terça-feira, 21 de julho de 2009

Lula admite que há margem para cortes na taxa de juros



21/07/2009


Carollina Andrade, repórter em Brasília


BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta terça-feira que a política econômica do Governo abriu espaço para possíveis cortes na taxa básica de juros. “Acho que toda a política econômica feita pelo governo brasileiro, tudo o que aconteceu do ponto de vista da sustentabilidade da economia brasileira está permitindo que nós tenhamos margem de manobra para fazer os cortes que estamos fazendo”, disse o presidente após almoço oferecido ao presidente da república de Moçambique, Armando Guebuza.


Ao ser questionado se teria pedido ao Comitê de Política Monetária (Copom) uma redução da taxa básica de juros (Selic), o presidente negou. “Se eu tivesse de pedir, eu não pedia. Eu determinava. Eu não determinei porque temos uma cultura que está dando certo, embora não tenha nenhuma lei garantindo autonomia ao Banco Central. A relação entre nós permite que haja uma certa autonomia. Nós colhemos bons resultados até agora, portanto, a política de juros vai ser determinada pelo Copom”, disse o presidente.

Sobre a possibilidade de estar "na torcida" por novas reduções da taxa de juros, Lula disse: "Eu não acho nada. Eu, apenas, quando sai o resultado, festejo ou lamento."

Presidência da República

Lula ao lado do presidente de Moçambique, Armando Guebuza


Decisão sobre juros

O Copom iniciou nesta terça-feira uma reunião de dois dias que vai decidir sobre o rumo da taxa básica de juros do Brasil, a Selic. A maior parte dos analista aposta em um corte de 0,5 ponto percentual no indicador.

Na última reunião, realizada no dia 10 de junho, o Copom se decidiu por um corte de um ponto percentual, reduzindo os juros anuais para 9,25%. Foi a primeira vez que a taxa Selic ficou abaixo de 10% ao ano.

No entanto, na ocasião, o Copom sinalizou que iria pisar no freio da redução nos juros. Em comunicado, o órgão disse que "levando em conta que mudanças da taxa básica de juros têm efeitos sobre a atividade econômica e sobre a dinâmica inflacionária que se acumulam ao longo do tempo, o Comitê concorda que qualquer flexibilização monetária adicional deverá ser implementada de maneira mais parcimoniosa".

CPMF

O presidente disse também que questionará os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, sobre o fato de o governo ter continuado a pagar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) nos contratos com seus fornecedores mesmo depois de a contribuição ter sido extinta.

"Vou ver com o Guido Mantega e o Paulo Bernardo o que aconteceu, por que é que nós continuamos pagando a CPMF", informou o presidente, ao responder a uma pergunta sobre o assunto.

Parlamentares da oposição têm dito que pretendem entrar com ação no Supremo Tribunal Federal para que o STF determine ao governo que tome providências para receber de volta os valores pagos a mais.

(Com informações da Agência Estado)

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