quinta-feira, 30 de julho de 2009

Tucano Arthur Virgílio terá de devolver mais de R$ 200 mil


É esse tipo de paladino da ética que quer derrubar Sarney. Um crápula, um escroque de mão cheia.Será que ele vai vender os bens da mulher para pagar a grana que foi surripiada dos cofres públicos?
Autor(es): Leandro Colon
O Estado de S. Paulo - 30/07/2009

Valor se refere ao que Senado pagou a assessor do tucano durante um ano e meio de estudo na Espanha


Integrante do Conselho de Ética do Senado, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), terá de devolver R$ 210.696,58 aos cofres públicos. Na segunda-feira, ele depositou a primeira parcela, no valor de R$ 60.696,58. O dinheiro refere-se ao que o Senado pagou em salários para um assessor do líder tucano durante um ano e meio de estudo de teatro na Espanha.

Arthur Virgílio foi obrigado a devolver o dinheiro depois da revelação de que Carlos Alberto Andrade Nina Neto passara 18 meses no exterior, longe do gabinete do tucano, sendo mantido lá à custa do Senado. A diretora de Recursos Humanos, Doris Peixoto, informou ao líder do PSDB que os R$ 210 mil são a soma de salários e recolhimento de impostos que saíram das contas da Casa para custear as despesas com o assessor na folha de pagamento.

O líder tucano encaminhou ontem ao Estado o comprovante do depósito de R$ 60,6 mil feito na segunda-feira em nome da União - que deve repassar ao Senado os valores pertencentes à Casa. Essa primeira parte, segundo Virgílio, é resultado da venda de um terreno de sua mulher. O restante, informou o parlamentar, será pago em três parcelas de R$ 50 mil pelos próximos três meses. O senador disse que vai se desfazer de outros imóveis e realizar empréstimos para quitar a dívida com o Senado.

"Quero ver se todos farão o mesmo", disse. O assessor estudou fora - bancado pelo Senado - entre abril e julho de 2005 e, depois, de outubro daquele mesmo ano a dezembro de 2006. Nina Neto não é mais funcionário do Senado. Foi demitido em outubro do ano passado em meio ao cumprimento da decisão judicial antinepotismo. Ele é filho do subchefe de gabinete de Arhtur Virgílio, Carlos Homero Nina, servidor de carreira do Senado.

O episódio é mais um capítulo da guerra de informações dentro da Casa.

DESAFETO

Virgílio tem sido um dos senadores que mais pressionam pela saída de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado. É um desafeto histórico do peemedebista. Nas últimas semanas, recebeu o troco: foi obrigado a subir à tribuna e admitir que deixou um assessor passar um ano e meio no exterior às custas da Casa. Autor de denúncias contra Sarney no Conselho de Ética, Arthur Virgílio corre risco de ser alvo de representação por parte do PMDB.

O senador ainda teve que responder à denúncia de que pediu dinheiro emprestado ao ex-diretor-geral Agaciel Maia em 2005. O próprio Arthur Virgílio admitiu que Agaciel emprestou R$ 10 mil em julho daquele ano para socorrê-lo num problema que teria ocorrido com seu cartão de crédito numa viagem a Paris. O tucano afirma que o dinheiro foi devolvido a Agaciel.

CELULAR

O líder do PSDB não foi o primeiro senador a devolver recursos aos cofres públicos neste ano. O petista Tião Viana (PT-AC) teve de ressarcir R$ 14,7 mil referentes a uma conta de telefone celular do Senado. O montante foi gasto pela filha do senador numa viagem de férias ao México em janeiro passado. O valor foi revelado pelo Estado.

Assim como Arthur Virgílio, Viana faz parte do grupo de desafetos de Sarney e Renan Calheiros (PMDB-AL) dentro do Senado. O petista foi candidato a presidente da Casa em fevereiro contra Sarney. Perdeu uma disputa que, logo depois, abriu uma ferida administrativa.

Em março, Agaciel Maia, apadrinhado por Sarney e Renan, perdeu o cargo de diretor-geral após a suspeita de que ocultou a propriedade da casa onde mora em Brasília, um verdadeiro palacete avaliado em R$ 5 milhões.

A revelação pelo Estado - em 10 de junho - de que atos secretos foram editados nos últimos anos aprofundou a crise interna e a pressão para Sarney deixar o cargo de presidente. Nos últimos dias, o peemedebista tem emitido sinais ao Planalto de que poderia renunciar.

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