/07/2009
Após a reunião ministerial com o presidente Lula nesta segunda-feira (13), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a previsão para este ano é de crescimento 1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). Para 2010, a expectativa é de 4,5% do PIB.
A avaliação também é positiva quanto às chamadas políticas anticíclicas adotadas para enfrentar os efeitos da crise, como o estímulo ao crédito, a redução da taxa básica de juros e a desoneração de diversos setores.
“É uma novidade que estejamos adotando políticas anticíclicas. Até as últimas crises, não podíamos fazer isso. Hoje estamos baixando os juros e aumentando o crédito, enquanto, nas crises passadas, fazíamos o contrário”, disse Mantega.
Segundo ele, no passado, também não era possível fazer política fiscal ativa.
O ministro também ressaltou a manutenção dos investimentos e dos programas sociais do governo federal, diferentemente dos cortes de gastos promovidos em outros momentos de crise. “As políticas anticrise, as políticas anticíclicas têm dado bom resultado no Brasil, talvez até um resultado superior ao de uma boa parcela dos países emergentes”, afirmou.
Como exemplo, citou a indústria automotiva, que bateu todos os recordes de vendas no primeiro semestre deste ano. “Conseguimos aquilo que pouquíssimos países conseguiram. Somente a China e a Alemanha conseguiram, no primeiro semestre deste ano, retornar aos patamares de produção do ano passado”, ponderou.
Mantega ainda mencionou o crescimento do consumo e da produção de bens duráveis: “Conseguimos impulsionar novamente o mercado consumidor brasileiro. É claro que não na mesma proporção do ano passado, mas conseguimos já reconstituir uma parte do crescimento do ano . passado.”
Ele mostrou-se otimista também com a recuperação da indústria. “Estamos hoje com a perspectiva de que a indústria volte a crescer para recompor os estoques e atender à demanda crescente da economia.” Segundo o ministro, a utilização média da capacidade instalada no Brasil é de 78%, superior inclusive à da China.
O ministro negou que as medidas adotadas estejam comprometendo o equilíbrio fiscal e explicou que a redução do superávit primário foi para “acomodar” as desonerações e a redução de arrecadação que vem ocorrendo em 2009, mas admitiu que há previsão de um déficit nominal em torno de 2% do PIB.
“Mesmo assim, teremos desempenho fiscal superior a todos os países do G20. Os Estados Unidos lideram o déficit, com previsão de 13,7%. A China, a Rússia e a Índia, que são os países mais próximo do Brasil, terão déficit fiscal maior. Não é o desempenho do ano passado, mas é um desempenho muito satisfatório, tendo em vista o tamanho da crise em que estamos ”, disse Mantega, ressaltando que o déficit deve cair em 2010.
A previsão é encerrar 2009 com redução nas exportações em relação a 2008, mas com geração de empregos. “No final da reunião, o presidente [Lula] parabenizou a equipe econômica pelo resultado que vem sendo alcançado na economia brasileira. Ele está satisfeito com aquilo que está sendo feito”, assegurou o ministro da Fazenda.
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