13/07/2009
Folha Online
A procura do consumidor por crédito cresceu 4% em junho na comparação com maio e superou os índices do início da crise econômica no Brasil, em outubro de 2008, segundo dados do Indicador Serasa desta segunda-feira.
Junho representou o quarto mês consecutivo no crescimento da demanda do consumidor por crédito, refletindo, segundo a entidade, que o grau de confiança dos consumidores sobre os rumos da economia tem crescido mês após mês e que as condições de crédito para as pessoas físicas, sobretudo em relação a prazos e custos, já se encontram mais favoráveis do que estavam ao início do quarto trimestre de 2008.
Apesar desta recuperação dos últimos meses, no acumulado do primeiro semestre de 2009, a demanda do consumidor por crédito registrou recuo de 6,8% ante o mesmo período do ano passado. Na variação anual, junho registrou a menor queda de todo o primeiro semestre (-1,2% sobre junho de 2008). Para a Serasa, demonstra que ao longo do segundo semestre, muito provavelmente, haverá taxas anuais positivas de expansão da demanda do consumidor por crédito.
Renda
Em junho houve maior crescimento da demanda por crédito entre os consumidores com rendimento mensal de até R$ 500 (alta de 5,2% sobre maio/09), seguido pela classe de rendimento mensal entre R$ 500 e R$ 1.000 (alta de 4,9%). As classes intermediárias de renda (rendimento de R$ 1.000 até R$ 10.000) também apresentaram variações positivas entre 3,4% e 3,7%.
Somente a classe de rendimento superior a R$ 10.000 registrou queda em junho (-3.8%) corrigindo a forte alta verificada no mês anterior (+11,3%).
Em comparação com os patamares que vigoravam antes do agravamento da crise financeira internacional, somente a classe de rendimento pessoal mensal de até R$ 500 encerrou o primeiro semestre em nível inferior ao verificado em outubro de 2008. Para todas as demais classes, a demanda por crédito já se encontra em nível superior àquele mês.
Segundo a Serasa, nesse movimento de recuperação da demanda do consumidor por crédito, caracterizado ao longo do segundo trimestre de 2009, a classe de rendimento mais elevada foi a que registrou a maior variação acumulada no período de abril a junho (+20,1%).
No entanto, "o fato das demais classes terem reagido de forma mais intensa em junho revela que o processo de reativação da demanda do consumidor por crédito não é um movimento restrito apenas às camadas mais favorecidas da sociedade", informa a Serasa.
Na variação acumulada do primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2008, a baixa renda (pessoas com ganhos mensais de até R$ 500) continua como destaque de queda na procura dos consumidores por crédito (recuo de 11,3%).
As camadas intermediárias de renda oscilam entre quedas de 5,7% a 6,9% e as duas camadas mais altas registraram as menores quedas na procura por crédito (recuo de 4,6% para quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 10.000 e queda de 5,2% para quem recebe mais de R$ 10.000 por mês).
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