento da realidade. Após 22 trocas de secretários e constantes denúncias de corrupção, o governo Yeda Crusius já conta com um pedido de CPI com 17 de 19 assinaturas necessárias e dois pedidos de impeachment no parlamento gaúcho. Um, do PSOL, e outro do Fórum dos Servidores Públicos, cujos sindicatos também investem em campanhas de propaganda e ações de rua para a abertura de investigação em sua gestão.

Se a acusação da governadora gaúcha contra o ministro da Justiça tivesse consistência, Yeda provavelmente não teria procurado um veículo secundário na mídia gaúcha para denunciá-lo como "ministro gaúcho candidato". O fato é que, a esta altura, Yeda Rorato Crusius parece já não contar mais com o apoio da RBS, grupo proprietário dos principais meios de comunicação no Rio Grande do Sul, que limitou-se a repercutir a entrevista da governadora, dada ao concorrente, com um distanciamento crítico.

A reação do ministro da Justiça

O ministro Tarso Genro, em reação ao ataque e às inúmeras acusações de integrantes do governo Yeda, que se seguiram à declaração da governadora, publicou uma nota oficial. A íntegra da nota é a seguinte:

Diante de matérias veiculadas na imprensa dia 13 último, o Ministério da Justiça afirma:


1. As instituições sob o comando do Ministério da Justiça se mantêm dentro do estrito cumprimento do seu dever constitucional e legal.


2. Instituições como a Polícia Federal têm feito um trabalho sereno e imparcial, reconhecido nacionalmente, agindo sempre a partir de mandados do Ministério Público e do Poder Judiciário. Jamais intervém em polêmicas políticas e jamais assume posição de parte nos debates entre partidos ou personalidades políticas.


3. É necessário reafirmar que a Polícia Federal, no cumprimento de seu dever constitucional, investiga fatos supostamente delituosos, não pessoas nem partidos.


4. O Ministério da Justiça, no Estado Democrático de Direito, continuará a cumprir o seu dever, em todos os estados do país, com a seriedade que suas atribuições determinam, sem qualquer preocupação com o vínculo ideológico ou partidário de seus governantes.


A terapia do joelhaço

Durante muitos anos, Luis Fernando Veríssimo cultivou um personagem, o "Analista de Bagé". Gaúcho dos quatro costados, o analista era um freudiano mais ortodoxo que caixa de Maizena, e curava os males mais graves com um joelhaço. De fato, estamos caminhando para uma situação na política gaúcha que só analista de Bagé seria capaz de tratar. CartaCapital.

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa tal de Yeda, posta diante do "Coronel" e da sua "tchurma" de anjinhos barrocos, merecia ser até canonizada.
E, por falar na "tchurminha" brava do "Coronel", é forçoso reconhecer que nem o joelhaço do Analista de Bagé daria jeito nela! A prova disso é que houve um dos seus mais legítimos representantes que levou umas belas e sentidas bengaladas no cocoruto, mas nem assim criou juízo! Está mais aloprado do que antes!
Acho que só o "demo" dá jeito nessa "tchurma". Não me refiro ao DEM, que é sócio dela, mas ao outro "demo": o Encardido!