sábado, 11 de julho de 2009

Na 'Veja', Augusto Nunes faz ataque vil ao deputado Flávio Dino

11 DE JULHO DE 2009


Há uma espécie de jornalista na mídia que concorre pela máxima torpeza. Quem haverá, por exemplo, de esquecer as expressões faciais de pânico indignado de William Wack no Jornal da Globo? Alguns veículos aglutinam uma grande quantidade deles, o que faz a disputa ficar acirrada. É o caso de revista Veja.

Por Osvaldo Bertolino

Em sua edição eletrônica, o colunista Augusto Nunes se despiu de sua máscara de jornalista civilizado para fazer um ataque vil, indigno e covarde ao deputado Flávio Dino (PCdoB-MA).

A vileza do colunista da Vileja causa mais indignação porque ele não tem um histórico de torpezas como outros elementos conhecidos do grupo Abril.

Ele mistura anticomunismo barato com bairrismo bocó, preconceito social com arrogância e por aí vai.

Veja… ops, leia a torpeza:

Só uma cabeça do século passado acha que pode censurar a internet

Caso aproveite o recesso de julho para convalescer das canseiras do Congresso no verão europeu, o deputado federal Flávio Dino precisa preencher com muita cautela os formulários de rotina: convém driblar linhas pontilhadas e quadrinhos que induzam a confissóes de alto risco. Em países civilizados, é um perigo admitir, por exemplo, a condição de brasileiro, maranhense e parlamentar em Brasília. Pode ser prontamente associado a malandragem, José Sarney e corrupção ─ e acabar devolvido ao porto de origem sem passar da Alfândega.

Flávio Dino talvez ultrapasse a barreira se revelar que é também militante do Partido Comunista do Brasil. Em contrapartida, não chegará ao hotel ─ e dificilmente empreenderá em vida a viagem de volta. Nenhum país moderno vai perder a chance de enriquecer o museu das velharias políticas com esse exemplar, em bom estado de conservação, de uma espécie extinta no resto do mundo. Para os cientistas políticos, um Flávio Dino tem a mesma relevância que a ararinha azul para os ambientalistas.

Bolivarianos da Venezuela, da Bolívia ou do Equador, muçulmanos-dinamite, coreanos atômicos, iranianos com o olhar de napoleão de hospício, petistas disfarçados de construtores do socialismo ─ essas excentricidades são sempre interessantes, mas aparecem todo dia e, em algumas regiões, parecem multiplicar-se feito coelhos. Flávio Dino é outra coisa. Trata-se de um genuíno comunista brasiliensis neto de Stalin e filho de Mao Tsé-tung que seguiu a linha chinesa até descobrir o paraíso albanês e ali ficar até perder a referência e o rumo. Não é pouca coisa. E não é tudo.

Flávio Dino tem só 41 anos. E anda. E fala. E já foi domesticado. Não atingiu ainda o estágio de um Aldo Rebelo, o comunista que todo capitalista selvagem adoraria ter como genro. Mas um dia chega lá, reafirmou nesta semana o relatório sobre o projeto de reforma eleitoral produzido pelo comunista do Brasil (e do Maranhão). O texto amplia o balaio de malandragens que garantem a impunidade dos políticos e reduz a liberdade de expressão na internet.

Com a cabeça no século passado, e tentando no presente garantir o futuro com serviços prestados à base alugada, Flávio Dino propõe que sejam estendidas aos portais e sites as amarras que fazem das campanhas eleitorais no Brasil as mais tediosas e imbecis do planeta. Pura perda de tempo. Se nem ditaduras escancaradas conseguem domar a internet, não será uma velharia velhaca a autora da proeza. Os jornalistas continuarão noticiando, os colunistas continuarão opinando, os leitores continuarão comentando.

Assim foi, é assim e assim sempre será.

O ponto é que, como viciados em drogas, muitos jornalistas brasileiros se tornaram dependentes de torpezas.

É um velho vício brasileiro de considerar as pessoas que fazem críticas superiores às pessoas que tentam resolver problemas — resultado do poder ditatorial que a mídia assumiu e que inferniza a vida democrática brasileira.

É um problema sério para o país.

Não é fácil nem simples jogar luz em trevas há muito intocadas, romper com o rito que toda a essa gente sem escrúpulos professa.

Esconder informações é uma forma de lidar com questões que, uma vez saídas das sombras, virariam navalha em suas próprias carnes.

Por isso, a mídia faz o papel daquele buldogue que cumpre missões delicadas e essenciais para a direita.

O que está na base desse comportamento — e há tantos exemplos disso Brasil afora que o assunto merecia um livro — é o sentimento de alguns indivíduos que povoam o pico da pirâmide social brasileira de que eles têm o direito de quebrar unilateralmente as regras coletivas que permitem que os sistemas de convivência civilizada em sociedade ocorram.

E a certeza que nutrem, basicamente por interesses econômicos, de que as regras não existem para facilitar o relacionamento social.

Esse desapego às regras — embora essa elite cobre que os outros se pautem por elas — implica uma questão ética séria para a sociedade brasileira.

É um comportamento que perpassa cada vez mais as corporações privadas nestes tempos de achincalhe ao Estado, em que vale cada vez mais atingir os fins, não importando muito os meios utilizados.

A inquietante pergunta que emerge disso é:

Como sobreviver agindo correto, jogando pelas regras, enquanto essa gente joga areia nos olhos dos seus oponentes, age sem nenhum parâmetro moral e persegue objetivos na base do não-importa-como?

Persistindo no caminho da ética — como faz o nobre deputado Flávio Dino.

Não é de hoje que os reis ficam nus.

A história mostra que muitos dos que se enclausuraram em seus pequenos mundos para subjugar outros foram para o inferno com suas inglórias carcaças.

O exemplo mais acabado é o de Joseph Goebbels — o ministro da propaganda de Adolf Hitler e super-arauto da mentira do regime nazista (uma mentira mil vezes repetida se torna verdade, dizia ele).

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