sexta-feira, 17 de julho de 2009

Os barões da mídia


17/07/2009

Mauricio Dias, CartaCapital

Depois de muita hesitação, o presidente Lula abriu caminho para a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, marcada para dezembro. Entra em pauta, pela primeira vez no Brasil, a discussão sobre a imprensa, suas virtudes e vícios.

Dois livros, lançados recentemente, ajudam na reflexão sobre o papel da mídia no Brasil e em toda a América Latina e põem foco em uma questão crucial para a democracia: o monopólio da informação.

A Batalha da Mídia (Editora Pão e Rosas) é de Dênis de Moraes, jornalista e doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ. A Ditadura da Mídia (Editora Anita Garibaldi) é do jornalista e secretário de comunicação do PCdoB, Altamiro Borges.

Os dois textos abaixo, escritos pelos dois autores a pedido do colunista, iluminam melhor a compreensão dos livros que escreveram.

Dênis de Moraes:

“O cenário da batalha na América Latina está nítido: de um lado, elites conservadoras e grupos de mídia que querem manter seu poderio econômico e político; de outro, governos progressistas empenhados em reverter a exclusão social provocada por décadas de neoliberalismo. Pela primeira vez, está sendo contestada a absurda concentração dos setores de informação e entretenimento nas mãos de um reduzido número de corporações.

Os governos da Venezuela, da Bolívia e do Equador estão travando duras pelejas contra as violentas campanhas orquestradas, cujo objetivo é o de impedir mudanças nas regras de concessão de canais de rádio e televisão, as joias da coroa em termos de faturamento.

No Brasil, as turbulências entre mídia e governo federal são menos intensas, o que talvez se explique pela hesitação do presidente Lula em alterar a anacrônica legislação de radiodifusão. Lula parece temer a artilharia dos grupos midiáticos.

Quando resolveu enfrentar os surrados argumentos contra um suposto dirigismo que afetaria a liberdade de expressão, conseguiu criar a TV Brasil. Nem a programação decepcionante da TV Brasil faz diminuir as resistências, pois, no fundo, o que os adversários desejam desqualificar é um tipo de comunicação não mercantilizada e mais favorável à diversidade cultural”.

Altamiro Borges:

“A chamada ‘grande mídia’ exerce hoje brutal ditadura no mundo e no Brasil. Por aqui, cinco famílias monopolizam o setor. Com suas propriedades cruzadas, elas comandam emissoras de tevê, rádios, jornais, revistas, internet. Seu poder de manipulação também é brutal e sempre estiveram envolvidas nos episódios mais dramáticos da nossa história – seja na conspiração contra Getúlio Vargas, no golpe militar de 1964, nas iniciativas contra os direitos dos trabalhadores e contra a soberania nacional na Constituinte de 1988, na fabricação de ‘caçadores de marajás’ ou nas tentativas golpistas de desestabilização do governo Lula.

Esse poder ditatorial, porém, tem sofrido muitos abalos. Há queda na tiragem e a audiência das emissoras privadas despenca. A internet possibilita, parcial e temporariamente, outro tipo de comunicação, mais interativa; sites e blogs se multiplicam. Veículos alternativos, mais críticos ao pensamento único neoliberal, também ganham prestígio; rádios comunitárias permitem maior diversidade informativa e relação com a comunidade.

Na América Latina rebelde, laboratório do neoliberalismo e hoje na vanguarda da luta por mudanças, governantes progressistas apresentam propostas para democratizar os meios de comunicação. E enfrentam muita resistência”.

5 comentários:

Anônimo disse...

Na América "Latrina", rebelde laboratório do neocoronelismo bolivariano, e hoje na vanguarda do atraso político e econômico mundial, desgovernantes retrógrados apresentam propostas para "democratizar os meios de comunicação", que é o eufemismo que usam para denominar o fim da liberdade de expressão.
É assim que "coronéis" como Chapolim (também conhecido pela alcunha de Chávez) e Lulla da Silva (os dois "eles" celebram certas semelhanças com o Collor) vêm se transformando em autênticos "barões da mídia", justamente pelo controle que exercem sobre ela.

Lucas Santos disse...

Que 'Toca do Gugu' que nada! A onda agora é a Barraquinha da Yeda!

http://bit.ly/DZfsY

infinitoamanajé disse...

As propagandas infames em comentários dos reacionários de plantão eterno, repetentes COMO DESUMANOS ROBÔS de programas e memórias impostas pela NOVA(VELHÍSSIMA) NOVA ORDEM MUNDIAL,são de modo geral anonimas, ou seja; provavelmente máquinas chipadas pela CIA. Eles como de costume são repetidores como se papagaios fossem...

Caro Gilvan, com sua licença vou reproduzir sua postagem sobre a "midia golpista" em meu blog. Sou grato!

Anônimo disse...

Comentários de ínfima estofa, mal-alinhavados por indivíduos servis cuja massa cerebral foi inteiramente parasitada pelo vírus macabro e corrupto do "neo"(mas velhíssimo!)coronelismo lulopetista são, de um modo geral, subscritos com um pseudônimo tolo; ou seja, seus autores não passam de zumbis que julgam pensar por si mesmos quando, na verdade, apenas reproduzem as baboseiras e nulidades produzidas pelo Grande Boquirroto que eles mesmos puseram lá, como uma autêntica tartaruga em cima do poste!

O TERROR DO NORDESTE disse...

Aldo, valeu seu comentário. Agora, esta é de lascar: "subscritos com um pseudônimo tolo". Perai, anônimo, Aldo pelo menos tem coragem de por seu nome e você?E não me venha com esse papo furado de ter medo, por conta de sua profissão de aparecer, aliás, voce é o único escritor que não gosta de ser reconhecido.