quarta-feira, 15 de julho de 2009

Gabriell aos petroleiros: ''A Petrobras é maior que a crise''


14 DE JULHO DE 2009


O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, enviou Carta aos petroleiros onde afirma que a estatal vive ''um momento delicado'' e ''talvez a sua maior crise'', com a instalação da CPI no Senado nesta terça-feira (14). Gabrielli responde às acusações que motivaram a CPI. Diz que "a CPI passará", ''a Petrobras é maior que a crise'' e prestará ''todos os esclarecimentos pertinentes'' sobre os pontos em investigação.


''Como todos sabemos este é um momento delicado para a Companhia. Talvez, a sua maior crise. Mas a Petrobras é maior que a crise. A CPI vai passar, a companhia vai sair dela muito mais fortalecida e continuar como orgulho do Brasil e dos brasileiros'', afirma o último parágrafo da carta.


''Muita tranquilidade''


Gabrielli enviou também nesta terça-feira outra carta à CPI que acabara de iniciar seus trabalhos. Mais curta, esta segunda mensagem ''informa a essa Comissão Parlamentar de Inquérito que pretende dar a máxima colaboração aos seus trabalhos. Informamos ainda que seu presidente, assim como a Diretoria Executiva da Petrobras aguardam o agendamento das oitivas que Vossas Excelências julgarem necessárias para prestar os esclarecimentos pertinentes.''


Já a carta ''a todos os nossos colegas do Sistema Petrobras'' (que somam mais de 50 mil), além de externar ''externar nossa disposição de máxima colaboração com as investigações'', entra no mérito das acusações contra a empresa, respondendo a cada uma delas. ''Nossa posição é de muita tranquilidade em relação aos temas que estão apresentados no requerimento para a constituição da CPI'', afirma.


A Carta aos petroleiros foi reproduzida também no blog da Petrobras, Fatos e Dados (http://www.blogspetrobras.com.br), criado no mês passado e contando nesta terça-feira com 893 mil visitas e 6 mil seguidores. Veja a íntegra:


''Gostaria de informar a todos os nossos colegas do Sistema Petrobras que foi instalada nesta tarde de terça-feira (14/07) a Comissão Parlamentar de Inquérito, no Senado Federal, para apurar os fatos relacionados com o requerimento nº 569 de 2009 referentes à Petrobras e ANP. O senador João Pedro (PT/AM) e o senador Marcelo Crivella (PL/RJ) foram eleitos como presidente e vice e o senador Romero Jucá (PMDB/RR) foi escolhido como relator.


Imediatamente após a instalação, mesmo considerando nossas obrigações legais de atender aos convites e convocações, fiz questão de externar nossa disposição de máxima colaboração com as investigações. Na carta informo que eu e todos os diretores estamos no aguardo do agendamento das oitivas para prestar todos os esclarecimentos pertinentes sobre os pontos da CPI.


Nossa posição é de muita tranquilidade em relação aos temas que estão apresentados no requerimento para a constituição da CPI. Em relação a cada um deles o resumo de nossa posição é o seguinte:


1. Com relação aos indícios de fraudes nas licitações para a reforma de plataformas de exploração de petróleo, apontados pela operação “Águas Profundas” da Polícia Federal (PF), vamos demonstrar a correção das medidas adotadas pela Petrobras diante das denúncias, sua colaboração com a PF e com o Ministério Público Federal (MPF) para a apresentação da denúncia criminal contra os envolvidos e a adoção das medidas internas que resultaram em medidas disciplinares, entre elas, a demissão por justa causa de três empregados.


2. Sobre as supostas irregularidades na revisão do valor de contrato de construção das plataformas P-52 e P-54, vamos demonstrar que a revisão foi necessária para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro, afetado em razão de variação cambial imprevisível, cuja licitude já foi constatada pelo próprio TCU em julgamentos anteriores que citamos;


3. Com relação aos supostos indícios de superfaturamento na obra de construção da Refinaria de Pernambuco (Abreu e Lima), apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), demonstraremos a inconsistência do parâmetro de estimativa de preços adotados pelo tribunal, em vista das especificidades e complexidades de obra, bem como da adequação do valor contratado pela Petrobras, baseada nos melhores padrões internacionais.


4. Sobre as supostas irregularidades quanto a utilização de royalties, vamos esclarecer que a Petrobras não possui qualquer ingerência na utilização destes recursos.


5. Com relação às denúncias de uso de artifícios contábeis, que teriam resultado em redução do recolhimento de impostos e contribuições, demonstraremos que isso não ocorreu e que todas as medidas adotadas pela Petrobras estão em perfeita sintonia com a legislação tributária brasileira.


6. E, finalmente, sobre o suposto beneficiamento político de prefeituras e ONGs, vamos mostrar que o processo de seleção de projetos para patrocínio e convênios possui critérios objetivos e impessoais e visam o fortalecimento institucional da marca da Petrobras e da sua reputação perante os seus diversos públicos, conforme já atestado pelo TCU em fiscalização anterior sobre o mesmo tema.


Como todos sabemos este é um momento delicado para a Companhia. Talvez, a sua maior crise. Mas a Petrobras é maior que a crise. A CPI vai passar, a Companhia vai sair dela muito mais fortalecida e continuar como orgulho do Brasil e dos brasileiros.''


Com Fatos e Dados

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