sexta-feira, 24 de julho de 2009

Brasil denuncia Reino Unido à Convenção de Basiléia por tráfico de lixo


Da Redação, Última Instância - 24/07/2009


O Ministério das Relações Exteriores denunciou o Reino Unido ao Secretariado da Convenção da Basiléia por causa da exportação de quase 2.000 toneladas de lixo doméstico encontradas em contêineres nos portos de Santos (SP) e Rio Grande (RS). Criada em 1993, a Convenção proíbe o transporte internacional de lixo e outros resíduos perigosos.


A representação, feita pela delegação do Brasil em Genebra, se soma a uma Nota Verbal entregue pelo Itamaraty à embaixada britânica em Brasília, para que o país europeu se comprometa a auxiliar na devolução do material.

O lixo, que inclui seringas, camisinhas, fraldas usadas e banheiros químicos, começou a chegar ao país em novembro do ano passado, sob a fachada de produtos para reciclagem. A iniciativa do Itamaraty veio após recomendação da subprocuradora-geral da República Sandra Cureau, que recebeu a resposta da chancelaria hoje (Leia aqui a resposta do Itamaraty ao MPF).

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os resíduos vão começar a ser devolvidos dentro de 10 dias. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) já multou duas empresas brasileiras responsáveis pela importação de parte do lixo. As importadoras Bes Assessoria e Comércio Exterior e Alfatech, que comparam o material apreendido no Rio Grande do Sul, alegam que foram enganadas, pois teriam encomendado plástico para reciclagem e receberam lixo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem o fato de o lixo ter sido enviado ao Brasil por um país europeu, já que a Europa tem colocado muitas exigências para comprar produtos brasileiros como etanol, soja e carne. “Eles, que são tão limpos e querem despoluir tanto, mandam para cá contêineres de lixo dizendo que é para reciclagem. Quem vai reciclar uma camisinha? Quem vai reciclar lixo hospitalar, pegar uma seringa, reciclar e aplicar de novo?", ironizou.

Lula reafirmou ainda que a Polícia Federal, o Ministério Público e Ibama continuarão a investigar o caso.

Nenhum comentário: